Dízimos e Sacerdócios (DO)
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bíblicas, para ter acesso aos textos)
Introdução
Estudar o Velho
Testamento é mergulhar na janela do passado. É como assistir a um desses filmes
de ficção, em que o personagem mergulha numa máquina do tempo e cai numa das
cenas da história. Suponha que caía na seguinte cena: uma cidadezinha antiga da
Palestina, chamada Gibeá, perto de Jebus (1), antiga Jerusalém. Numa de suas praças, um velho,
um homem adulto com sua mulher e seu empregado. Aí vem a seguinte narração:
Então disse o ancião: Paz seja contigo; tudo
quanto te faltar fique ao meu cargo; tão-somente não passes a noite na praça. E
levou-o à sua casa, e deu pasto aos jumentos; e, lavando-se os pés, comeram e
beberam.
Estando eles alegrando o seu coração, eis que
os homens daquela cidade (homens que eram filhos de Belial) cercaram a casa,
batendo à porta; e falaram ao ancião, senhor da casa, dizendo: Tira para fora o
homem que entrou em tua casa, para que o conheçamos. E o homem, dono da casa,
saiu a eles e disse-lhes: Não, irmãos meus, ora não façais semelhante mal; já que este homem
entrou em minha casa, não façais tal loucura. Eis que a minha filha virgem e a
concubina dele vo-las tirarei fora; humilhai-as a elas, e fazei delas o que
parecer bem aos vossos olhos; porém a este homem não façais essa loucura. Porém
aqueles homens não o quiseram ouvir; então aquele homem pegou da sua concubina,
e lha tirou para fora; e eles a
conheceram e abusaram dela toda a noite até pela manhã, e, subindo a alva,
a deixaram. E ao romper da manhã veio a
mulher, e caiu à porta da casa daquele homem, onde estava seu senhor, e
ficou ali até que se fez claro. E, levantando-se seu senhor pela manhã, e
abrindo as portas da casa, e saindo a seguir o seu caminho, eis que a mulher,
sua concubina, jazia à porta da casa, com as mãos sobre o limiar. E ele lhe
disse: Levanta-te, e vamo-nos, porém ela não respondeu; então, levantando-se o
homem a pôs sobre o jumento, e foi para o seu lugar. Chegando, pois, à sua casa, tomou um cutelo, e pegou na sua
concubina, e a despedaçou com os seus ossos em doze partes; e enviou-as por
todos os termos de Israel. Juízes 19:20/29
Este é um dos casos mais revoltantes de toda a Bíblia!
Imagine a maldade daquele marido, de empurrar sua mulher para fora, para as
mãos daqueles crápulas, como se faz com um “boi de piranha” (2). Imagine essa
mulher sendo estuprada e humilhada por aqueles homens a noite inteira sem
piedade. Imagine o que fizeram com ela, a ponto dela não agüentar mais e cair
quase morta à porta daquela casa, pela manhã! Depois, como um louco,
esquartejou-a como a um animal selvagem, sem nenhuma consideração. Imagine a
maldade de um pai, em querer entregar sua filha ainda virgem nas mãos daqueles
homens, para livrar a sua pele! Imagine qual o valor que se dava a uma mulher,
naquela época!
Muitas pessoas, ainda hoje, querem trazer costumes e
práticas daquela época, para os nossos dias. Existem boas coisas lá, assim como
em todas as culturas e religiões, que podem servir de exemplos a serem seguidos
atualmente, mas no geral, são histórias estranhíssimas, como esta, que não
entra na nossa mente. São culturas, quase pré-históricas de um tempo remoto,
atrasadíssimo. “Aquele homem”, o esquartejador da história, era, nada menos que
um levita! Sim, um homem religioso!
Estudar o Velho Testamento é ver como o ser humano é
covarde, egoísta, preconceituoso, cruel e animalesco. Não evoluímos muito, de
lá para cá. Veremos que a história se repete e tudo o que o homem era, continua
sendo nas versões da modernidade.
Estudar o sacerdócio do Velho Testamento é em grande
parte estudar a sua forma de subsistência chamada de dízimos; instituído em
forma de estatuto, com redação bem definida; apesar disso constitui o grande bicho de sete cabeças de hoje. No sacerdócio de Cristo não
há obrigação de contribuir, nem obrigação de ser beneficiado em alguma
contribuição. Essas são as marcas mais importantes para nós, desses dois únicos
sacerdócios da bíblia. A marca mais importante do Velho Testamento é o seu
regime legalista. Teriam que cumprir a velha lei escrita; ditada por Deus a
Moisés e Arão. O seu âmbito de ação era a velha Lei; o que faziam ou deixavam
de fazer, estava escrito na velha lei. No sacerdócio
de Cristo, não há legalidade escrita e seu âmbito de ação, quem determina é a
consciência ou coração: Esta é a aliança que farei com eles depois daqueles dias,
diz o Senhor: Porei as minhas leis em seus corações, E as escreverei
em seus entendimentos; acrescenta: Hebreus 10:16. A graça é a lei, na forma branda do coração: Mas graças a Deus
porque, outrora escravos do pecado (no
tempo da lei), contudo viestes a obedecer de
coração à forma de doutrina a que fostes entregues. Romanos
6:17. A Lei está para os sacerdotes levitas, assim
como a Graça está para o sacerdote de Cristo. Não se poderá, como veremos,
misturar nunca esses dois regimes.
1)-
A primeira menção de dízimo no Velho Testamento
A primeira menção de dízimo no Velho Testamento, veio na forma de agradecimento de Abraão, depois daquela
matança toda (Para quem não sabe, Essa história está em Gênesis 14), quando
Melquisedeque (3), sacerdote do Deus altíssimo foi ao seu encontro levando pão
e vinho, elementos que prefiguraram a Cristo. Melquisedeque era rei e sacerdote
de Salém. O fato é que Abraão, juntamente com sua criadagem, matou aqueles
pobres coitados que tiveram a petulância de roubar os bens e mulheres de seu
sobrinho Ló e de toda a Sodoma e Gomorra! E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era
este sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão
pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; E bendito seja o Deus
Altíssimo que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo (Vr. 18). Vale salientar, que
nesse “dízimo de tudo”, não estão incluídos os bens do rei de Sodoma: E o rei de Sodoma
disse a Abrão: Dá-me a mim as pessoas, e os bens toma para ti. Abrão, porém, disse
ao rei de Sodoma: Levantei minha mão ao SENHOR, o Deus Altíssimo, o Possuidor
dos céus e da terra, - Jurando que desde um fio até à correia de um sapato, não tomarei coisa alguma de tudo o que é
teu; para que não digas: Eu enriqueci a Abrão. Pode ser que
Abraão não quisesse nada dos despojos de Sodoma ou somente da família do rei. Restam os bens de Gomorra e suas
mulheres. Se Abraão deu o dízimo de tudo (fora os bens do rei de Sodoma ou da
sua cidade), as mulheres (consideradas mercadorias), de Gomorra entraram nesse
“dízimo de tudo?” Logicamente ele não deu o dízimo da parte de Aner, Escol e Manre:
Salvo
tão-somente o que os jovens comeram, e a parte que toca aos homens que comigo
foram, Aner, Escol e Manre;
estes que tomem a sua parte (Vr. 24), nem
da parte de seu querido sobrinho Ló, que foi o motivo de toda aquela
vingança.
Aqui fica clara a
“noção de dízimo” para Abraão: tudo o que era despojo;
ou bens que não eram seus e que foram conquistados para aquelas pessoas que
sofreram aquelas agressões. Penso que não é um bom exemplo para ser aplicado
aos santos de nossa época. Não saberemos nunca, se Abraão também dava o dízimo
do que era realmente dele, ou nestes moldes, e se o fazia de maneira regular,
porque antes e depois dessa tragédia, não há mais menção do sanguinário Abraão
dando dízimos. Foi apenas um caso isolado, ou pelo menos é tudo o que sabemos
desse patriarca judeu (ou Caldeu?).
1.2)-
O povoado de Salém
Jebus era uma localidade das redondezas do povoado que viria ser Salém, habitação
que viria a ser Jerusalém; dos Jebuzeus, os descendentes de Jebus, filho de Canaã. Génesis 10:16 e Génesis 15:21. Não
se sabe se foram eles os primitivos habitantes, ou se substituíram a uma raça,
ainda mais antiga. A primeira referência aos jebuseus foi feita pelos espias,
quarenta anos antes da entrada dos israelitas na Terra Santa Números 13:29. Eles Constituíam uma forte e vigorosa tribo. Disto prova o
fato de conservar o seu poder na forte cidadela de Jebus
até ao tempo de Davi: E partiu o
rei com os seus homens a Jerusalém, contra os jebuseus que habitavam naquela
terra; e falaram a Davi, dizendo: Não entrarás aqui, pois os cegos e os coxos
te repelirão, querendo dizer: Não entrará Davi aqui. Porém Davi tomou a
fortaleza de Sião; esta é a cidade de Davi. Porque Davi disse naquele dia: Qualquer
que ferir aos jebuseus, suba ao canal e fira aos coxos
e aos cegos, a quem a alma de Davi odeia. Por isso se diz: Nem cego nem coxo
entrará nesta casa. 2ª Samuel 5:6/8.
O fato
de Melquisedeque pertencer a esse povo (uma ordem não mencionada) e não a um
descendente hebreu, desmistifica a compreensão de que os judeus, e somente os
judeus eram o povo de Deus. Jesus é considerado sacerdote da ordem de
Melquisedeque e este, descendente do cananeu Jebus,
ou uma outra raça mais antiga; considerada maior que a ordem de Arão, dos
judeus.
2)- Segunda menção de dízimos no Velho
Testamento
A próxima menção
de dízimos foi a de Jacó: Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me
der pão para comer, e vestes para vestir; - E eu em paz tornar à casa de meu
pai, o SENHOR me será por Deus; E esta pedra que tenho posto por coluna será
casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo. Génesis 28:20/22. Jacó
faz um “negócio” com Deus e propõem algumas imposições e condições num
determinado momento de sua vida. Se Deus: 1) fosse com ele naquela viagem; 2) o
guardasse na viagem; 3) desse pão para ele (na viagem); 4) vestes para vestir
(na viagem); 5) voltar em paz no retorno da viagem; então: 1) ele passaria a
considerar Deus (depois da viagem), o seu Deus (por quê Jacó, o filho do crente
Abraão, ainda não se tinha convertido)? 2) consideraria
aquele lugar (da coluna de pedra), como a casa de Deus; e 3) daria o dízimo de
tudo o que Deus lhe desse, depois da viagem.
Noção de dízimo
para o incrédulo Jacó: pagamento ou oferta a Deus, depois Dele
ter satisfeito todas as suas imposições e condições. O dízimo seria somente
daquilo que tivesse conseguido naquela viagem: “nesta viagem que faço”. Também
este não é um bom exemplo para se aplicar aos santos de nossos dias, creio. Não
saberemos nunca, se Jacó, no tempo de sua incredulidade, ou fora dela, dava
regularmente o dízimo do que era realmente dele, ou se o dava a cada imposição
e condição; pois não há mais relatos de Jacó dando os dízimos na Bíblia.
Por esses dois
patriarcas, podemos dizer que os dízimos eram doações tiradas daquilo que não
era deles. Abraão deu o dízimo de tudo o que não lhe pertencia; e Jacó prometeu
dízimos, frutos de suas imposições e condições de uma futura aventura. Não
havia ainda uma regra para se conceituar, como sendo dízimo; era muito
relativo, e muito nebuloso.
2.1)- Dízimo no monte Sinai
FALOU mais o SENHOR a Moisés, dizendo (entre outras
coisas): Também
todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do
SENHOR; santas são ao SENHOR. Porém, se alguém das suas dízimas resgatar alguma
coisa, acrescentará a sua quinta parte sobre ela. No tocante a todas as dízimas
do gado e do rebanho, tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao
SENHOR. Não se investigará entre o bom e o mau, nem o trocará; mas, se de
alguma maneira o trocar, tanto um como o outro será santo; não serão
resgatados. O SENHOR ordenou a Moisés, para os filhos de Israel, no monte Sinai.
Levítico 27:1
e Levítico
27:30/34.
A legalidade dos
dízimos na era levítica começa a existir. Esta é uma típica lei “mosaica” com
as instruções de Deus muito bem definidas, e não entraremos nos seus
pormenores. Estes
são os mandamentos que o Senhor ordenou a Moisés, (o responsável pelo seu cumprimento); para os filhos de
Israel, (para quem era direcionada a lei); no monte Sinai (lugar da aplicação dessa lei).
E, perante o SENHOR teu Deus, no lugar que
escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os
primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer ao
SENHOR teu Deus todos os dias. E quando o caminho te for tão comprido
que os não possas levar, por estar longe de ti o lugar que escolher o SENHOR
teu Deus para ali pôr o seu nome,
quando o SENHOR teu Deus te tiver abençoado; Então vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que escolher
o SENHOR teu Deus; E aquele dinheiro, darás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, e por
ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; come-o ali perante o SENHOR teu
Deus, e alegra-te, tu e a tua casa; Porém não desampararás o levita que está
dentro das tuas portas; pois não tem parte nem herança Ao fim de três anos tirarás todos os dízimos da tua colheita no mesmo ano, e os recolherás dentro das tuas portas contigo. Então
virá o levita (pois nem parte, nem herança tem contigo), e o estrangeiro, e o órfão,
e a viúva, que estão dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão; para
que o SENHOR teu Deus te abençoe em toda a obra que as tuas mãos fizerem.
Deuteronômio 14:23/29.
O dízimo era comido pelo dizimista, num determinado lugar (no campo) em que Deus designava para “lembrar o Seu nome” (em festas de agradecimentos pela colheita). Comiam: grãos, mosto, azeite, vacas e ovelhas (primogênitas).
Quando o lugar da
festa (designado por Deus), era longe, podiam
vender seus dízimos (alimentos) e com aquele dinheiro, comprar qualquer coisa
de comer, até bebida forte! E certamente faziam grandes festas
familiares em louvor a Deus pelas suas colheitas. Além dos familiares,
eram beneficiados dos dízimos: os levitas, os estrangeiros, os órfãos e as
viúvas. Todos participavam das festas dos dízimos para comemorarem
suas colheitas.
A cada
três anos, levavam os dízimos, cada um para a sua casa; e era aquela festa! Sem
se esquecerem das pessoas menos privilegiadas.
Essa prática do dízimo, com as instruções de Deus no Monte Sinai, é bastante diferente da que se aplica hoje! (e como!). Toda lei deveria ser obedecida, observando a sua redação, senão não teria validade alguma. Não cumpriria o seu verdadeiro “espírito”, ou intenção de quem a redigiu (ditou). Deus estava provendo as pessoas menos favorecidas. Ninguém deveria passar necessidade em Canaã!
2.2)- Instituição dos sacerdotes levitas e sua
subsistência (dízimos)
A instituição do
sacerdócio levita surgiu da conversa de Deus com Arão, e está em Números 18:2/3 Também farás chegar contigo a teus irmãos, a tribo de Levi, a
tribo de teu pai, para que se ajuntem a ti, e te sirvam, quando tu e teus
filhos contigo estiverdes perante a tenda do
testemunho. Farão o serviço que lhes é devido para contigo e para com a tenda;
porém não se aproximarão dos utensílios do santuário, nem do altar, para que
não morram, nem eles, nem vós. Os levitas eram uma espécie de
auxiliares de Arão e seus filhos, ou seja, dos sacerdotes. Não participavam dos
serviços sacerdotais propriamente dito: homilia, sacrifícios, sacramentos e
rituais. Os outros serviços considerados auxiliares, como esquartejar animais
etc., faziam de tudo. Nessa época, não existia Templo, somente a tenda da
congregação que era uma armação portátil, desmontável e removível, o que
certamente dava muito trabalho.
Deus criara uma
ocupação contínua para Arão, seus filhos e os rapazes da tribo de Levi; veja um
exemplo: E o rei e todo o povo ofereciam
sacrifícios perante o SENHOR. E o rei Salomão ofereceu sacrifícios de bois,
vinte e dois mil, e de ovelhas, cento e vinte mil; e o rei e todo o povo
consagraram a casa de Deus. 2º Crónicas 7:4/5.
Que ocupação! Mas ainda não instruíra os sacerdotes sobre os seus meios de
subsistência. Em Números
18:8, fica resolvido esse problema, mas somente
para Arão e seus filhos (e respectivas famílias); Disse mais o Senhor a
Arão: Eis que eu te dei o que
foi separado das minhas ofertas,
com todas as cousas consagradas dos filhos de Israel; dei-as por direito
perpétuo como porção a ti e a teus filhos. Esse “o que foi separado”; era a porção de dez por cento
das ofertas deixadas pelo povo, separadas pelos levitas; tirada do que havia de
melhor. Toda oferta consagrada “não dada ao fogo”, Arão e seus filhos, com suas
respectivas famílias poderiam comer. Era o dízimo dos dízimos. Aqui vemos os
sacerdotes e respectivas famílias, comendo da melhor comida. Seria uma discriminação
absurda em nossa época!
Em Números 18:21, Deus
trata do pagamento dos Levitas e resolve os seus problemas de subsistência.
Nesta “cláusula”, fica estabelecida
a lei mais recente dos dízimos: Aos filhos de Levi dei todos os dízimos em
Israel por herança, pelo serviço que prestam, serviços da tenda da congregação. Esse é o pagamento salarial dos
serviços auxiliares. Podiam comer as
ofertas em quaisquer lugares, desde que separassem dez por cento das melhores
comidas para os sacerdotes; o dízimo dos dízimos. Assim
também oferecereis ao SENHOR uma oferta alçada de todos os vossos dízimos que
receberdes dos filhos de Israel, e deles dareis a oferta alçada do SENHOR a Arão,
o sacerdote. De todas as vossas dádivas oferecereis toda a oferta alçada do
SENHOR; de tudo, o melhor
deles; a sua santa parte. Números 18:28/29.
Aqueles rapazes ficariam ocupados continuamente nesse
encargo, e não haveria tempo para trabalharem como os outros das outras tribos,
para o sustento de suas famílias. Outra razão desse sustento comunitário, é que eles foram proibidos por lei, de trabalhar; não lhes
foram repartidas “heranças”, glebas de terra: Porquanto
eu lhes disse:... No meio dos filhos de Israel,
nenhuma herança terão. Números 18:23/24.
Não precisavam trabalhar; seus sustentos eram garantidos por lei.
Houve uma evolução na lei dos dízimos. Antes, eram festas
depois das colheitas, nos campos ou tendas familiares; agora, os
agros-pecuaristas traziam as ofertas e as davam aos levitas (talvez nos
arredores da tenda).
Em síntese,
afinal, houve dois grandes sacerdócios na bíblia: E
a Jesus, o Mediador de uma nova aliança, e ao sangue da aspersão, que fala
melhor do que o de Abel. Hebreus 12:24.
O sacerdócio de Levi representava o sangue da aspersão e o sacerdócio
de Cristo, mediador da nova aliança, do sangue derramado na cruz.
3)- Dízimos pós-cativeiro
3.1)- A voz de Malaquias
Malaquias foi um profeta para a tribo de Judá em um período deplorável, depois do avivamento de Neemias, cem anos após o retorno dos judeus à Palestina, vindos do cativeiro babilônico. O povo, juntamente com os sacerdotes, estava afastado de Deus, partindo para uma apostasia completa e total. Por isso Malaquias foi levantado por Deus para cumprir esta grande responsabilidade, vivendo realmente o significado de seu nome: “Malaquias, Meu Mensageiro” por volta do ano de 425 AC. A voz de Malaquias é de reavivamento para aqueles dias. Malaquias evocava a lei que Deus havia dado àquele povo, para a sua harmonia.
3.2)- Quais eram as apostasias?
Falta
de amor, desprezo e profanação pelo nome de Deus, aborrecimentos a Deus,
distanciamento de Deus, roubo a Deus, falando contra Deus, murmurações,
violação flagrante da Lei de Deus, abandono da legítima esposa sem motivo,
casamento com mulheres estrangeiras, feitiçaria, adultério, perjúrio, opressão
e fraude.
Malaquias
estava interessado principalmente no Templo e no sacerdócio; porque ali estava
o foco da vida política e religiosa (Teocracia), de seu povo em seu tempo. Os
israelitas tinham poluído e feito comum a maioria das coisas sagradas. Os
sacerdotes estavam tão corrompidos, que caíram em total descrédito popular.
Ninguém já os levava à sério. Faça o que eu mando, mas
não faça o que eu faço, era o seu lema. O bom exemplo deveria sair do Templo,
de seus sacerdotes, mas eles mesmos estavam corrompendo o povo; e como
resultado, o povo encolhia as suas mãos em relação aos dízimos. Estavam cada
vez mais, dando menos dízimos. (já vi este filme).
Deus
procurava abrir os olhos do povo para a condição deplorável em que se
encontravam. Os sacerdotes agiam de forma desonesta, oferecendo sacrifícios
roubados, dilacerados, animais coxos, defeituosos, sacrifícios que não
agradavam a Deus. Deixavam de lado, as pessoas que deveriam ser beneficiadas
com o dízimo, segundo a redação da lei. As viúvas, os pobres e os estrangeiros
que deveriam ser mantidos com este dízimo estavam a passar necessidades. Deuteronômio
14:28/29.
A
primeira causa para o fracasso espiritual de Israel foi a perda do amor. A
perda do amor mata o sacrifício, a abnegação e nasce o egoísmo. Perde-se o
valor e o desprendimento. Aparece o desejo de levar vantagem, ter uma vida boa,
fazer um pezinho de meia etc.
É
interessante notarmos, que mesmo com os erros gravíssimos dos sacerdotes, Deus
ainda apelava ao povo que trouxessem os dízimos à casa do tesouro. Porquê?
1 – O
Senhor deseja levar a Nação de Israel e os sacerdotes, ao arrependimento e a
uma mudança de vida.
2 –
Nosso Senhor sabia que Israel sem líderes religiosos, sem homens que o levassem
a um relacionamento íntimo com Deus, com toda a certeza, deixariam os caminhos
do Senhor, deixariam a verdade, abandonariam Jeová. Isto significaria apostasia
total de Israel.
3.3)-
Falso Malaquias fala hoje, como Malaquias
Trazei todos os dízimos à casa do tesouro,
para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz
o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar
sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes. Malaquias 3:10
Quem não conhece este versículo do Antigo
Testamento? Quantas vezes ele foi usado para
persuadi-lo a dar os dízimos, com estas mesmas promessas de abertura das
janelas dos céus, dito por algum pastor ou pessoa indicada pela igreja, antes
de cada sermão? Quando a igreja está precisando de mais dinheiro para
construção, reforma do templo ou reajuste do salário do pastor, ou outras
despesas, a pressão aumenta e o povo é persuadido a voltar a dar o seu
“dízimo”. O que houve depois da doação dos dízimos? E a “maior abastança”, por
que nunca vem? E as janelas dos céus, por que nunca se abrem? Será por quê?
Será que você falhou nesse “negócio” com a igreja? Por que Deus não ouve esses
pastores que o garantem a você? Por que Deus não está nesse negócio? Já era
para você estar rico! Mas rico, estão somente os negócios das
mega igrejas! Por que?
A voz do falso Malaquias é mais ou menos
assim: Vocês conhecem o irmão fulano? Quando ele passou a ser fiel nos dízimos,
tudo passou a dar certo para ele. Agora está rico; com três carros importados
na garagem, sua casa é uma mansão, sua Empresa está de vento
em popa, tem fazenda, seus filhos estudam em escolas particulares,
viajam para o exterior, a conta bancária está cheia etc. etc. etc. Quem quiser
ficar rico como o irmão fulano, tem que ser dizimista! Tragam os dízimos à casa
do tesouro e Deus vai abrir as janelas dos céus e derramar dinheiro sob a
cabeça de vocês.
Por que Deus só “abençoa” uma ínfima porção
de seus filhos dizimistas? E a grande maioria que está
a comer na tábua de pirulito? Quantos irmãos inocentes andam quilômetros para
chegarem à igreja, porque o dinheiro da passagem “tem que ser” dizimado! Porque eu sei isto que,
depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão
ao rebanho; Actos 20:29. Quantas pessoas inocentes e ignorantes
estão sendo enganadas por esses falsos pastores! Esses pobrezinhos estão
passando por grandes privações; deixando até de alimentar os seus filhos para
engordar as contas bancárias milionárias destas mega-igrejas multinacionais;
enchendo suas malas de milhões e milhões de dinheiro; compram avião à jato, de
mais de duzentos milhões de dólares; prometem bênçãos vindas dos céus sem a
aquiescência de Deus.
4)-
Dízimos no evangelho de Cristo
Ai
de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais
importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas,
e não omitir aquelas. Mateus 23:23
Mas
ai de vós, fariseus, que dizimais a
hortelã, e a arruda, e toda a hortaliça, e desprezais o juízo e o amor de Deus.
Importava fazer estas coisas, e não
deixar as outras. Lucas
11:42
Jesus, no primeiro versículo, aconselha os
escribas e fariseus à: “não omitir aquelas” (coisas),
ou seja: dizimar a hortelã, o endro e o cominho, depois de repreendê-los por
desprezar o mais importante da (velha) lei: juízo, misericórdia e fé. Já no
segundo versículo, aconselha os fariseus a “não deixar as outras” (coisas), ou
seja: dizimar a hortelã, a arruda e toda a hortaliça, depois de censurá-los por
desprezarem o mais importante: o juízo e o amor de Deus que estavam na velha
Lei.
À primeira vista, parece que Jesus homologa a
velha lei dos dízimos! Mas a velha constituição ainda estava em vigor! Jesus
nunca poderia proibir uma lei que estava em vigor. Nunca poderia proibir os
fariseus de dizimar! Os acontecimentos dos quatros evangelhos e a vida de
Cristo estavam ainda no Velho Testamento.
Existem duas formas de vermos o Novo
Testamento: se considerarmos os livros que o compõe, o NT vai de Mateus a
Apocalipse. Mas se considerarmos o Novo Testamento como a nova aliança, o novo
pacto de Deus, o mesmo só aconteceu depois do sangue derramado na cruz: Pois onde há testamento,
necessário é que intervenha a morte do testador. Porque um
testamento não tem força senão pela morte, visto que nunca tem valor enquanto o
testador vive. Pelo que nem o primeiro pacto foi consagrado sem sangue. Hebreus 9:16/18.
5)- Dízimos no sacerdócio de Cristo
Neste tópico, teremos de considerar o Novo
Testamento, como sendo tão somente a partir da morte
de Cristo; fato crucial para o começo do Novo (segundo) Testamento e o fim do
primeiro (Velho) Testamento. Assim sendo, podemos dizer que Jesus não viveu (em
carne), no Novo Testamento. Os dízimos, juntamente com toda a velha Lei e seu
sacerdócio, morrem com Cristo, encerrando de vez, com o velho pacto, (o “tudo
está consumado”).
A partir da morte
de Cristo, não se vê mais em lugar nenhum na bíblia, a prática de dízimos. O
apóstolo Paulo e os outros escritores nunca, em nenhuma de suas cartas,
mencionaram esta prática muito conhecida por eles e os judeus. Certamente que não deixariam de mencioná-la
em várias oportunidades, se reconhecessem que se poderia aproveitá-la.
Paulo recolheu ofertas para os pobres de Jerusalém, em reconhecimento às
preocupações do Mestre para com os necessitados; mas isso é outra história.
Estamos falando somente da lei dos dízimos.
5.1)- O Livro aos Hebreus
A
partir do livro dos Atos dos Apóstolos, assim que Jesus morre, ressuscita e é
assunto aos céus, ainda temos menções dos dízimos, principalmente em Hebreus,
que foi escrito mais ou menos entre as décadas de 60 e 90 DC.
5.1.2)- Hebreus 7 (Todo o capítulo)
Pegaremos
somente nos versículos: 5,11,12,13,15,18,19,22e 28 deste capítulo:
5.1.3)- Hebreus 7:5
E os
que dentre os filhos de Levi recebem
o sacerdócio, têm ordem, segundo a
lei, de tomar os dízimos do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que
estes também tenham saído dos lombos de Abraão.
Algumas
pessoas da tribo de Levi (levitas), legalmente, tinham o direito de “tomar” os
dízimos do povo. Essa ordem se estendia somente ao povo judeu (seus irmãos).
Quem
tinha ordem segundo a lei, de tomar os dízimos? Os levitas. Quem devia dar os
dízimos? Os judeus, seus irmãos.
5.1.4)- Hebreus 7:11
De
sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (pois sob este o povo
recebeu a lei), que necessidade havia
ainda de que outro sacerdote (Cristo) se levantasse,
segundo a ordem de Melquisedeque, (ordem dos jebuseus?) e que não fosse contado segundo a ordem de Arão?
Se a
perfeição tivesse sido atingida pelo sacerdócio de Arão (designado para a
aplicação da lei para os judeus), não haveria necessidade de que o sacerdócio
de Cristo fosse levantado. O sacerdócio arônico
recebeu a lei para fazê-la cumprir, mas não conseguiu nenhuma perfeição para os
“seus irmãos”, com a mesma. Por isso mesmo, houve necessidade de que se
levantasse outro sacerdócio de uma outra ordem bem diferente. (dos jebuseus?).
Arão
não era um modelo completo para que se fixasse em seu nome, uma ordem
sacerdotal exemplar: E Arão lhes disse:
Arrancai os pendentes de ouro, que estão nas orelhas de vossas mulheres, e de
vossos filhos, e de vossas filhas, e trazei-mos. Então todo o povo arrancou os
pendentes de ouro, que estavam nas suas orelhas, e os trouxeram a Arão. E ele
os tomou das suas mãos, e trabalhou o ouro com um buril, e fez dele um bezerro
de fundição. Então disseram: Este é teu deus, ó Israel, que te tirou da terra
do Egito... Assim tornou-se Moisés ao SENHOR, e disse: Ora, este povo cometeu
grande pecado fazendo para si deuses de ouro... e caíram do povo aquele dia uns
três mil homens... Assim feriu o SENHOR o povo, por ter sido feito o bezerro
que Arão tinha formado. Êxodo
32. Já Melquisedeque, segundo tudo indica, era uma pessoa exemplar e irrepreensível.
Seu sacerdócio não foi instituído segundo lei carnal, mas baseado no modelo de
sua própria pessoa; ao contrário de Arão.
Se o
sacerdócio levítico tivesse alcançado a perfeição, Cristo viria? Não, porque
não haveria necessidade.
Quem
foi encarregado de fazer cumprir a lei? O sacerdócio levita. Quem era alcançado
por essa lei? Os judeus. Por que esse sacerdócio caiu? Porque não deu conta de
trazer a perfeição para os judeus. Vós, que recebestes a
lei por ordenação dos anjos, e não a guardastes. Actos 7:53.
5.1.5)- Hebreus 7:12
Pois, mudando-se o sacerdócio, necessariamente
se faz também mudança da lei. Para
mim, esse versículo é um divisor de águas! Quem o lê de maneira isenta, não
terá nenhuma dificuldade em viver e aceitar somente o sacerdócio de Cristo.
Dizendo Nova aliança, envelheceu a primeira.
Ora, o que foi tornado velho, e se envelhece, perto está de acabar. Hebreus 8:13.
O
sacerdócio Arônico caiu. Houve mudança (troca) de
sacerdócio. Cada sacerdócio traz a sua própria lei. Um sacerdócio não emprega lei de outro sacerdócio.
Por
que houve a mudança da lei? Porque se mudou o sacerdócio.
5.1.6)- Hebreus 7:13
Porque
aquele, (Cristo) de quem estas coisas se dizem, pertence a outra tribo, da
qual ninguém ainda serviu ao altar, (tribo de Judá).
O sacerdócio de
Cristo entrou no lugar do sacerdócio de Arão (levitas), que o marcou com
excessos de legalismos, liturgias, sacrifícios e muita “religiosidade”. Era uma
tribo destinada aos serviços religiosos e seu regime era puramente sacramental;
litúrgico, dogmático, sacrificial, eclesiástico etc. a mesma ladainha todos os
dias. Toda a transgressão era resolvida com sacrifícios feitos no tabernáculo,
mas havia casos em que se aplicava a pena de morte; reflexos de uma cultura que
pouco valorizava a vida humana. Os
freqüentes rituais da velha lei eram cumpridos pelos sacerdotes levíticos. Disse o Senhor a Arão: Tu e teus filhos, e a casa de teu pai
contigo, levareis sobre vós a iniqüidade relativamente
ao santuário; tu e teus filhos contigo levareis sobre
vós a iniqüidade relativamente ao vosso sacerdócio. Números 18:1
Já o sacerdócio de Cristo, é marcado pela consciência pessoal: Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 2ª Coríntios 4:2.
Cristo
veio para o perdido: Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se
havia perdido Lucas 19:10, dando-lhe créditos
de confianças em si mesmo: Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece Filipenses 4:13.
Agora Deus não está no Templo de Jerusalém, covil de ladrões, E disse-lhes: Está
escrito: A minha casa será chamada casa de oração; mas vós a tendes convertido
em covil de ladrões. Mateus 21:13.
O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens. Actos 17:24; mas habita em seu íntimo, no coração e mente. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está entre vós Lucas 17:21.
Jesus
não tinha vocação para sacramentos e simbolismos religiosos. Era um homem que
se misturava às multidões.
Por
que Jesus veio de uma tribo totalmente diferente da dos levitas, sem nenhuma
vocação religiosa? Justamente para instituir um sacerdócio bem diferente do
deles, que não deu certo.
5.1.7)- Hebreus 7:15
E
ainda muito mais manifesto é isto, se à semelhança de Melquisedeque
se levanta outro sacerdote.
De
Melquisedeque não se sabia nada sobre sua origem humana. Se fosse judeu,
certamente seria contada a sua genealogia. Sabemos que era rei e sumo sacerdote
do Deus altíssimo, da região dos jebuseus. Cristo, que era dessa ordem; era
além do mais, eterno. Isso é o mais importa para nós: Não temos um sacerdote
humano; mortal e imperfeito, seja lá de que
descendência for. Nosso sacerdote está nos céus com o seu tabernáculo que é
eterno. O sacerdócio de Cristo, tal como o de Melquisedeque, se baseia em sua
própria imagem pessoal, não tendo origem em leis carnais.
5.1.8)- Hebreus 7:18
Pois,
com efeito, o mandamento anterior (a constituição do sacerdócio de Arão,
levítico), é ab-rogado (termo jurídico que
se emprega à lei que foi anulada por completo), por causa da
sua fraqueza e inutilidade.
O escritor não poupa palavras para emitir o seu conceito sobre a velha lei. O mandamento anterior é a constituição que foi anulada. Ab-rogar, juridicamente, quer dizer: anular uma lei por completo. Não se aproveita nada do que foi legalmente “ab-rogado”.
Por
que o mandamento anterior foi ab-rogado? Porque era inútil, fraco e não se
prestava. Não atendia mais à utilidade a que foi destinado. Havia chegado a
hora da mudança total.
5.1.9)- Hebreus 7:19
(pois
a lei nenhuma coisa aperfeiçoou), e desta sorte é introduzida uma melhor
esperança (o sacerdócio de Cristo), pela qual nos
aproximamos de Deus.
O sacerdócio de Cristo veio para nos dar uma melhor esperança. Torno a frisar: a lei do sacerdócio dos levitas não prestava para nada e não há razão para desprezarmos o sacerdócio de Cristo (nossa única esperança) e pinçar do passado, resquício de trapos. Se quisermos nos aproximar de Deus, não será por nenhuma lei veterotestamentária. E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. 2ª Coríntios 12:9
5.1.10)- Hebreus 7:22
De
tanto melhor pacto Jesus foi feito fiador.
A lei de Cristo é muito melhor! Quem nos garante é Ele. Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo. Gálatas 6:2. Para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei. 1ª Coríntios 9:21. Toda lei nova é aprimorada em cima de outra obsoleta. Este é um princípio constitucional universal.
O novo pacto, do
sangue derramado (Porque isto é o meu sangue, o
sangue do Novo Testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos
pecados Mateus 26:28), foi a libertação de tudo que se referia à
suntuosidade e glória do Templo e de seus eclesiásticos sacerdotes. Deus já não
estaria no Templo, mas no íntimo de cada pessoa: Já não haveria sacerdotes no
Templo, porque já não haveria mais Templo; nem pedra sobre pedra dele.
Sacerdotes e templos somos todos nós: Ou não sabeis que o
vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de
Deus, e que não sois de vós mesmos? 1ª Coríntios 6:19. Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que
anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa
luz; 1ª Pedro 2:9.
Já não haveria
mais lugar certo de adoração; nenhum lugar certo ou marcado já não era
importante para se adorar. Já não se precisava de grandes ajuntamentos
(peregrinações) de pessoas. Nosso quarto de dormir e nosso próprio corpo, passaram a ser o templo de Deus, o lugar onde Ele habita.
O monte Gerizim e o Templo, não tinham mais importância: Disse-lhe Jesus: Mulher crê-me que a hora vem,
em que nem neste monte (de Gerizim) nem em Jerusalém (no Templo) adorareis o Pai. Vós adorais o que não
sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus. Mas a hora vem, e agora é, em que os
verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai
procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o
adoram o adorem em espírito e em verdade. João 4:21/24. Mas tu, quando
orares, entra no teu aposento e,
fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê
em secreto, te recompensará publicamente.
Mateus 6:6.
Já não
haveria mais ritualismos, sacrifícios de profissionais religiosos, raça de
víboras, mercadores do Templo, covis de ladrões, homens privilegiados nos
serviços religiosos. Caiu o deus do dinheiro; do ego, dos centralizadores de
poder, dos falsos humildes, falsos santos exploradores de órfãos e viúvas.
Deuses de títulos eclesiásticos; da hipocrisia, do religiosismo,
da intolerância, do fanatismo. O deus do “toma-lá-dá-cá”.
Por
que toda essa mudança? Porque Jesus era da ordem de Melquisedeque, de Jebus, terra de cegos e mendigos, da linhagem da tribo de
Judá, tribo de pessoas humildes e trabalhadoras. Jesus era povão; dos pobres,
oprimidos, perdidos e pecadores. Era dos cegos, mendigos e doentes. Jesus era
da rua, onde o povo estava. Era dos ricos que não se sentiam bem, ricos. Era
dos ladrões que não se sentiam bem, ladrões. Das prostitutas que não se sentiam
bem, prostitutas. Era poeira, suor e cansaço das estradas. Era lágrima do amor
e amor da lágrima. Eis a grande notícia dada a João Batista: Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos,
e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o
evangelho. Mateus 11:5. Este é o evangelho do filho do
carpinteiro, de Jesus de Nazaré, o filho de Deus.
5.1.11)- Hebreus 7:28
Porque
a lei constitui sumo sacerdotes a homens (sacerdotes levitas), que têm fraquezas,
mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho (Cristo), para sempre
aperfeiçoado.
A velha Lei não fundamentou o seu sacerdócio em
cima de uma pessoa aperfeiçoada (Arão). Nomeou a sua ordem sobre aquele que
melhor se poderia ter no momento; mas o sacerdócio de Cristo foi fundamentado sobre
a palavra do juramento depois de instituída a Lei; mas na onisciência de Deus,
antes da fundação do mundo. Cristo sempre obteve a perfeição de que a lei
almejava, tanto que a cumpriu integralmente.
6)- A velha ordenança e a Lei de Cristo -
Considerações-
Apesar
das redundâncias deste escritor, ainda há pessoas que teimam em “repristinar”
(termo jurídico designado para aproveitar lei que foi revogada) os mandamentos
dirigidos aos israelitas e tomar para si, lei que nada lhe diz respeito.
Se,
sou brasileiro e tenho a Constituição portuguesa às mãos, sem ter quaisquer
relações com aquele país, não preciso me preocupar em viver de acordo com
aquela Constituição. Posso, no máximo, fazer pesquisas para efeito de
conhecimentos. Tenho que obedecer à Constituição de meu país. Não preciso me
adequar a uma Constituição que não foi feita para mim, num lugar onde não vivo;
seria perda de tempo. Preocupo-me somente com a lei de Cristo, essa, sim, foi
dirigida a mim.
Se,
estou no trânsito a conduzir meu carro por qualquer rua do Brasil, e cometo uma
infração; o guarda de trânsito não pode me punir com uma lei de trânsito da
Inglaterra. Ainda mais se essa lei já tenha sido ab-rogada há muito tempo!
Mesmo para os
judeus atuais, a velha lei foi revogada há muito tempo; pois já não atendia
mais às funções para que foi criada. Tudo por causa de seus sacerdotes que eram
fracos. Era lei para ser executada por pessoas que se corromperam ao longo do
tempo. Raça de víboras, como podeis vós dizer boas
coisas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca.
Mateus
12:34.
E,
vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus, que vinham ao seu batismo,
dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? Mateus 3:7.
Em
qualquer Constituição, toda e qualquer lei deve ser executada pelas autoridades
nela especificadas. Isso se chama competência de autoridade ou sujeito ativo de
direito. Também, deve prever as pessoas alcançadas pela tal lei; sujeito
passivo de direito. No caso dos dízimos, não foge a essa regra: E os que dentre os filhos de Levi recebem o
sacerdócio, têm ordem, segundo a lei, de
tomar os dízimos do povo, isto é, de seus irmãos. Hebreus 7:5
Ainda
que alguém do Brasil resolva dar dez por cento de “qualquer coisa de valor
material”, não seria dízimo, pois este já não existe e teria que ser da
produção agropecuária. E se existisse esse alguém,
teria de ser judeu; porque somente os judeus tinham esse dever. Ainda, se a lei
estivesse em vigor e algum judeu resolvesse cumpri-la hoje, com os seus
“dízimos”, teria de achar um levita para tomá-los, mas estes já não existem e
já não teriam a lei para ampará-los.
Ainda
que a velha lei estivesse em vigor em Israel, outros povos que não os judeus,
não teriam a obrigação de cumpri-la, dentro e fora daquele Estado. Foi feita
para aquele povo específico, para o atender em um determinado tempo, num
determinado lugar. No Direito, isso se chama eficácia da lei no tempo e no
espaço.
Quando
houve o derramamento do sangue de Cristo na cruz, na sua morte, o véu foi
rasgado: E Jesus, clamando outra vez com grande
voz, rendeu o espírito E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a
baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras Mateus 27:50/51.
Esse “rasgue” do véu tem um grande significado: o lugar santíssimo de dentro do
Templo foi escancarado; abriu-se uma cortina mundial. Acabou-se a função do
Templo e com este, foi-se a profissão sacerdotal. A velha lei foi cumprida por
Cristo no lugar daqueles sacerdotes. Sem lei não há Templo, sem Templo não há
lei, nem sacerdotes. O sangue derramado estabeleceu o Novo Testamento de
Cristo. E disse-lhes: Isto é o meu sangue, o
sangue do novo testamento, que por muitos é derramado Marcos
14:24. O novo testamento de
Cristo é para o mundo inteiro: Porque Deus amou o mundo (humanidade) de tal maneira.... João 3:16
7)- Dízimos hoje? Pra quê?
A lei
do dízimo está empacotada na velha constituição. Se a lei do mandamento
anterior foi “ab-vogada”, e Cristo e os apóstolos não a “repristinaram”,
ninguém deve argumentar sobre a sua validade em separado. Toda a lei da velha
constituição foi “ab-rogada” pelo seu cumprimento total em Cristo; estão em pé
de igualdade uma com as
outras; valem a mesma coisa, isto é: nada.
Por
que se fala tanto em dízimo neste capítulo 7 de Hebreus, que trata desses dois
sacerdócios distintos? Porque é um têrmo da velha lei
que mais caracterizava aquele sacerdócio. O dízimo existia, por sua causa; para
a sua sustentação e subsistência. Ao levita, não lhe era permitido ter fontes
de rendas; não lhe deram esse “Direito”. Não trabalhava como os das outras
tribos e eram sustentados por elas, através de sua única fonte de subsistência
(não fonte de renda) própria: os dízimos.
O
livro aos Hebreus é suficiente para dirimir quaisquer dúvidas que possam
existir, quanto à obrigatoriedade de cumprir e permissividade de exigir
qualquer lei da velha ordenança dentro do sacerdócio atual, que é o de Cristo.
Muitas vezes tropecei nesse capítulo, sob outras orientações! O verso 12 é de
importância crucial: Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz
também mudança da lei Hebreus 7:12
Não
deveria, mas estou a tentar expor em separado, o meu entendimento atual sobre uma
das várias leis, do Velho Testamento, que é a dos dízimos. Para que fazer
argumentações sobre a validade ou não de uma das leis de uma Constituição que
foi “ab-rogada”?
7.1)-
Igreja precisa de dinheiro, não de dízimos.
A única “razão” da existência do dízimo nas
igrejas é somente para a sua necessidade financeira (o dízimo atual vem em
forma de dinheiro, diferentemente da redação da velha lei). Não o aboliram,
porque sem ele, não sobreviveriam, ou pelo menos pensam assim. Alguns pastores;
pasmem, sabem que não têm autoridade para cobrá-los, e mesmo assim, cobram,
configurando no maior estelionato do mundo!
Outro dia, perguntei a um pastor, em um
determinado endereço na internet, por que ainda cobrava os dízimos? Ao que ele
me disse: Porque sem eles, a obra não subsiste. Temos muitas despesas com
salários dos pastores, missionários etc. Não argumentou nada sobre a validade
ou não dos dízimos nos dias atuais. O pensamento dele é o da maioria: não
importa de onde vem o dinheiro; precisamos dele. O fim justifica os meios. O
mais assustador é que têm a consciência tranqüila (cauterizada). Isso não os
perturba nem lhes tira o sono.
7.2)-
Os lobos
Porque
eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis,
que não pouparão ao rebanho Actos 20:29. Quantas pessoas inocentes e ignorantes
estão sendo enganadas por esses falsos pastores! Famílias inteiras estão
passando por grandes privações para seguirem os seus dogmas fundamentalistas de
indulgências e inquisições; deixando até de alimentar os seus filhos para
engordar as contas bancárias milionárias destas mega-igrejas multinacionais;
enchendo suas malas de milhões e milhões de dinheiro.
Fazer analogias e semelhanças entre o
sacerdócio levita e os “sacerdócios” de vários títulos religiosos de hoje, fica
ainda mais complicado para eles!
7.3)-
“O espírito da letra” do Dízimo
Como o
dízimo nasceu de uma Constituição (velha ordenança); é uma lei. Então
forçosamente teremos de estudá-la, para entender o que pretendia o seu
Legislador. Para isso devemos atentar para vários aspectos. Afinal, como e por
que surgiu essa lei?
Qual
era o “espírito da letra” dos dízimos, naquela época? O que era realmente o dízimo,
ou que tipo de mercadorias podiam ser dizimadas? Como era a sua redação, na
velha lei? Quem tinha o dever de dar os dízimos? Quem tinha o Direito de
“tomar” os dízimos? Qual o âmbito de ação dessa lei, no espaço e no tempo? Além
dos sacerdotes (levitas), quem mais poderia ser beneficiado com os dízimos?
Podemos colocar em pé de igualdade os sacerdotes descendentes de Arão com os
pastores, bispos, apóstolos, padres, papa, ou qualquer pessoa que detenha
títulos religiosos de hoje? Dízimos podem comprar carros, emissoras de rádio e
televisão, templos ou outro tipo de negócio? Podem sustentar alguma família de
brasileiro ou outro cidadão? Podem deixar de contemplar os mais necessitados?
Toda a
lei veterotestamentária surgiu dos diálogos de Deus, com Moisés e Arão e era
dirigida para aquela gente, naquele tempo e lugar. Tudo o que Deus dizia aos
dois juntos, ou em separado, se transformava em lei, quando estes a anunciavam
ao seu povo.
8)- Conclusão:
A pergunta agora é: o
que vou fazer com os meus dízimos?
Tenho uma sugestão para você. Queres dar uma oferta de gratidão; não de pressão, obrigação ou visando retribuições de Deus, que seja dez por cento de alguma coisa? Vá a um lugar da periferia; na parte mais pobre e dê o seu “dízimo”. Converta-o em cestas básicas e distribua-o de acordo com as necessidades de cada família. Desse “dízimo”, eu sou a favor. Tenho certeza absoluta de que Deus irá gostar e muito de sua atitude. Você estará atendendo a uma das “cláusulas” da velha lei (Deuteronômio
David Oliveira - julho de 2005
Bibliografia: Alguns sites de domínio público, sobre o assunto.
Veja
outros artigos sobre a doutrina do dízimo em Temas polémicos nesta página da
internet.