Dízimos e Sacerdócios (DO)

(Deverá “clicar” nas referências bíblicas, para ter acesso aos textos)

 

 

Introdução

 

Estudar o Velho Testamento é mergulhar na janela do passado. É como assistir a um desses filmes de ficção, em que o personagem mergulha numa máquina do tempo e cai numa das cenas da história. Suponha que caía na seguinte cena: uma cidadezinha antiga da Palestina, chamada Gibeá, perto de Jebus (1), antiga Jerusalém. Numa de suas praças, um velho, um homem adulto com sua mulher e seu empregado. Aí vem a seguinte narração:

Então disse o ancião: Paz seja contigo; tudo quanto te faltar fique ao meu cargo; tão-somente não passes a noite na praça. E levou-o à sua casa, e deu pasto aos jumentos; e, lavando-se os pés, comeram e beberam.

Estando eles alegrando o seu coração, eis que os homens daquela cidade (homens que eram filhos de Belial) cercaram a casa, batendo à porta; e falaram ao ancião, senhor da casa, dizendo: Tira para fora o homem que entrou em tua casa, para que o conheçamos. E o homem, dono da casa, saiu a eles e disse-lhes: Não, irmãos meus, ora não façais semelhante mal; já que este homem entrou em minha casa, não façais tal loucura. Eis que a minha filha virgem e a concubina dele vo-las tirarei fora; humilhai-as a elas, e fazei delas o que parecer bem aos vossos olhos; porém a este homem não façais essa loucura. Porém aqueles homens não o quiseram ouvir; então aquele homem pegou da sua concubina, e lha tirou para fora; e eles a conheceram e abusaram dela toda a noite até pela manhã, e, subindo a alva, a deixaram. E ao romper da manhã veio a mulher, e caiu à porta da casa daquele homem, onde estava seu senhor, e ficou ali até que se fez claro. E, levantando-se seu senhor pela manhã, e abrindo as portas da casa, e saindo a seguir o seu caminho, eis que a mulher, sua concubina, jazia à porta da casa, com as mãos sobre o limiar. E ele lhe disse: Levanta-te, e vamo-nos, porém ela não respondeu; então, levantando-se o homem a pôs sobre o jumento, e foi para o seu lugar. Chegando, pois, à sua casa, tomou um cutelo, e pegou na sua concubina, e a despedaçou com os seus ossos em doze partes; e enviou-as por todos os termos de Israel. Juízes 19:20/29

Este é um dos casos mais revoltantes de toda a Bíblia! Imagine a maldade daquele marido, de empurrar sua mulher para fora, para as mãos daqueles crápulas, como se faz com um “boi de piranha” (2). Imagine essa mulher sendo estuprada e humilhada por aqueles homens a noite inteira sem piedade. Imagine o que fizeram com ela, a ponto dela não agüentar mais e cair quase morta à porta daquela casa, pela manhã! Depois, como um louco, esquartejou-a como a um animal selvagem, sem nenhuma consideração. Imagine a maldade de um pai, em querer entregar sua filha ainda virgem nas mãos daqueles homens, para livrar a sua pele! Imagine qual o valor que se dava a uma mulher, naquela época!    

Muitas pessoas, ainda hoje, querem trazer costumes e práticas daquela época, para os nossos dias. Existem boas coisas lá, assim como em todas as culturas e religiões, que podem servir de exemplos a serem seguidos atualmente, mas no geral, são histórias estranhíssimas, como esta, que não entra na nossa mente. São culturas, quase pré-históricas de um tempo remoto, atrasadíssimo. “Aquele homem”, o esquartejador da história, era, nada menos que um levita! Sim, um homem religioso!

Estudar o Velho Testamento é ver como o ser humano é covarde, egoísta, preconceituoso, cruel e animalesco. Não evoluímos muito, de lá para cá. Veremos que a história se repete e tudo o que o homem era, continua sendo nas versões da modernidade.

Estudar o sacerdócio do Velho Testamento é em grande parte estudar a sua forma de subsistência chamada de dízimos; instituído em forma de estatuto, com redação bem definida; apesar disso constitui o grande bicho de sete cabeças de hoje. No sacerdócio de Cristo não há obrigação de contribuir, nem obrigação de ser beneficiado em alguma contribuição. Essas são as marcas mais importantes para nós, desses dois únicos sacerdócios da bíblia. A marca mais importante do Velho Testamento é o seu regime legalista. Teriam que cumprir a velha lei escrita; ditada por Deus a Moisés e Arão. O seu âmbito de ação era a velha Lei; o que faziam ou deixavam de fazer, estava escrito na velha lei. No sacerdócio de Cristo, não há legalidade escrita e seu âmbito de ação, quem determina é a consciência ou coração: Esta é a aliança que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seus corações, E as escreverei em seus entendimentos; acrescenta: Hebreus 10:16. A graça é a lei, na forma branda do coração: Mas graças a Deus porque, outrora escravos do pecado (no tempo da lei), contudo viestes a obedecer de coração à forma de doutrina a que fostes entregues. Romanos 6:17. A Lei está para os sacerdotes levitas, assim como a Graça está para o sacerdote de Cristo. Não se poderá, como veremos, misturar nunca esses dois regimes.

 

1)- A primeira menção de dízimo no Velho Testamento       

 

A primeira menção de dízimo no Velho Testamento, veio na forma de agradecimento de Abraão, depois daquela matança toda (Para quem não sabe, Essa história está em Gênesis 14), quando Melquisedeque (3), sacerdote do Deus altíssimo foi ao seu encontro levando pão e vinho, elementos que prefiguraram a Cristo. Melquisedeque era rei e sacerdote de Salém. O fato é que Abraão, juntamente com sua criadagem, matou aqueles pobres coitados que tiveram a petulância de roubar os bens e mulheres de seu sobrinho Ló e de toda a Sodoma e Gomorra! E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; E bendito seja o Deus Altíssimo que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo (Vr. 18). Vale salientar, que nesse “dízimo de tudo”, não estão incluídos os bens do rei de Sodoma: E o rei de Sodoma disse a Abrão: Dá-me a mim as pessoas, e os bens toma para ti. Abrão, porém, disse ao rei de Sodoma: Levantei minha mão ao SENHOR, o Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra, - Jurando que desde um fio até à correia de um sapato, não tomarei coisa alguma de tudo o que é teu; para que não digas: Eu enriqueci a Abrão. Pode ser que Abraão não quisesse nada dos despojos de Sodoma ou somente da família do rei. Restam os bens de Gomorra e suas mulheres. Se Abraão deu o dízimo de tudo (fora os bens do rei de Sodoma ou da sua cidade), as mulheres (consideradas mercadorias), de Gomorra entraram nesse “dízimo de tudo?” Logicamente ele não deu o dízimo da parte de Aner, Escol e Manre: Salvo tão-somente o que os jovens comeram, e a parte que toca aos homens que comigo foram, Aner, Escol e Manre; estes que tomem a sua parte (Vr. 24), nem da parte de seu querido sobrinho Ló, que foi o motivo de toda aquela vingança. 

Aqui fica clara a “noção de dízimo” para Abraão: tudo o que era despojo; ou bens que não eram seus e que foram conquistados para aquelas pessoas que sofreram aquelas agressões. Penso que não é um bom exemplo para ser aplicado aos santos de nossa época. Não saberemos nunca, se Abraão também dava o dízimo do que era realmente dele, ou nestes moldes, e se o fazia de maneira regular, porque antes e depois dessa tragédia, não há mais menção do sanguinário Abraão dando dízimos. Foi apenas um caso isolado, ou pelo menos é tudo o que sabemos desse patriarca judeu (ou Caldeu?).

 

1.2)- O povoado de Salém

 

Jebus era uma localidade das redondezas do povoado que viria ser Salém, habitação que viria a ser Jerusalém; dos Jebuzeus, os descendentes de Jebus, filho de Canaã. Génesis 10:16 e Génesis 15:21. Não se sabe se foram eles os primitivos habitantes, ou se substituíram a uma raça, ainda mais antiga. A primeira referência aos jebuseus foi feita pelos espias, quarenta anos antes da entrada dos israelitas na Terra Santa Números 13:29. Eles Constituíam uma forte e vigorosa tribo. Disto prova o fato de conservar o seu poder na forte cidadela de Jebus até ao tempo de Davi: E partiu o rei com os seus homens a Jerusalém, contra os jebuseus que habitavam naquela terra; e falaram a Davi, dizendo: Não entrarás aqui, pois os cegos e os coxos te repelirão, querendo dizer: Não entrará Davi aqui. Porém Davi tomou a fortaleza de Sião; esta é a cidade de Davi. Porque Davi disse naquele dia: Qualquer que ferir aos jebuseus, suba ao canal e fira aos coxos e aos cegos, a quem a alma de Davi odeia. Por isso se diz: Nem cego nem coxo entrará nesta casa. 2ª Samuel 5:6/8.

O fato de Melquisedeque pertencer a esse povo (uma ordem não mencionada) e não a um descendente hebreu, desmistifica a compreensão de que os judeus, e somente os judeus eram o povo de Deus. Jesus é considerado sacerdote da ordem de Melquisedeque e este, descendente do cananeu Jebus, ou uma outra raça mais antiga; considerada maior que a ordem de Arão, dos judeus.

 

2)- Segunda menção de dízimos no Velho Testamento

 

A próxima menção de dízimos foi a de Jacó: Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer, e vestes para vestir; - E eu em paz tornar à casa de meu pai, o SENHOR me será por Deus; E esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo. Génesis 28:20/22. Jacó faz um “negócio” com Deus e propõem algumas imposições e condições num determinado momento de sua vida. Se Deus: 1) fosse com ele naquela viagem; 2) o guardasse na viagem; 3) desse pão para ele (na viagem); 4) vestes para vestir (na viagem); 5) voltar em paz no retorno da viagem; então: 1) ele passaria a considerar Deus (depois da viagem), o seu Deus (por quê Jacó, o filho do crente Abraão, ainda não se tinha convertido)? 2) consideraria aquele lugar (da coluna de pedra), como a casa de Deus; e 3) daria o dízimo de tudo o que Deus lhe desse, depois da viagem.

Noção de dízimo para o incrédulo Jacó: pagamento ou oferta a Deus, depois Dele ter satisfeito todas as suas imposições e condições. O dízimo seria somente daquilo que tivesse conseguido naquela viagem:nesta viagem que faço”. Também este não é um bom exemplo para se aplicar aos santos de nossos dias, creio. Não saberemos nunca, se Jacó, no tempo de sua incredulidade, ou fora dela, dava regularmente o dízimo do que era realmente dele, ou se o dava a cada imposição e condição; pois não há mais relatos de Jacó dando os dízimos na Bíblia.

Por esses dois patriarcas, podemos dizer que os dízimos eram doações tiradas daquilo que não era deles. Abraão deu o dízimo de tudo o que não lhe pertencia; e Jacó prometeu dízimos, frutos de suas imposições e condições de uma futura aventura. Não havia ainda uma regra para se conceituar, como sendo dízimo; era muito relativo, e muito nebuloso.

 

2.1)- Dízimo no monte Sinai

 

FALOU mais o SENHOR a Moisés, dizendo (entre outras coisas): Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do SENHOR; santas são ao SENHOR. Porém, se alguém das suas dízimas resgatar alguma coisa, acrescentará a sua quinta parte sobre ela. No tocante a todas as dízimas do gado e do rebanho, tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao SENHOR. Não se investigará entre o bom e o mau, nem o trocará; mas, se de alguma maneira o trocar, tanto um como o outro será santo; não serão resgatados. O SENHOR ordenou a Moisés, para os filhos de Israel, no monte Sinai. Levítico 27:1 e Levítico 27:30/34.

A legalidade dos dízimos na era levítica começa a existir. Esta é uma típica lei “mosaica” com as instruções de Deus muito bem definidas, e não entraremos nos seus pormenores. Estes são os mandamentos que o Senhor ordenou a Moisés, (o responsável pelo seu cumprimento); para os filhos de Israel, (para quem era direcionada a lei); no monte Sinai (lugar da aplicação dessa lei).

E, perante o SENHOR teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer ao SENHOR teu Deus todos os dias. E quando o caminho te for tão comprido que os não possas levar, por estar longe de ti o lugar que escolher o SENHOR teu Deus para ali pôr o seu nome, quando o SENHOR teu Deus te tiver abençoado; Então vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que escolher o SENHOR teu Deus; E aquele dinheiro, darás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; come-o ali perante o SENHOR teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa; Porém não desampararás o levita que está dentro das tuas portas; pois não tem parte nem herança Ao fim de três anos tirarás todos os dízimos da tua colheita no mesmo ano, e os recolherás dentro das tuas portas contigo. Então virá o levita (pois nem parte, nem herança tem contigo), e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão; para que o SENHOR teu Deus te abençoe em toda a obra que as tuas mãos fizerem. Deuteronômio 14:23/29.

O dízimo era comido pelo dizimista, num determinado lugar (no campo) em que Deus designava para “lembrar o Seu nome” (em festas de agradecimentos pela colheita). Comiam: grãos, mosto, azeite, vacas e ovelhas (primogênitas).

Quando o lugar da festa (designado por Deus), era longe, podiam vender seus dízimos (alimentos) e com aquele dinheiro, comprar qualquer coisa de comer, até bebida forte! E certamente faziam grandes festas familiares em louvor a Deus pelas suas colheitas. Além dos familiares, eram beneficiados dos dízimos: os levitas, os estrangeiros, os órfãos e as viúvas. Todos participavam das festas dos dízimos para comemorarem suas colheitas.

A cada três anos, levavam os dízimos, cada um para a sua casa; e era aquela festa! Sem se esquecerem das pessoas menos privilegiadas.

Essa prática do dízimo, com as instruções de Deus no Monte Sinai, é bastante diferente da que se aplica hoje! (e como!). Toda lei deveria ser obedecida, observando a sua redação, senão não teria validade alguma. Não cumpriria o seu verdadeiro “espírito”, ou intenção de quem a redigiu (ditou). Deus estava provendo as pessoas menos favorecidas. Ninguém deveria passar necessidade em Canaã!   

 

2.2)- Instituição dos sacerdotes levitas e sua subsistência (dízimos)

 

A instituição do sacerdócio levita surgiu da conversa de Deus com Arão, e está em Números 18:2/3 Também farás chegar contigo a teus irmãos, a tribo de Levi, a tribo de teu pai, para que se ajuntem a ti, e te sirvam, quando tu e teus filhos contigo estiverdes perante a tenda do testemunho. Farão o serviço que lhes é devido para contigo e para com a tenda; porém não se aproximarão dos utensílios do santuário, nem do altar, para que não morram, nem eles, nem vós. Os levitas eram uma espécie de auxiliares de Arão e seus filhos, ou seja, dos sacerdotes. Não participavam dos serviços sacerdotais propriamente dito: homilia, sacrifícios, sacramentos e rituais. Os outros serviços considerados auxiliares, como esquartejar animais etc., faziam de tudo. Nessa época, não existia Templo, somente a tenda da congregação que era uma armação portátil, desmontável e removível, o que certamente dava muito trabalho.

Deus criara uma ocupação contínua para Arão, seus filhos e os rapazes da tribo de Levi; veja um exemplo: E o rei e todo o povo ofereciam sacrifícios perante o SENHOR. E o rei Salomão ofereceu sacrifícios de bois, vinte e dois mil, e de ovelhas, cento e vinte mil; e o rei e todo o povo consagraram a casa de Deus. 2º Crónicas 7:4/5. Que ocupação! Mas ainda não instruíra os sacerdotes sobre os seus meios de subsistência. Em Números 18:8, fica resolvido esse problema, mas somente para Arão e seus filhos (e respectivas famílias); Disse mais o Senhor a Arão: Eis que eu te dei o que foi separado das minhas ofertas, com todas as cousas consagradas dos filhos de Israel; dei-as por direito perpétuo como porção a ti e a teus filhos. Esse “o que foi separado”; era a porção de dez por cento das ofertas deixadas pelo povo, separadas pelos levitas; tirada do que havia de melhor. Toda oferta consagrada “não dada ao fogo”, Arão e seus filhos, com suas respectivas famílias poderiam comer. Era o dízimo dos dízimos. Aqui vemos os sacerdotes e respectivas famílias, comendo da melhor comida. Seria uma discriminação absurda em nossa época!

Em Números 18:21, Deus trata do pagamento dos Levitas e resolve os seus problemas de subsistência. Nesta “cláusula”, fica estabelecida a lei mais recente dos dízimos: Aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que prestam, serviços da tenda da congregação. Esse é o pagamento salarial dos serviços auxiliares. Podiam comer as ofertas em quaisquer lugares, desde que separassem dez por cento das melhores comidas para os sacerdotes; o dízimo dos dízimos. Assim também oferecereis ao SENHOR uma oferta alçada de todos os vossos dízimos que receberdes dos filhos de Israel, e deles dareis a oferta alçada do SENHOR a Arão, o sacerdote. De todas as vossas dádivas oferecereis toda a oferta alçada do SENHOR; de tudo, o melhor deles; a sua santa parte. Números 18:28/29.

Aqueles rapazes ficariam ocupados continuamente nesse encargo, e não haveria tempo para trabalharem como os outros das outras tribos, para o sustento de suas famílias. Outra razão desse sustento comunitário, é que eles foram proibidos por lei, de trabalhar; não lhes foram repartidas “heranças”, glebas de terra: Porquanto eu lhes disse:... No meio dos filhos de Israel, nenhuma herança terão. Números 18:23/24. Não precisavam trabalhar; seus sustentos eram garantidos por lei.

Houve uma evolução na lei dos dízimos. Antes, eram festas depois das colheitas, nos campos ou tendas familiares; agora, os agros-pecuaristas traziam as ofertas e as davam aos levitas (talvez nos arredores da tenda).

Em síntese, afinal, houve dois grandes sacerdócios na bíblia: E a Jesus, o Mediador de uma nova aliança, e ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel. Hebreus 12:24. O sacerdócio de Levi representava o sangue da aspersão e o sacerdócio de Cristo, mediador da nova aliança, do sangue derramado na cruz.

 

3)- Dízimos pós-cativeiro

 

 

3.1)- A voz de Malaquias

 

Malaquias foi um profeta para a tribo de Judá em um período deplorável, depois do avivamento de Neemias, cem anos após o retorno dos judeus à Palestina, vindos do cativeiro babilônico. O povo, juntamente com os sacerdotes, estava afastado de Deus, partindo para uma apostasia completa e total. Por isso Malaquias foi levantado por Deus para cumprir esta grande responsabilidade, vivendo realmente o significado de seu nome: “Malaquias, Meu Mensageiro” por volta do ano de 425 AC. A voz de Malaquias é de reavivamento para aqueles dias. Malaquias evocava a lei que Deus havia dado àquele povo, para a sua harmonia.

 

3.2)- Quais eram as apostasias?

 

Falta de amor, desprezo e profanação pelo nome de Deus, aborrecimentos a Deus, distanciamento de Deus, roubo a Deus, falando contra Deus, murmurações, violação flagrante da Lei de Deus, abandono da legítima esposa sem motivo, casamento com mulheres estrangeiras, feitiçaria, adultério, perjúrio, opressão e fraude.

Malaquias estava interessado principalmente no Templo e no sacerdócio; porque ali estava o foco da vida política e religiosa (Teocracia), de seu povo em seu tempo. Os israelitas tinham poluído e feito comum a maioria das coisas sagradas. Os sacerdotes estavam tão corrompidos, que caíram em total descrédito popular. Ninguém já os levava à sério. Faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço, era o seu lema. O bom exemplo deveria sair do Templo, de seus sacerdotes, mas eles mesmos estavam corrompendo o povo; e como resultado, o povo encolhia as suas mãos em relação aos dízimos. Estavam cada vez mais, dando menos dízimos. (já vi este filme).

Deus procurava abrir os olhos do povo para a condição deplorável em que se encontravam. Os sacerdotes agiam de forma desonesta, oferecendo sacrifícios roubados, dilacerados, animais coxos, defeituosos, sacrifícios que não agradavam a Deus. Deixavam de lado, as pessoas que deveriam ser beneficiadas com o dízimo, segundo a redação da lei. As viúvas, os pobres e os estrangeiros que deveriam ser mantidos com este dízimo estavam a passar necessidades. Deuteronômio 14:28/29.

A primeira causa para o fracasso espiritual de Israel foi a perda do amor. A perda do amor mata o sacrifício, a abnegação e nasce o egoísmo. Perde-se o valor e o desprendimento. Aparece o desejo de levar vantagem, ter uma vida boa, fazer um pezinho de meia etc. 

É interessante notarmos, que mesmo com os erros gravíssimos dos sacerdotes, Deus ainda apelava ao povo que trouxessem os dízimos à casa do tesouro. Porquê?

1 – O Senhor deseja levar a Nação de Israel e os sacerdotes, ao arrependimento e a uma mudança de vida.

2 – Nosso Senhor sabia que Israel sem líderes religiosos, sem homens que o levassem a um relacionamento íntimo com Deus, com toda a certeza, deixariam os caminhos do Senhor, deixariam a verdade, abandonariam Jeová. Isto significaria apostasia total de Israel.

 

3.3)- Falso Malaquias fala hoje, como Malaquias

 

Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes. Malaquias 3:10

Quem não conhece este versículo do Antigo Testamento? Quantas vezes ele foi usado para persuadi-lo a dar os dízimos, com estas mesmas promessas de abertura das janelas dos céus, dito por algum pastor ou pessoa indicada pela igreja, antes de cada sermão? Quando a igreja está precisando de mais dinheiro para construção, reforma do templo ou reajuste do salário do pastor, ou outras despesas, a pressão aumenta e o povo é persuadido a voltar a dar o seu “dízimo”. O que houve depois da doação dos dízimos? E a “maior abastança”, por que nunca vem? E as janelas dos céus, por que nunca se abrem? Será por quê? Será que você falhou nesse “negócio” com a igreja? Por que Deus não ouve esses pastores que o garantem a você? Por que Deus não está nesse negócio? Já era para você estar rico! Mas rico, estão somente os negócios das mega igrejas! Por que?

A voz do falso Malaquias é mais ou menos assim: Vocês conhecem o irmão fulano? Quando ele passou a ser fiel nos dízimos, tudo passou a dar certo para ele. Agora está rico; com três carros importados na garagem, sua casa é uma mansão, sua Empresa está de vento em popa, tem fazenda, seus filhos estudam em escolas particulares, viajam para o exterior, a conta bancária está cheia etc. etc. etc. Quem quiser ficar rico como o irmão fulano, tem que ser dizimista! Tragam os dízimos à casa do tesouro e Deus vai abrir as janelas dos céus e derramar dinheiro sob a cabeça de vocês.

Por que Deus só “abençoa” uma ínfima porção de seus filhos dizimistas? E a grande maioria que está a comer na tábua de pirulito? Quantos irmãos inocentes andam quilômetros para chegarem à igreja, porque o dinheiro da passagem “tem que ser” dizimado! Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho; Actos 20:29. Quantas pessoas inocentes e ignorantes estão sendo enganadas por esses falsos pastores! Esses pobrezinhos estão passando por grandes privações; deixando até de alimentar os seus filhos para engordar as contas bancárias milionárias destas mega-igrejas multinacionais; enchendo suas malas de milhões e milhões de dinheiro; compram avião à jato, de mais de duzentos milhões de dólares; prometem bênçãos vindas dos céus sem a aquiescência de Deus.

 

4)- Dízimos no evangelho de Cristo

 

Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas. Mateus 23:23

Mas ai de vós, fariseus, que dizimais a hortelã, e a arruda, e toda a hortaliça, e desprezais o juízo e o amor de Deus. Importava fazer estas coisas, e não deixar as outras. Lucas 11:42

Jesus, no primeiro versículo, aconselha os escribas e fariseus à: “não omitir aquelas” (coisas), ou seja: dizimar a hortelã, o endro e o cominho, depois de repreendê-los por desprezar o mais importante da (velha) lei: juízo, misericórdia e fé. Já no segundo versículo, aconselha os fariseus a “não deixar as outras” (coisas), ou seja: dizimar a hortelã, a arruda e toda a hortaliça, depois de censurá-los por desprezarem o mais importante: o juízo e o amor de Deus que estavam na velha Lei.

À primeira vista, parece que Jesus homologa a velha lei dos dízimos! Mas a velha constituição ainda estava em vigor! Jesus nunca poderia proibir uma lei que estava em vigor. Nunca poderia proibir os fariseus de dizimar! Os acontecimentos dos quatros evangelhos e a vida de Cristo estavam ainda no Velho Testamento.

Existem duas formas de vermos o Novo Testamento: se considerarmos os livros que o compõe, o NT vai de Mateus a Apocalipse. Mas se considerarmos o Novo Testamento como a nova aliança, o novo pacto de Deus, o mesmo só aconteceu depois do sangue derramado na cruz: Pois onde há testamento, necessário é que intervenha a morte do testador. Porque um testamento não tem força senão pela morte, visto que nunca tem valor enquanto o testador vive. Pelo que nem o primeiro pacto foi consagrado sem sangue. Hebreus 9:16/18.

 

5)- Dízimos no sacerdócio de Cristo       

 

Neste tópico, teremos de considerar o Novo Testamento, como sendo tão somente a partir da morte de Cristo; fato crucial para o começo do Novo (segundo) Testamento e o fim do primeiro (Velho) Testamento. Assim sendo, podemos dizer que Jesus não viveu (em carne), no Novo Testamento. Os dízimos, juntamente com toda a velha Lei e seu sacerdócio, morrem com Cristo, encerrando de vez, com o velho pacto, (o “tudo está consumado”).

A partir da morte de Cristo, não se vê mais em lugar nenhum na bíblia, a prática de dízimos. O apóstolo Paulo e os outros escritores nunca, em nenhuma de suas cartas, mencionaram esta prática muito conhecida por eles e os judeus. Certamente que não deixariam de mencioná-la em várias oportunidades, se reconhecessem que se poderia aproveitá-la. Paulo recolheu ofertas para os pobres de Jerusalém, em reconhecimento às preocupações do Mestre para com os necessitados; mas isso é outra história. Estamos falando somente da lei dos dízimos.

 

5.1)- O Livro aos Hebreus

 

A partir do livro dos Atos dos Apóstolos, assim que Jesus morre, ressuscita e é assunto aos céus, ainda temos menções dos dízimos, principalmente em Hebreus, que foi escrito mais ou menos entre as décadas de 60 e 90 DC.

 

5.1.2)- Hebreus 7 (Todo o capítulo)

 

Pegaremos somente nos versículos: 5,11,12,13,15,18,19,22e 28 deste capítulo:

   

5.1.3)- Hebreus 7:5

 

E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio, têm ordem, segundo a lei, de tomar os dízimos do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que estes também tenham saído dos lombos de Abraão.

Algumas pessoas da tribo de Levi (levitas), legalmente, tinham o direito de “tomar” os dízimos do povo. Essa ordem se estendia somente ao povo judeu (seus irmãos).

Quem tinha ordem segundo a lei, de tomar os dízimos? Os levitas. Quem devia dar os dízimos? Os judeus, seus irmãos.

 

5.1.4)- Hebreus 7:11

 

De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (pois sob este o povo recebeu a lei), que necessidade havia ainda de que outro sacerdote (Cristo) se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, (ordem dos jebuseus?) e que não fosse contado segundo a ordem de Arão?

Se a perfeição tivesse sido atingida pelo sacerdócio de Arão (designado para a aplicação da lei para os judeus), não haveria necessidade de que o sacerdócio de Cristo fosse levantado. O sacerdócio arônico recebeu a lei para fazê-la cumprir, mas não conseguiu nenhuma perfeição para os “seus irmãos”, com a mesma. Por isso mesmo, houve necessidade de que se levantasse outro sacerdócio de uma outra ordem bem diferente. (dos jebuseus?).

Arão não era um modelo completo para que se fixasse em seu nome, uma ordem sacerdotal exemplar: E Arão lhes disse: Arrancai os pendentes de ouro, que estão nas orelhas de vossas mulheres, e de vossos filhos, e de vossas filhas, e trazei-mos. Então todo o povo arrancou os pendentes de ouro, que estavam nas suas orelhas, e os trouxeram a Arão. E ele os tomou das suas mãos, e trabalhou o ouro com um buril, e fez dele um bezerro de fundição. Então disseram: Este é teu deus, ó Israel, que te tirou da terra do Egito... Assim tornou-se Moisés ao SENHOR, e disse: Ora, este povo cometeu grande pecado fazendo para si deuses de ouro... e caíram do povo aquele dia uns três mil homens... Assim feriu o SENHOR o povo, por ter sido feito o bezerro que Arão tinha formado. Êxodo 32. Já Melquisedeque, segundo tudo indica, era uma pessoa exemplar e irrepreensível. Seu sacerdócio não foi instituído segundo lei carnal, mas baseado no modelo de sua própria pessoa; ao contrário de Arão.

Se o sacerdócio levítico tivesse alcançado a perfeição, Cristo viria? Não, porque não haveria necessidade.

Quem foi encarregado de fazer cumprir a lei? O sacerdócio levita. Quem era alcançado por essa lei? Os judeus. Por que esse sacerdócio caiu? Porque não deu conta de trazer a perfeição para os judeus. Vós, que recebestes a lei por ordenação dos anjos, e não a guardastes. Actos 7:53.

 

5.1.5)- Hebreus 7:12

 

Pois, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei. Para mim, esse versículo é um divisor de águas! Quem o lê de maneira isenta, não terá nenhuma dificuldade em viver e aceitar somente o sacerdócio de Cristo.

Dizendo Nova aliança, envelheceu a primeira. Ora, o que foi tornado velho, e se envelhece, perto está de acabar. Hebreus 8:13.

O sacerdócio Arônico caiu. Houve mudança (troca) de sacerdócio. Cada sacerdócio traz a sua própria lei. Um sacerdócio não emprega lei de outro sacerdócio.

Por que houve a mudança da lei? Porque se mudou o sacerdócio.

 

5.1.6)- Hebreus 7:13

 

Porque aquele, (Cristo) de quem estas coisas se dizem, pertence a outra tribo, da qual ninguém ainda serviu ao altar(tribo de Judá).  

O sacerdócio de Cristo entrou no lugar do sacerdócio de Arão (levitas), que o marcou com excessos de legalismos, liturgias, sacrifícios e muita “religiosidade”. Era uma tribo destinada aos serviços religiosos e seu regime era puramente sacramental; litúrgico, dogmático, sacrificial, eclesiástico etc. a mesma ladainha todos os dias. Toda a transgressão era resolvida com sacrifícios feitos no tabernáculo, mas havia casos em que se aplicava a pena de morte; reflexos de uma cultura que pouco valorizava a vida humana. Os freqüentes rituais da velha lei eram cumpridos pelos sacerdotes levíticos. Disse o Senhor a Arão: Tu e teus filhos, e a casa de teu pai contigo, levareis sobre vós a iniqüidade relativamente ao santuário; tu e teus filhos contigo levareis sobre vós a iniqüidade relativamente ao vosso sacerdócio. Números 18:1

Já o sacerdócio de Cristo, é marcado pela consciência pessoal: Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 2ª Coríntios 4:2.

Cristo veio para o perdido: Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido Lucas 19:10, dando-lhe créditos de confianças em si mesmo: Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece Filipenses 4:13. Agora Deus não está no Templo de Jerusalém, covil de ladrões, E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; mas vós a tendes convertido em covil de ladrões. Mateus 21:13.

 O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens. Actos 17:24; mas habita em seu íntimo, no coração e mente. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está entre vós Lucas 17:21.

Jesus não tinha vocação para sacramentos e simbolismos religiosos. Era um homem que se misturava às multidões.

Por que Jesus veio de uma tribo totalmente diferente da dos levitas, sem nenhuma vocação religiosa? Justamente para instituir um sacerdócio bem diferente do deles, que não deu certo.

     

5.1.7)- Hebreus 7:15

 

E ainda muito mais manifesto é isto, se à semelhança de Melquisedeque se levanta outro sacerdote.

De Melquisedeque não se sabia nada sobre sua origem humana. Se fosse judeu, certamente seria contada a sua genealogia. Sabemos que era rei e sumo sacerdote do Deus altíssimo, da região dos jebuseus. Cristo, que era dessa ordem; era além do mais, eterno. Isso é o mais importa para nós: Não temos um sacerdote humano; mortal e imperfeito, seja lá de que descendência for. Nosso sacerdote está nos céus com o seu tabernáculo que é eterno. O sacerdócio de Cristo, tal como o de Melquisedeque, se baseia em sua própria imagem pessoal, não tendo origem em leis carnais.

 

5.1.8)- Hebreus 7:18

 

Pois, com efeito, o mandamento anterior (a constituição do sacerdócio de Arão, levítico), é ab-rogado (termo jurídico que se emprega à lei que foi anulada por completo), por causa da sua fraqueza e inutilidade.

O escritor não poupa palavras para emitir o seu conceito sobre a velha lei. O mandamento anterior é a constituição que foi anulada. Ab-rogar, juridicamente, quer dizer: anular uma lei por completo. Não se aproveita nada do que foi legalmente “ab-rogado”.

Por que o mandamento anterior foi ab-rogado? Porque era inútil, fraco e não se prestava. Não atendia mais à utilidade a que foi destinado. Havia chegado a hora da mudança total.

 

5.1.9)- Hebreus 7:19

 

(pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou), e desta sorte é introduzida uma melhor esperança (o  sacerdócio de Cristo), pela qual nos aproximamos de Deus.

O sacerdócio de Cristo veio para nos dar uma melhor esperança. Torno a frisar: a lei do sacerdócio dos levitas não prestava para nada e não há razão para desprezarmos o sacerdócio de Cristo (nossa única esperança) e pinçar do passado, resquício de trapos. Se quisermos nos aproximar de Deus, não será por nenhuma lei veterotestamentária. E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. 2ª Coríntios 12:9

 

5.1.10)- Hebreus 7:22

 

De tanto melhor pacto Jesus foi feito fiador.

A lei de Cristo é muito melhor! Quem nos garante é Ele. Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo. Gálatas 6:2. Para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei. 1ª Coríntios 9:21. Toda lei nova é aprimorada em cima de outra obsoleta. Este é um princípio constitucional universal.

O novo pacto, do sangue derramado (Porque isto é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados Mateus 26:28), foi a libertação de tudo que se referia à suntuosidade e glória do Templo e de seus eclesiásticos sacerdotes. Deus já não estaria no Templo, mas no íntimo de cada pessoa: Já não haveria sacerdotes no Templo, porque já não haveria mais Templo; nem pedra sobre pedra dele. Sacerdotes e templos somos todos nós: Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? 1ª Coríntios 6:19. Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; 1ª Pedro 2:9.

Já não haveria mais lugar certo de adoração; nenhum lugar certo ou marcado já não era importante para se adorar. Já não se precisava de grandes ajuntamentos (peregrinações) de pessoas. Nosso quarto de dormir e nosso próprio corpo, passaram a ser o templo de Deus, o lugar onde Ele habita. O monte Gerizim e o Templo, não tinham mais importância: Disse-lhe Jesus: Mulher crê-me que a hora vem, em que nem neste monte (de Gerizim) nem em Jerusalém (no Templo) adorareis o Pai. Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade. João 4:21/24. Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente. Mateus 6:6.

Já não haveria mais ritualismos, sacrifícios de profissionais religiosos, raça de víboras, mercadores do Templo, covis de ladrões, homens privilegiados nos serviços religiosos. Caiu o deus do dinheiro; do ego, dos centralizadores de poder, dos falsos humildes, falsos santos exploradores de órfãos e viúvas. Deuses de títulos eclesiásticos; da hipocrisia, do religiosismo, da intolerância, do fanatismo. O deus do “toma-lá-dá-cá”.

Por que toda essa mudança? Porque Jesus era da ordem de Melquisedeque, de Jebus, terra de cegos e mendigos, da linhagem da tribo de Judá, tribo de pessoas humildes e trabalhadoras. Jesus era povão; dos pobres, oprimidos, perdidos e pecadores. Era dos cegos, mendigos e doentes. Jesus era da rua, onde o povo estava. Era dos ricos que não se sentiam bem, ricos. Era dos ladrões que não se sentiam bem, ladrões. Das prostitutas que não se sentiam bem, prostitutas. Era poeira, suor e cansaço das estradas. Era lágrima do amor e amor da lágrima. Eis a grande notícia dada a João Batista: Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho. Mateus 11:5. Este é o evangelho do filho do carpinteiro, de Jesus de Nazaré, o filho de Deus.

 

5.1.11)- Hebreus 7:28

 

Porque a lei constitui sumo sacerdotes a homens (sacerdotes levitas), que têm fraquezas, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho (Cristo), para sempre aperfeiçoado.

A velha Lei não fundamentou o seu sacerdócio em cima de uma pessoa aperfeiçoada (Arão). Nomeou a sua ordem sobre aquele que melhor se poderia ter no momento; mas o sacerdócio de Cristo foi fundamentado sobre a palavra do juramento depois de instituída a Lei; mas na onisciência de Deus, antes da fundação do mundo. Cristo sempre obteve a perfeição de que a lei almejava, tanto que a cumpriu integralmente.

 

6)- A velha ordenança e a Lei de Cristo - Considerações-

 

Apesar das redundâncias deste escritor, ainda há pessoas que teimam em “repristinar” (termo jurídico designado para aproveitar lei que foi revogada) os mandamentos dirigidos aos israelitas e tomar para si, lei que nada lhe diz respeito.

Se, sou brasileiro e tenho a Constituição portuguesa às mãos, sem ter quaisquer relações com aquele país, não preciso me preocupar em viver de acordo com aquela Constituição. Posso, no máximo, fazer pesquisas para efeito de conhecimentos. Tenho que obedecer à Constituição de meu país. Não preciso me adequar a uma Constituição que não foi feita para mim, num lugar onde não vivo; seria perda de tempo. Preocupo-me somente com a lei de Cristo, essa, sim, foi dirigida a mim.

Se, estou no trânsito a conduzir meu carro por qualquer rua do Brasil, e cometo uma infração; o guarda de trânsito não pode me punir com uma lei de trânsito da Inglaterra. Ainda mais se essa lei já tenha sido ab-rogada há muito tempo!

Mesmo para os judeus atuais, a velha lei foi revogada há muito tempo; pois já não atendia mais às funções para que foi criada. Tudo por causa de seus sacerdotes que eram fracos. Era lei para ser executada por pessoas que se corromperam ao longo do tempo. Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca. Mateus 12:34.  E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus, que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? Mateus 3:7.

Em qualquer Constituição, toda e qualquer lei deve ser executada pelas autoridades nela especificadas. Isso se chama competência de autoridade ou sujeito ativo de direito. Também, deve prever as pessoas alcançadas pela tal lei; sujeito passivo de direito. No caso dos dízimos, não foge a essa regra: E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio, têm ordem, segundo a lei, de tomar os dízimos do povo, isto é, de seus irmãos. Hebreus 7:5

Ainda que alguém do Brasil resolva dar dez por cento de “qualquer coisa de valor material”, não seria dízimo, pois este já não existe e teria que ser da produção agropecuária. E se existisse esse alguém, teria de ser judeu; porque somente os judeus tinham esse dever. Ainda, se a lei estivesse em vigor e algum judeu resolvesse cumpri-la hoje, com os seus “dízimos”, teria de achar um levita para tomá-los, mas estes já não existem e já não teriam a lei para ampará-los.

Ainda que a velha lei estivesse em vigor em Israel, outros povos que não os judeus, não teriam a obrigação de cumpri-la, dentro e fora daquele Estado. Foi feita para aquele povo específico, para o atender em um determinado tempo, num determinado lugar. No Direito, isso se chama eficácia da lei no tempo e no espaço.

Quando houve o derramamento do sangue de Cristo na cruz, na sua morte, o véu foi rasgado: E Jesus, clamando outra vez com grande voz, rendeu o espírito E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras Mateus 27:50/51. Esse “rasgue” do véu tem um grande significado: o lugar santíssimo de dentro do Templo foi escancarado; abriu-se uma cortina mundial. Acabou-se a função do Templo e com este, foi-se a profissão sacerdotal. A velha lei foi cumprida por Cristo no lugar daqueles sacerdotes. Sem lei não há Templo, sem Templo não há lei, nem sacerdotes. O sangue derramado estabeleceu o Novo Testamento de Cristo. E disse-lhes: Isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que por muitos é derramado Marcos 14:24. O novo testamento de Cristo é para o mundo inteiro: Porque Deus amou o mundo (humanidade) de tal maneira.... João 3:16

 

7)- Dízimos hoje? Pra quê?

 

A lei do dízimo está empacotada na velha constituição. Se a lei do mandamento anterior foi “ab-vogada”, e Cristo e os apóstolos não a “repristinaram”, ninguém deve argumentar sobre a sua validade em separado. Toda a lei da velha constituição foi “ab-rogada” pelo seu cumprimento total em Cristo; estão em pé de igualdade uma com as outras; valem a mesma coisa, isto é: nada.

Por que se fala tanto em dízimo neste capítulo 7 de Hebreus, que trata desses dois sacerdócios distintos? Porque é um têrmo da velha lei que mais caracterizava aquele sacerdócio. O dízimo existia, por sua causa; para a sua sustentação e subsistência. Ao levita, não lhe era permitido ter fontes de rendas; não lhe deram esse “Direito”. Não trabalhava como os das outras tribos e eram sustentados por elas, através de sua única fonte de subsistência (não fonte de renda) própria: os dízimos.

O livro aos Hebreus é suficiente para dirimir quaisquer dúvidas que possam existir, quanto à obrigatoriedade de cumprir e permissividade de exigir qualquer lei da velha ordenança dentro do sacerdócio atual, que é o de Cristo. Muitas vezes tropecei nesse capítulo, sob outras orientações! O verso 12 é de importância crucial: Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei  Hebreus 7:12

Não deveria, mas estou a tentar expor em separado, o meu entendimento atual sobre uma das várias leis, do Velho Testamento, que é a dos dízimos. Para que fazer argumentações sobre a validade ou não de uma das leis de uma Constituição que foi “ab-rogada”?

 

7.1)- Igreja precisa de dinheiro, não de dízimos.

 

A única “razão” da existência do dízimo nas igrejas é somente para a sua necessidade financeira (o dízimo atual vem em forma de dinheiro, diferentemente da redação da velha lei). Não o aboliram, porque sem ele, não sobreviveriam, ou pelo menos pensam assim. Alguns pastores; pasmem, sabem que não têm autoridade para cobrá-los, e mesmo assim, cobram, configurando no maior estelionato do mundo!

Outro dia, perguntei a um pastor, em um determinado endereço na internet, por que ainda cobrava os dízimos? Ao que ele me disse: Porque sem eles, a obra não subsiste. Temos muitas despesas com salários dos pastores, missionários etc. Não argumentou nada sobre a validade ou não dos dízimos nos dias atuais. O pensamento dele é o da maioria: não importa de onde vem o dinheiro; precisamos dele. O fim justifica os meios. O mais assustador é que têm a consciência tranqüila (cauterizada). Isso não os perturba nem lhes tira o sono.

 

7.2)- Os lobos

 

Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho Actos 20:29. Quantas pessoas inocentes e ignorantes estão sendo enganadas por esses falsos pastores! Famílias inteiras estão passando por grandes privações para seguirem os seus dogmas fundamentalistas de indulgências e inquisições; deixando até de alimentar os seus filhos para engordar as contas bancárias milionárias destas mega-igrejas multinacionais; enchendo suas malas de milhões e milhões de dinheiro.

Fazer analogias e semelhanças entre o sacerdócio levita e os “sacerdócios” de vários títulos religiosos de hoje, fica ainda mais complicado para eles!

 

7.3)- “O espírito da letra” do Dízimo

 

Como o dízimo nasceu de uma Constituição (velha ordenança); é uma lei. Então forçosamente teremos de estudá-la, para entender o que pretendia o seu Legislador. Para isso devemos atentar para vários aspectos. Afinal, como e por que surgiu essa lei?

Qual era o “espírito da letra” dos dízimos, naquela época? O que era realmente o dízimo, ou que tipo de mercadorias podiam ser dizimadas? Como era a sua redação, na velha lei? Quem tinha o dever de dar os dízimos? Quem tinha o Direito de “tomar” os dízimos? Qual o âmbito de ação dessa lei, no espaço e no tempo? Além dos sacerdotes (levitas), quem mais poderia ser beneficiado com os dízimos? Podemos colocar em pé de igualdade os sacerdotes descendentes de Arão com os pastores, bispos, apóstolos, padres, papa, ou qualquer pessoa que detenha títulos religiosos de hoje? Dízimos podem comprar carros, emissoras de rádio e televisão, templos ou outro tipo de negócio? Podem sustentar alguma família de brasileiro ou outro cidadão? Podem deixar de contemplar os mais necessitados?

Toda a lei veterotestamentária surgiu dos diálogos de Deus, com Moisés e Arão e era dirigida para aquela gente, naquele tempo e lugar. Tudo o que Deus dizia aos dois juntos, ou em separado, se transformava em lei, quando estes a anunciavam ao seu povo.

 

8)- Conclusão:

 

A pergunta agora é: o que vou fazer com os meus dízimos?

Tenho uma sugestão para você. Queres dar uma oferta de gratidão; não de pressão, obrigação ou visando retribuições de Deus, que seja dez por cento de alguma coisa? Vá a um lugar da periferia; na parte mais pobre e dê o seu “dízimo”. Converta-o em cestas básicas e distribua-o de acordo com as necessidades de cada família. Desse “dízimo”, eu sou a favor. Tenho certeza absoluta de que Deus irá gostar e muito de sua atitude. Você estará atendendo a uma das “cláusulas” da velha lei (Deuteronômio

 14:23/29), e principalmente cumprindo uma lei que está em vigor: a lei de Cristo: Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo. Gálatas 6:2.

Mas, então?!!! Qual o tesoureiro de igreja que irá contabilizar esse dízimo? Qual o Pastor que terá conhecimento? Ninguém vai ver essa oferta.

Temos a resposta do Mestre em Mateus 6:4 Para que a tua esmola seja dada ocultamente; e teu Pai, que vê em segredo, te recompensará publicamente.

 Se o teu “dízimo” for “bastante gordo”; constitua uma fundação de educação técnica, voltada para o ensino profissional gratuito. Abrirás várias “janelas” de oportunidades e serás um abençoador e não somente um abençoado.

David Oliveira - julho de 2005

Bibliografia: Alguns sites de domínio público, sobre o assunto.

1)  Os Jebusitas (Hebrew יבוסי Yəbhûsî, Yevusi, Y'vusi) eram uma tribo Canãanita que habitava a região à volta de Jerusalém em tempos pré-bíblicos (segundo milénio a.C.), de acordo com o Antigo Testamento. Jerusalém era conhecida como Jebus até que o rei David a conquistou, um evento que terá ocorrido por volta de 1004 a.C..

2)  Boi de piranha: Diz-se de uma pessoa colocada à frente de algum perigo, para que outras possam tirar proveito de determinada situação. Quando os boiadeiros das Américas do Sul e Central vão atravessar certos rios com seu gado, precisam sacrificar um boi para salvar os outros. Eles ferem ligeiramente o animal e o colocam no rio um pouco abaixo do lugar onde o resto do gado vai atravessar. O cheiro do sangue atrai um número grande de peixes pequenos e vorazes: as piranhas. A água parece ferver e fica vermelha. Depois de alguns minutos tudo o que resta do boi é seu esqueleto completamente liso. Enquanto isso, o resto do gado passa em segurança. É daí que vem a expressão popular "boi de piranha".

3) MELQUISEDEQUE

I. Nome e História

Melquisedeque é a transliteração, para o português, de um nome hebraico que significa rei da Justiça. Ele era rei de Salém (Jerusalém) e sacerdote de El Elion, o que o tornava um rei-sacerdote, o que serviu mui apropriadamente para ilustrar o mesmo ofício, ocupado em forma muito mais significativa, pelo Senhor Jesus, o Cristo. Salém tem sido identificada com Jerusalém com base na referência bíblica de Salmo 76:2, e pela antiga menção a esta cidade nas cartas de Tell El-Amarna, do séc. XIV a.C. As inscrições assírias referem-se a ela muito antes dessa cidade ter qualquer coisa a ver com o povo de Israel, mediante os nomes Uru-salém e Uru-salimmu. Os targuns regularmente identificam-na com Jeru-salém, conforme também faz o Gênesis Apócrifo.

Talvez Melquisedeque fosse um sacerdote cananeu. Tanto El quanto Elion eram divindades cananéias bem conhecidas. A adoração cananéia a El Elion tem sido associada a Yahweh e sua adoração: e deveríamos recordar que estes nomes divinos não foram cunhados pelos hebreus, pois a verdade é que eles os empregaram para indicar seus conceitos específicos de Deus. A maioria dos críticos pensa que os textos de Gênesis 14:18/20 e Salmo 110:4 refletem sincretismo, mediante o que o reinado pré-davídico e a adoração ao El Elion cananeu foram vinculados à adoração a Yahweh. Naturalmente, muitos eruditos conservadores rejeitam isso. Mas, porque haveríamos de supor que a primitiva fé dos hebreus surgiu no vácuo? Coisa alguma é mais clara, na história das religiões, de que o fato de que elas dependiam de outras religiões mais antigas, ou paralelas, fazendo empréstimo das mesmas. Se acompanharmos a fé dos hebreus, veremos muitos desses empréstimos e adaptações. Até mesmo a doutrina tão básica como a da imortalidade da alma não se originou entre os hebreus, podendo ser achada nas regiões orientais e na filosofia grega muito antes que ela tivesse aparecido na teologia dos hebreus. A complicada angelologia dos hebreus também era uma doutrina emprestada; que não aparece nos primeiros livros da Bíblia, pois ali, apesar de ser dito que os anjos existem, não há qualquer sistema hierárquico de tais seres. (...)

É claro que Abraão deve ter pensado que Melquisedeque servia ao mesmo Deus que ele servia. Porém, também é patente que em parte alguma Melquisedeque é identificado com a fé dos hebreus. De fato, aquelas delicadas distinções que os historiadores religiosos agora fazem acerca dessas coisas dificilmente descrevem o primitivo estado de coisas que prevalecia na época de Abraão. Não há que duvidar que Melquisedeque era homem conhecido por seu poder político e por sua espiritualidade, bem como por suas funções sacerdotais; e Abraão não hesitou em associar-se a ele, e mesmo a tratá-lo como um superior. Muitas tentativas têm sido feitas para identificar Melquisedeque. Algumas, equivocadamente, tentam situá-lo solidamente dentro da fé e da cultura dos hebreus, mas daí não tem advindo qualquer conclusão útil. (...)

 

                                  

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