Comentários ao artigo “Deus do V. T. e Deus
de Jesus (DO)
(Deverá “clicar” nas referências
bíblicas, para ter acesso aos textos)
Data: 19/04/2006 16:34
Bom dia Camilo,
Na paz do Senhor Jesus...
O irmão Davi, com seu artigo me
recordou de uma conversa nossa que ainda, entendo eu, deve estar faltando algo
(abaixo), me parece que ainda precisamos obter o conhecimento real da natureza
do nosso Deus, do único e verdadeiro Deus do único “eu sou” sempre
eterno... não existiu, nem existe, nem existirá outro... que se revelou
em Jesus, para nós, num determinado momento do nosso tempo e espaço e
poderíamos ter machucado nossa mão nas lascas de madeira ao levantar a cruz,
naquele momento e local....
Fico com a seguinte impressão: - Jesus
sabe o que quer e permite o que não quer para não nos perder, sem contudo
deixar de exigir o que realmente quer para nos santificar.
Penso ainda, após ler o artigo do Irmão
Davi, que a natureza manifestada de Deus no novo testamento (conforme seus
comentários abaixo) é a mesma que “ouviu o choro do filho de Hagar” (e acredito que Deus ouve este choro até hoje
e vem em defesa deles, como fez no tempo de Abraão, em defesa dos filhos de Hagar contra os efeitos da existência dos filhos de Sara
descendes de Isac).
Deus que apesar de escolher um povo
específico, para neles escrever sua intervenção na humanidade e se revelar a
nós, não autorizou este povo a ser exclusivista, separatista, superiores... disse sim: “sê tu uma benção para
todas as nações” Ser bênção para os outros é ser servo.
Abraços
Camilo em 2006/04/19
Obrigado irmão Nilson, pelos teus
comentários, que são os primeiros que recebemos, só algumas horas após a
publicação do artigo do nosso irmão David Oliveira. Já não me lembrava de te
ter enviado essa mensagem, mas o assunto é o mesmo que é abordado pelo David.
Eu também não consigo identificar o deus de Moisés, com o Deus Pai, que Jesus
nos revelou.
Como Jesus, o Cristo, é muito maior que
Moisés e muito maior que as Escrituras, é nesse Deus que Jesus revelou que eu
acredito. Deus teve de enviar seu Filho ao mundo, por dois motivos.
Para morrer pelo pecador e também para
nos mostrar que Ele existe e para sabermos como é o Deus supremo, o Deus de
todos os povos. É como se o próprio Deus nos dissesse: “Eu não sou nada disso que dizem de mim. Vejam o meu Filho, pois quem vê
a Cristo Jesus é como se visse a mim.”
Mensagem referida, enviada por Camilo em 14/11/2005
18:39
É verdade caro irmão Nilson
Há certamente muitas passagens em que
prefiro manifestar a minha ignorância, embora não prescinda de raciocinar sobre
elas. Realmente o caso de Ananias e Safira é um tanto chocante, pois parece que
a hipocrisia dos religiosos é bem pior que as atitudes dos pecadores. Eles
morreram por quererem passar por muito religiosos. É o mesmo que vemos quando
Jesus, que chamou e foi compreensivo para os pecadores, não tolerou a
hipocrisia dos religiosos no Templo, nessa passagem que mencionas. Quando Paulo
diz para as mulheres estarem caladas... é pena não lhe podermos pedir para
desenvolver o seu pensamento, mas julgo que não se referia ao usar da palavra
de maneira disciplinada num debate teológico, mas do falar indisciplinadamente
e descontroladamente. Neste caso, penso que ele teria muita razão, pois em
algumas igrejas isso ainda acontece e realmente as mulheres são as mais
indisciplinadas, não só nas igrejas, como nos empregos, na maneira de conduzir
o carro etc. Mas bem sei qual a melhor solução. Para disciplinar as mulheres
não há nada mais eficiente do que uma outra mulher. Mas há mais casos de que me
estou a lembrar. Génesis
18:16/33 - Nesta passagem, Abraão intercede a favor dos habitantes de
Sodoma e Gomorra. Pelos vr.20/21 vemos que Deus recebera queixas do mau
comportamento de Sodoma e Gomorra. Não sabemos quem se queixou, ou quais os
informadores, mas isto põe em causa a omnisciência divina. Por esta passagem, parece
que Deus tem certo conhecimento à distância, mas tem de ir ao local, para ver
pessoalmente, pois também não é omnipresente. No vr.
25, é Abraão que ensina a Deus a fazer justiça, e vê-se que Deus pode ser de
certa forma pressionado na sua actuação através de pedidos do seu povo.
Génesis 20 - O que
aqui se passou, faz lembrar a atitude de Abraão e Sara no Egipto. Abimelec e suas mulheres sofreram as consequências da trama
de Abraão e Sara, e o deus de Abraão, parece mais preocupado em punir os
inocentes do que castigar os verdadeiros culpados. No vr.17, Deus ouve o pedido
de Abraão (o principal culpado) em favor de Abimelec
(o inocente).
Parece-me que estamos perante um deus
regional, um deus que está somente ao serviço do seu povo, contra os outros
povos, como aliás era o caso geral dos deuses das várias cidades. Penso que
este não é o Deus Pai que Cristo nos revelou.
Em Êxodo 20:13 temos o mandamento “Não matarás”
e afinal, quantos mandou Moisés matar em Êxodo 32:25/29?
Em Êxodo 20:4/5
temos a proibição de imagens, no entanto, mais adiante o deus de Moisés mandou
fazer a serpente de bronze, que como era de esperar, deu lugar à idolatria e
ele teve de a destruir. Também no Templo, no lugar santíssimo, havia as imagens
dos querubins na arca onde estavam as tábuas da lei!!!! O melhor é nem falar
nestas coisas, mas admira-me isto não ser mencionado nas nossas igrejas,
certamente porque a maior parte dos crentes ainda não descobriu. Com um abraço
do Camilo
De: A. A. Felicio Em 2006/04/20
Prezado Irmão Camilo,
Apreciei muito o bom estudo apresentado
pelo Irmão David de Oliveira. Este estudo vai ao encontro das minhas reflexões
e de tantos outros que procuram respostas para imensas questões que não
conseguimos saber.
Talvez a maior de todas será porque: Se
Deus existe porque existe o mal? Se Deus não existe porque existe o bem? Este
título encontrei-o num recente livro de um teólogo. Há
muitos mistérios que não conseguimos perceber. Só a fé em Jesus Cristo, Deus
encarnado que veio até nós para salvar a humanidade nos pode dar
tranquilidade porque existe um futuro para o homem.
Um abraço do
De: Manuel Pedro Cardoso
Em 2006/04/27
Saudações fraternas.
Gostei de ler o artigo
do irmão David Oliveira, principalmente por isto: tenho observado, ao longo dos
muitos anos que, dentro das igrejas, as pessoas que defendem a posição oposta
ao desse artigo, isto é, que o Antigo Testamento deve ser tomado à letra, são,
invariavelmente, intolerantes, arrogantes e de mente estreita. A posição do
irmão David Oliveira coloca-o, imediatamente, fora desse grupo desagradável. No
entanto, tenho de confessar, irmão, que a minha posição é esta: creio que o
Deus do A.T. é o mesmo que o Deus do N.T., revelado por Jesus Cristo; os intermediários para a revelação é que são diferentes. Hebreus
1:1/2 diz: Havendo
Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos
profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro
de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Note-se que Deus
outrora não se revelou directa e totalmente, mas falou pelos escritores
bíblicos e é só nos “últimos dias”, aqueles que
o Novo Testamento iniciam, que Ele se revela pelo Filho que é a “imagem do Deus invisível” Colossenses 1:15.
Os escritores do A.T. envolveram forçosamente no que escreveram as suas
concepções próprias, não foram falsos “médiuns” repetindo palavras que Deus
lhes dizia, e é por isso que hoje, ao lermos o A.T. temos de o fazer à luz do
Novo Testamento e nunca seguindo à letra o que aí encontramos. O povo de Israel
conheceu cedo uma ideia superior de Deus, mas o seu conhecimento é gradual e
relativo. Por exemplo: Abraão, que vinha de uma religião pagã, no princípio
ainda acreditou que o Deus que se lhe revelara também queria sacrifícios
humanos e ei-lo pronto a sacrificar Isaque. Mas no monte Abraão descobriu que o
Deus verdadeiro abomina sacrifícios humanos, dá-se Ele mesmo, e Abraão melhorou
a sua compreensão de Deus. Num mundo de intolerância como era a generalidade do
mundo pré-cristão, os escritores bíblicos não conseguiam ver tolerância em
Deus; e nesses dias de extrema violência os escritores inspirados ainda falavam
de Deus como o terrível. Podemos perguntar-nos é se seria possível ser de outra
forma. Não seria totalmente inútil uma pregação tipo Sermão da Montanha num
tempo em que reinava a brutalidade? Além de mais, com o Novo Testamento vai
iniciar-se um tempo de presença do Espírito Santo no crente. Já não é tanto o
que está escrito que nos dirige, mas o que o Espírito em nós diz. No entanto,
no Antigo Testamento também há revelações luminosas do Deus de amor, de
compaixão, Deus que é pai e é mãe. É no Antigo Testamento que Jesus encontra textos
que usa para falar de Deus de amor. O Antigo Testamento é um tesouro de coisas
boas, mas também tem reflexos dos tempos brutais. Então aqui aplica-se esta
palavra de Jesus: O homem bom tira do tesouro bom
coisas boas; mas o homem mau do mau tesouro tira coisas más. Mateus 12:35 Creio
com o apóstolo Tiago que Deus é o Pai das luzes, em
quem não há mudança nem sombra de variação Tiago 1:17, mas é
só em Jesus Cristo que encontramos a Sua maior revelação.
Agradeço a David
Oliveira ter manifestado o desejo de conhecer a minha opinião. Ela aí fica, com
o pedido de desculpas e o meu voto de que continue a escrever sobre o assunto,
que merece a nossa reflexão. Um abraço para todos os companheiros em Cristo
do