Oferta da viúva pobre (CC)

(Deverá “clicar” nas referências bíblicas, para ter acesso aos textos)

 

 

 

1 – Introdução

 

Temos dois evangelistas que registaram o comentário de Jesus, ao observar a pobre viúva que deitou a sua oferta no Gazofilácio do Templo de Jerusalém.

Vejamos em primeiro lugar as passagens dos evangelhos

 

Marcos 12:38/44

38 E dizia no seu ensinamento: “Guardai-vos dos escribas que gostam de circular de toga, de ser saudados nas praças públicas, 39 e de ocupar os primeiros lugares nas sinagogas e os lugares de honra nos banquetes, 40 mas devoram as casas das viúvas e simulam fazer longas preces. Esses receberão condenação mais severa.”

41 E, sentado frente ao Tesouro do Templo, observava como a multidão lançava pequenas moedas no Tesouro, e muitos ricos lançavam muitas moedas. 42 Vindo uma pobre viúva, lançou duas moedinhas, isto é, um quadrante. 43 E chamando a si os discípulos, disse-lhes: “Em verdade eu vos digo que esta viúva que é pobre lançou mais do que todos os que ofereceram moedas ao Tesouro. 44 Pois todos os outros deram do que lhes sobrava. Ela, porém, na sua penúria, ofereceu tudo o que tinha, tudo o que possuía para viver.”

 

Lucas 20:45/47 a Lucas 21:1/4

45 Como todo o povo escutava, ele disse aos discípulos: 46 “Cuidado com os escribas que sentem prazer em circular com togas, gostam de saudações nas praças públicas, dos primeiros lugares nas sinagogas e de lugares de honra nos banquetes, 47 que devoram as casas das viúvas e simulam fazer longas orações. Esses receberão uma sentença mais severa!”

1 Levantando os olhos, ele viu os ricos lançando ofertas no Tesouro do Templo. 2 Viu também uma viúva indigente que lançava duas moedinhas, 3 e disse: “De facto, eu vos digo que esta pobre viúva lançou mais que todos, 4 pois todos deram do que lhes sobrava para as ofertas; esta, porém, na sua penúria, ofereceu tudo o que possuía para viver”.

 

Utilizamos a tradução da Bíblia de Jerusalém, mas se “clicar” nas referências bíblicas (estando ligado à internet), poderá ter acesso a outras traduções, noutras línguas.

 

2 - Vulgar interpretação destas passagens

 

Estas passagens são bem conhecidas do povo evangélico e do povo católico, não só no nosso mundo lusófono como noutras línguas e culturas, e certamente que a maior parte dos nossos leitores já ouviu muitas pregações sobre a oferta da viúva pobre como um incentivo à contribuição, como uma exortação a procedermos como esta pobre viúva que deu tudo o que possuía, ficando assim como um exemplo de contribuição que Jesus apresentou.

Consultei alguns comentários e principalmente na internet, encontrei muitas dezenas de artigos, de protestantes, de católicos e de espíritas, que pouco ou nada diferem entre si. Estes versículos são sempre abordados com uma mentalidade utilista, tendo em vista o incentivo à contribuição, sem a mínima preocupação em aprofundar o assunto, com uma análise destes versículos integrada no seu contexto. Não digo que não haja estudos mais sérios e desenvolvidos sobre o assunto, o que digo é que eu não os encontrei.

O que acontece geralmente, é que quase todos os estudos sobre estas passagens são elaborados por pastores ou padres que mesmo antes de leram os textos bíblicos já idealizaram as conclusões. Têm os seus objectivos a atingir (de acordo com a programação de suas igrejas), geralmente o crescimento do número de crentes, o aumento das contribuições etc. Assim, todas as passagens bíblicas, são quase sempre interpretados da forma mais útil para os objectivos a alcançar, neste caso, o aumento das contribuições. Aliás, todos os comentários que consultei indicam a mesma interpretação e simplesmente ignoram o contexto destas duas passagens. 

  

3 – Dúvidas da assistência a que ninguém responde

 

Certamente que numa pregação tradicional sobre este assunto, muitas dúvidas ficam sem resposta.

“Então, como é? Essa viúva entregou tudo para o Templo, que corresponde à igreja dos nossos dias, tudo que possuía para viver, e depois?...

Se ficou sem nada, depois disso foi pedir esmola? Ou terá morrido à fome?

É essa a vontade do Mestre? Jesus quer que entreguemos tudo para a Igreja?

Não estará esta explicação em contradição com muitas outras passagens em que Jesus mostra a sua preocupação para com os pobres e as viúvas?”

 

4 – Viúvas e escribas, no contexto histórico e cultural em que Jesus viveu.

 

4.1 – Viúva

Julgo importante dizer algumas palavras sobre a situação da viúva no contexto cultural em que Jesus viveu.

A mulher israelita do tempo de Jesus, era alvo de forte discriminação imposta pela Velha Lei. No Templo não podia ir além do Pátio das mulheres, e não estava de forma alguma preparada para sobreviver economicamente sem o seu marido. As mulheres das principais famílias de Jerusalém, raramente saíam à rua antes do seu casamento e mesmo depois de casadas, quando saíam, passavam despercebidas com a cara tapada por um véu.

Quando criança, até aos doze anos e um dia, a mulher aprendia os trabalhos domésticos e era propriedade de seu pai, que inclusive a podia vender como escrava, de acordo com Êxodo 21:7. A educação da mulher era diferente da que recebiam os seus irmãos e o seu casamento era decidido por seus pais, muitas vezes sem seu conhecimento. 

Assim, não admira que, em caso de falecimento do dono da casa, se não houvesse filhos, as suas mulheres não estivessem minimamente preparadas para defender os seus direitos no “mundo dos homens” como os negócios, conselhos, tribunais etc. Aliás as mulheres não podiam herdar os bens do seu marido, pois o território de Israel estava distribuído pelas suas tribos que a Velha Lei tentou preservar e a mulher poderia ser de outra tribo diferente da de seu falecido marido. Se uma mulher pudesse herdar as terras de seu falecido marido e fosse de outra tribo, poria em risco a divisão do território pelas onze tribos de Israel, pois a tribo de Levi não tinha terras.

A viúva, se não tivesse pelo menos um filho, que pudesse herdar as terras de seu pai, continuava de certa maneira ligada ao seu falecido marido, e de acordo com Deuteronómio 25:5/10 deveria esperar que algum dos seus cunhados a tomasse como mais uma de suas mulheres em respeito pela memória de seu irmão. Só depois dos seus cunhados a rejeitarem e depois de cumpridos os rituais que constam do texto que mencionamos em Deuteronómio é que ela poderia tentar novo casamento.

Assim, a expressão que aparece no texto de Marcos e de Lucas “viúva pobre”, nesse contexto cultural, leva-nos a imaginar uma viúva que não tivesse filhos, nem cunhados que a recebessem, nem quaisquer meios de subsistência.

 

4.2 – Escriba

Como o próprio nome indica, o escriba era o homem que escrevia, facto que necessita de mais alguma informação, pois na nossa época, há dois pormenores importantes que mudaram. O número dos que sabiam escrever era bem menor em relação à nossa época, e menor ainda era o número dos que se podiam “dar ao luxo” de escrever, numa época em que não havia papel e a escrita era registada em papiro ou em pele preparada para a escrita, materiais que não estavam ao alcance da maior parte da população.

No início da história de Israel, só havia os sacerdotes, cargo reservado à tribo de Levi, mas nos últimos séculos antes da época de Jesus, apareceu essa nova classe superior, a dos escribas.

O principal trabalho do escriba era escrever, ou copiar os textos das Escrituras Sagradas, em especial do Pentateuco. Mas havia também outros trabalhos para os escribas, quer nos negócios do governo de Israel, quer como notários públicos, ou como empregados para registar o que lhes ditavam e também se dedicavam ao ensino.

Segundo nos informa o historiador Joaquim Jeremias, era proibido ao escriba receber qualquer remuneração pelo seu trabalho.

Mas, então?!!.. Irão certamente perguntar: De que viviam os escribas?

O mesmo historiador nos dá a resposta. “Com frequência, os escribas do tempo de Jesus exerciam uma profissão ao lado do ensino, mas era sobretudo de auxílios que viviam.”

Podemos talvez relacionar o escriba com o “profissional cristão” dos nossos dias. Eles correspondiam aos leigos dos nossos dias, que se dedicam ao estudo da teologia e dão a sua colaboração nas igrejas além da contribuição económica, sem terem nenhum cargo eclesiástico.

Duma maneira geral, podemos afirmar que, enquanto a preocupação do sacerdote era provar a sua genealogia, pois sendo levita tinha o seu sustento garantido pela Velha Lei, o escriba era o vulgar israelita, que se interessava pela teologia e tinha de estudar para ter direito a usar a capa que o identificava como escriba.

Enquanto o sacerdote era valorizado pela sua genealogia, entre os escribas, o saber era o único e exclusivo factor de prestígio e poder. Mas também havia sacerdotes com formação de escriba e até prosélitos gentios que se tornaram escribas de grande prestígio. Flávio Josefo, o grande historiador da antiguidade, também era escriba.

Segundo o historiador Joaquim Jeremias, o jovem pretendente a escriba, estudava durante vários anos com o seu mestre até dominar toda a matéria tradicional. A partir dessa altura era considerado “doutor não ordenado”. Somente depois dos 40 anos de idade é que podia ser recebido na corporação dos doutores. Somente estes doutores ordenados transmitiam e criavam a tradição derivada da Torá, que estava em pé de igualdade com a Lei escrita e por vezes até acima desta.

As decisões dos escribas eram altamente prestigiadas, o partido dos fariseus era quase exclusivamente composto por escribas e eles eram os únicos que, sem serem levitas, faziam parte do Sinédrio.

Como já dissemos, de início o escriba não podia receber qualquer remuneração pelo seu trabalho, geralmente de ensino ou de interpretação da Lei. Mas, como conheciam muito bem a Lei veterotestamentária, talvez possamos dizer que correspondiam aos advogados da nossa época.

É natural que, quando algum pobre desprotegido, nomeadamente uma viúva se sentisse perdida e abandonada, a pessoa que procurava para a ajudar fosse o escriba, que era mais sério, desinteressado e geralmente até mais conhecedor da Lei do que o próprio sacerdote. Podemos até comparar ao que se passa no catolicismo romano dos nossos dias. Embora hierarquicamente o sacerdote católico tenha um cargo mais elevado que o frade, não há dúvida de que a humildade das ordens religiosas tornaram o vulgar frade mais querido e respeitado que o sacerdote. Um caso típico é o que menciono no meu artigo “Papa na Índia” em que o Papa (João Paulo II) teve de ser protegido pela polícia indiana, no mesmo país em que as seguidoras de Madre Teresa de Calcutá circulam livremente e são respeitadas por hindus e islâmicos.  

Joaquim Jeremias também se refere à oferta da viúva pobre, dizendo: “É difícil pensar que se trata, para os escribas, de cobrar, de modo ilícito, as consultas jurídicas ou de não reconhecer às viúvas seus direitos, ou então que se trata da prosbole de Hilel (que permitia alterar a Lei sobre a quitação das dívidas por ocasião do ano sabático) que despejaria de suas casas a viúvas endividadas. Provavelmente, o texto refere-se aos escribas parasitas, exploradores da hospitalidade de pessoas pouco afortunadas.”

Parece que os altos ideais dos escribas que apareceram alguns séculos antes do nascimento Jesus, já estavam esquecidos nessa época em que Jesus viveu.

 

5. A oferta

 

Pode parecer-nos um tanto estranha a afirmação de Marcos de que muitos ricos lançavam muitas moedas. Na nossa cultura, é natural identificarmos as moedas com as pequenas importâncias, pois para importâncias elevadas, utilizamos as notas ou o cheque bancário. Mas nessa época ainda não havia dinheiro em notas. Só havia moedas que podiam ser em cobre, prata ou ouro, atingindo valores muito elevados. 

A maior parte das nossas traduções referem-se a “duas moedinhas” que foram lançadas pela viúva pobre no gazofilácio, que era uma secção do Templo, perto do átrio das mulheres que, assim como os estrangeiros, não podiam entrar no salão principal, por serem mulheres.

Nesse compartimento, segundo alguns comentaristas, havia treze caixas para ofertas, com abertura em forma de trombeta e segundo outros comentários eram três caixas.

Como consta nas cópias dos textos originais em grego, a oferta foi de dois leptas em cobre.

Não é possível traduzir a palavra lepta nem é possível avaliar o seu câmbio, mas tratava-se da mais pequena moeda judaica. Não me parece correcta a tradução de lepta por centavo, como aparece em algumas traduções, pois nessa época ainda não havia numeração árabe decimal como hoje utilizamos, em que o valor da moeda principal é geralmente dividido por dez ou por cem (centavo).

Mas, para termos uma ideia do valor dum lepta, podemos utilizar um esclarecimento do próprio evangelista Marcos que afirmou: lançou dois leptas, isto é, um quadrante.

É interessante que “quadrante” não é moeda judaica, mas romana. Marcos, prevendo que o seu evangelho seria lido pelos crentes espalhados por todo o mundo, coloca este esclarecimento: Os dois leptas valiam um quadrante, pois “quadrante” era moeda conhecida em todo o mundo, com o significado que a expressãotodo o mundo” tinha nesse contexto histórico, significando todo o mundo romano.

Sabemos que um “denário” equivalia a um dia de salário mínimo dum homem. Havia depois o “asse” que era 1/16 do denário e a seguir o “quadrante” que valia 1/64 do denário. Portanto o lepta judaico seria metade dessa importância, pois Marcos nos diz que os dois leptas equivaliam a um quadrante.

Claro que os leitores desta minha página, se fizerem as contas em relação ao salário mínimo dos seus países, chegarão a valores bem diferentes se estiveram, por exemplo, em Portugal, ou em Moçambique, ou noutro país do nosso mundo lusófono. Mas foi a melhor comparação que encontrei para podermos ter uma ideia do valor da oferta da viúva pobre.

 

6. A mensagem do Mestre

 

Depois destes esclarecimentos, já estamos em melhores condições para compreender o pensamento do nosso Mestre.

Devo dizer, em primeiro lugar, que Jesus limitou-se a dizer que a pobre viúva deu mais do que todos. Não encontramos aqui qualquer palavra de aprovação nem de reprovação da atitude dessa pobre viúva.

De acordo com as normas da hermenêutica, procuremos investigar, em primeiro lugar, o contexto destas duas passagens.

Certamente já repararam, que no texto que transcrevemos da Bíblia de Jerusalém, colocamos a letra mais forte os versículos que geralmente são lidos nas nossas igrejas, mas colocamos também os versículos que, tanto em Marcos como em Lucas, antecedem esta passagem e que são muito importantes para a sua compreensão. Houve da parte dos evangelistas a preocupação em relacionar todos estes versículos.

Nos textos originais, escritos por Marcos e Lucas, não havia a divisão em capítulos e versículos que foram colocados muitos séculos mais tarde, nem havia os títulos dos assuntos, que foram acrescentados às nossas bíblias. Claro que essa divisão em capítulos e versículos, é útil para a localização das passagens que nos interessam, mas também podem ser prejudiciais, se nos deixarmos influenciar por essa divisão na nossa interpretação dos evangelhos. Nomeadamente em Lucas, o começo dum novo capítulo pode ser muito prejudicial à nossa compreensão, levando a pensar que não há nenhuma relação entre os últimos versículos do capítulo 20 e os primeiros do capítulo 21.

Como disse de início, estes versículos que nos falam da oferta da viúva pobre, não podem ser compreendidos isoladamente do seu contexto. O pensamento principal, que está na base desta passagem, é a dura crítica de Jesus aos escribas, pela maneira como se apresentavam, acusando-os de “devorarem as casas das viúvas”. Logo em seguida a esta crítica, aparece esta pobre viúva, cuja função é certamente ilustrar a afirmação anterior. É com este “pensamento de fundo” que se deve interpretar a descrição do que se passou com esta viúva, simples exemplo do que certamente se terá passado com muitas outras viúvas.

Ambos os evangelistas citam o caso dos judeus mais ricos, que lançavam as “muitas moedas”. Portanto, todos podiam ver o que eles deitavam e possivelmente eles até se orgulhavam de dar, enquanto eram observados e louvados pela assistência, facto que foi duramente criticado pelo Mestre. Que diria Jesus das igrejas dos nossos dias que substituíram o tradicional saco das ofertas pelo prato das ofertas em que se pode ver o que cada um dá, afirmando que assim a contribuição é maior?!!

Todos repararam nos ricos e suas avultadas ofertas, mas penso que a viúva pobre, teria passado despercebida, se Jesus não falasse nela.

Mas, há aqui um pormenor que considero muito importante. Apesar da grande discussão que Jesus manteve com os “religiosos”do seu tempo, os escribas e fariseus, e apesar do Mestre saber que estava próxima a hora de dar a sua vida na cruz do Calvário, Jesus observa os que dão a sua oferta para o Templo e Jesus sabe perfeitamente tudo que vai no íntimo de cada um. Penso que isto é uma consolação para muitas viúvas dos nossos dias. Jesus vê. Jesus sabe. Jesus compreende. Ainda hoje, Ele observa o que se passa nas nossas igrejas.

É natural que a viúva se tenha aproximado do gazofilácio com certo sentimento de culpa, pois segundo alguns historiadores, os sacerdotes preferiam moedas romanas às próprias moedas de Israel, porque as moedas romanas eram cunhadas com ligas de metal de melhor qualidade. Além disso, os sacerdotes tinham determinado o valor mínimo da oferta que recebiam, e as duas moedinhas eram as menores moedas judaicas e certamente que não estavam dentro desse limite mínimo. Portanto, para os entendidos em religião, a viúva pobre estava em transgressão e a sua oferta era demasiado pequena para poder ter aceitação.

A afirmação de Jesus, de que a viúva deu mais do que todos os outros, vem arrasar toda a velha teologia. É um novo critério que avaliação que não se encontra em todo o Velho Testamento. Somente nos antigos textos do Budismo se encontra algo semelhante, também com uma pobre velhinha. 

Em face dos ensinos do próprio Filho de Deus, todos os antigos textos veterotestamentários se tornaram deuterocanónicos (menos inspirados).

Que dirá Jesus das nossas igrejas, nas sua segunda vinda?

Que dirá Ele da cobrança do dízimo e ofertas sacrificiais a muitas outras viúvas dos nossos dias? Quais as prioridades das verbas das nossas igrejas? Será a ajuda aos pobres e necessitados? Ou o sustento pastoral e construção de edifícios religiosos?

Não nos compete responder. Mas, será que iremos voltar a ouvir coisa semelhante à afirmação do Mestre:

“Guardai-vos dos escribas que gostam de circular de toga, de ser saudados nas praças públicas, e de ocupar os primeiros lugares nas sinagogas e os lugares de honra nos banquetes, mas devoram as casas das viúvas e simulam fazer longas preces. Esses receberão condenação mais severa.” Marcos 12:38/40

Só que, em vez de “escribas”, poderão estar os títulos de outros respeitáveis cargos religiosos dos nossos dias.

 

Camilo – Marinha Grande, Portugal.

Julho de 2005

 

Veja também estudos sobre outros personagens bíblicos em Diversos assuntos bíblicos

 

===================================================================================

 

Luciana R. A. Viana

Esse texto é muito explorado nas igrejas a fim de se incentivar as contribuições. Gostam muito de apresentar também o texto de Ananias e Safira, onde, erroneamente, dizem que eles não devolveram ao Senhor o que deviam (se referindo aos dízimos). Omitem aos fiéis, que esse casal morreu porque reteve parte da soma da venda da propriedade, soma que eles haviam prometido aos apóstolos, ou seja, se vendessem a propriedade e não prometessem doar a quantia, o dinheiro era deles. O próprio Pedro afirma isso. Mas prometeram a Deus e não cumpriram, e ainda mentiram, não a Pedro apenas (como pensavam), mas ao Espírito Santo.

Semelhantemente ao que foi retratado nesse texto, é que em todo o Novo Testamento, mais especificamente em Atos dos Apóstolos, se lê que as contribuições dadas aos apóstolos eram destinadas às viúvas e órfãos e não para benefício pessoal como é feito hoje. O Ap. Paulo até foi fazer tendas para a ninguém ser pesado financeiramente. Se os demais apóstolos alguma ajuda recebiam dessas contribuições, nitidamente não era algo escandaloso como nos nossos dias.

Luciana R. A Viana Recife, Brasil

2005/07/13

 

 

Estudos bíblicos sem fronteiras teológicas