Sexualidade saudável (JC)

 

 

 

Perguntaram um dia a um conhecido pregador: “Pastor, acha bem o sexo?”. “Claro, respondeu o evangelista, “eu não estaria aqui se não fosse o sexo”.

 

A nossa herança cultural, por influência predominantemente católica e puritana, apresenta-nos uma noção de sexo e sexualidade como sendo algo mau ou pecaminoso na vida dos seres humanos. No entanto, a Palavra de Deus apresenta-nos uma perspectiva muito diferente acerca do assunto.

 

Em primeiro lugar, o sexo foi uma ideia original de Deus. Em Génesis 1:27, lemos que Deus criou o ser humano à Sua imagem; criou-o como verdadeira imagem de Deus. E este ser humano criado por Deus é o homem e a mulher. É curioso notarmos que as primeiras indicações que Deus dá a Adão e Eva têm a ver com a sua participação sexual: Crescei e multiplicai-vos, enchei a terra… Génesis 1:28

 

A monogamia estava prevista nos planos de Deus como vimos nestas duas passagens veterotestamentárias e era a situação mais desejável como vemos já no Novo Testamento em Efésios 5:31/32 e Timóteo 3:2/12, mas não podemos ignorar que há várias passagens em toda a Bíblia que se referem à poligamia. A primeira está em Génesis 4:19/23 que ocorreu numa sociedade em rebelião contra Deus. Mais tarde aparecem muitas descrições em que a poligamia é praticada por profetas e reis, como no caso de Salomão, mas são passagens descritivas que mencionam com imparcialidade o que aconteceu. Não são passagens normativas, mas passagens históricas, descrições do que na verdade aconteceu.

     

A sexualidade faz parte da essência da personalidade de cada um de nós. No nosso relacionamento com os outros, expressamos desde muito cedo os sentimentos e as emoções de acordo com a nossa masculinidade ou feminilidade. O conceito bíblico de sexualidade traduz-se num relacionamento entre um homem e uma mulher, que fornece as condições para companheirismo, intimidade, cooperação e relações sexuais. Porém, este conceito de sexualidade não corresponde às imagens que nos são apresentadas, sobretudo pelos meios de comunicação. O mundo secular valoriza sobremaneira o prazer sexual, a nudez, a sensualidade, o porte atlético e a beleza física. Ainda que estes aspectos da sexualidade não sejam intrinsecamente maus, eles representam os valores de uma cultura egocêntrica, hedonista e moralmente decadente. Por outro lado, nesta mentalidade da busca do prazer a qualquer preço, as relações sexuais são consideradas uma expressão natural da sexualidade, tornando-se um acto banal, para ser experimentado por jovens e adultos, quando a oportunidade surgir, para satisfação de necessidades instintivas.

 

A verdade é que a nossa masculinidade ou feminilidade não está exclusivamente dependente das relações sexuais. Jesus foi um homem autêntico e, por conseguinte, um ser sexual. Contudo, não precisou de casar ou ter relações sexuais para se sentir plenamente realizado. A experiência sexual não é pois indispensável para o ser humano.

 

Deus instituiu o matrimónio para ser o contexto adequado para o desenvolvimento de um relacionamento sexual íntimo e saudável entre um homem e uma mulher. O casamento é uma extraordinária dádiva de Deus, que ilustra a união entre Cristo e a Sua igreja, e concede ao casal as condições adequadas para o companheirismo e intimidade sexual. Somente na medida em que guardarmos os nossos corpos puros e santos para o casamento, esperando por essa altura para termos relações sexuais amorosas com a pessoa que Deus escolheu para nós, desfrutaremos da intimidade sexual em toda a sua plenitude e de acordo com a vontade de Deus. 

 

Os comportamentos sexuais promíscuos por parte de jovens e adultos, são responsáveis pela transmissão de doenças, muitas vezes fatais, como a Sida, bem como por divórcios, gravidez indesejada, abortos, infertilidade e depressão. Segundo um documento divulgado pela Organização Mundial de Saúde, “a forma mais eficaz de prevenção da transmissão do vírus da Sida é a abstinência sexual ou a fidelidade sexual entre duas pessoas não infectadas”. Os próprios especialistas seculares consideram que os princípios bíblicos nos oferecem a melhor protecção contra esta epidemia dos nossos dias.

 

Assim, a intimidade sexual e as relações conjugais, ainda que sejam também uma ideia original de Deus, deverão ser desfrutadas unicamente no contexto do casamento, o qual, nos planos do Criador, corresponde à união entre um homem e uma mulher, num relacionamento estável, amoroso e permanente.

 

Jorge Cruz 

Porto, Portugal em Dezembro de 2016

http://falemosdesaude.blogspot.com

 

 

 

 

COMENTÁRIOS RECEBIDOS

 

 

David de Oliveira

Goiânia, Brasil - Dezembro de 2016

Para o nosso tempo o estudo é bom, mas não reflete inteiramente o que Deus permitia na Primeira Aliança.  

As referências à poligamia no Velho Testamento não se limitam a “passagens descritivas que mencionam com imparcialidade o que aconteceu”.

Apresentamos três exemplos de como a poligamia estava prevista na Lei de Moisés:

1 - Êxodo 21:10 Se o senhor tomar uma segunda mulher para si, não poderá privar a primeira de alimento, de roupas e dos direitos conjugais.

2 - A Lei de Moisés previa e em certos casos até ordenava a poligamia, como em Deuteronómio 25:5 - Se dois irmãos morarem juntos, e um deles morrer sem deixar filhos, a sua viúva não se casará com alguém de fora da família. O irmão do marido se casará com ela e cumprirá com ela o dever de cunhado.

3 - Foi Deus que entregou a David as mulheres de Saul, como vemos em Samuel 12:07/08 - “Você é esse homem!”, disse Natã a Davi. E continuou: “Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: “Eu o ungi rei de Israel e o livrei das mãos de Saul.  Dei-lhe a casa e as mulheres do seu senhor. Dei-lhe a nação de Israel e Judá. E, se tudo isso não fosse suficiente, eu lhe teria dado mais ainda.