Formação de professores (OC)
(Deverá
“clicar” nas referências bíblicas, para ter acesso aos textos)
Os professores de Escola Dominical são educadores, exercem uma
actividade educativa. Os pais também são educadores, os primeiros e talvez os principais.
Uns e outros precisam de aprender a executar essa função.
Os docentes das instituições escolares (desde o Jardim de Infância
à Universidade) fazem os seus cursos, realizam estágios, passam por um período
de formação, efectuam reciclagens, etc... Todavia, tem-se descurado a formação,
igualmente necessária, dos professores de Escola Dominical e dos pais como
educadores que são. Tudo é deixado ao improviso, à reprodução de modelos
decalcados e geralmente inadequados, ou, na melhor das hipóteses, a um certo
esforço (já de si louvável) de autodidatismo.
Jesus o Mestre
Jesus foi Mestre. Dedicou-se a ensinar. Os que O seguiam eram seus
discípulos, ou seja, seus alunos. Muitas vezes, Jesus estacionava em algum
lugar-escola (como no “monte das bem-aventuranças”) ...os
ensinava, dizendo: Mateus
5:2.
Aliás, Jesus fez uma permanente acção educativa, quer pela
instrução, quer pelo exemplo, quer pela correcção. Discípulo é também aquele
que recebe disciplina. E ainda hoje, nas escolas, se aprende por “disciplinas”
e se aplicam medidas disciplinadoras. Mas Jesus foi mais longe, e encarregou os
seus discípulos, de ensinarem, de serem educadores Mateus 28:19. Foi
para isso que os preparou e para isso os comissionou.
Assim, o ministério educativo da Igreja é fulcral e nele se
deveria investir com acções concertadas e dinâmicas.
Lição é diferente de pregação
Será razoável e útil, continuar a confundir lição com pregação,
adoptando o método tradicional e obsoleto, do
“professor-transmissor-de-conhecimentos” a
“alunos-receptores-espectadores-passivos”? Para não falar de deficiências de
conteúdo desses “discursos dominicais”.
Sem pretender atingir ou censurar aqueles que, com tão
boa-vontade, se dispõem a dar o seu melhor, ao serem eleitos para tal cargo,
pergunto: Não seria bom, para eles e para todos, que houvesse, na igreja, uma
escola de professores? É possível que em alguns casos ela já exista e, se assim
é, ainda bem. Mas, não me refiro apenas à formação bíblico-doutrinária.
Refiro-me também, e particularmente, à formação psico-pedagógica. Formar
especificamente para ser professor, para orientar uma turma, para relacionar-se
com alunos, para criar condições favoráveis à aprendizagem. Professores de
crianças, de adolescentes, jovens, adultos, todos. Todos os que já exercem, mas
também os que revelam vocação, interesse e aptidão para virem a trabalhar como
professores no seio da Igreja.
Os pais como educadores
Mas também os pais (como educadores e, alguns “encarregados de
educação”) têm sido esquecidos. Esquecidos até pelas instituições de ensino
secular que exigem deles colaboração e participação no processo educativo dos
seus filhos-educandos, mas, não lhes fornecendo preparação para isso. Nas
“Escolas Superiores de Educação” deveria haver (como há muito defendo) cursos
de formação de pais e futuros pais, para aprenderem a educar os seus filhos. É
por aí que se deveria começar, pela base. Sem essa formação, acontece o que se
vê: muita desarticulação, muito alheamento, muita inoperância, ineficácia e
frustração. Em prejuízo de quem ? Dos filhos, como
pessoas, como estudantes, como aprendizes.
Há que alterar esta situação. E se outros não o fazem, as igrejas
podem criar Centros de Formação de Educadores, para professores de Escola
Dominical e para pais, começando talvez pelos jovens que aspiram a constituir
família e a procriar ou a adoptar, e incluindo todos os pais que sintam necessidade
duma melhor preparação. Em suma, uma escola de educadores
voltada para a Escola Dominical e para o Lar. E assim, “com uma só cajadada....” Todos conhecem o provérbio.
Transcrição de
“A Mensagem Baptista” nº 171