Papa Francisco (AA)
SEGUNDA TENTATIVA DE REFORMA
(?)
Desde a
sua eleição que tenho acompanhado com muito interesse a caminhada do Papa
Francisco, quer nas suas comunicações televisivas quer através de artigos
publicados em jornais onde é enaltecida a sua atitude face a um Vaticano (Cúria
Romana) cristalizado, estagnado (o termo mais adequado talvez deva ser retrógrado). O Papa tem uma visão de Igreja que remete para os princípios,
os fundamentos cristãos: uma Igreja humilde, simples e ao serviço da
Humanidade. A sua acção deve ser orientada no sentido de combater as
desigualdades e injustiças sociais, a corrupção e todos os comportamentos
indignos, estes, dentro e fora da Igreja. Impõe-se que seja solidária com os
pobres, os mais fracos, os mais carenciados, os marginalizados. Toda a espécie
de discriminação deve ser denunciada, combatida, erradicada. Esta foi a prática constante do Senhor
Jesus Cristo. Por isso, o Papa entende que a Igreja tem de orientar a sua
acção nesse sentido ou então não cumprirá a sua missão cristã. É evidente que a principal missão da Igreja
Cristã é a pregação do Evangelho de
Jesus Cristo. Mateus 28:19/20; Marcos 13:10; Lucas 24:47/49 Todavia,
a pregação do Evangelho só produzirá os seus efeitos se acompanhada de acções
concretas que se adeqúem com o exemplo de Jesus. É nisto
precisamente que o Papa Francisco está a pôr todo o seu empenhamento,
praticando-o, à semelhança de Jesus.
Isto é
válido, acrescento eu, também para todas as outras confissões cristãs e para
todas as outras religiões não cristãs (Judaísmo, Islamismo, Hinduísmo, Budismo,
Confucionismo, etc). É uma mensagem totalmente e
mundialmente abrangente onde podemos também incluir os cépticos, os ateus,
todos os não religiosos.
De entre
muitos que escrevem sobre o Papa Francisco e a Igreja de hoje, destacarei duas
personalidades: o padre Anselmo Borges,
Teólogo e doutorado em Filosofia Histórica das Religiões, Professor na
Universidade de Coimbra; e frei Bento
Domingos, Teólogo da Ordem dos Franciscanos. Embora fazendo parte, por
formação, da Igreja Católica Romana, são críticos em relação a certa postura da
Igreja, fazendo notar que há caminhos que deveriam ser corrigidos. A sua
posição crítica é antiga e o Papa Francisco veio dar-lhes razão. (Sugiro a
todos os interessados nesta temática, católicos romanos e não católicos, ou de
quaisquer outras correntes religiosas que pesquisem os seus artigos, os seus
livros, leiam-nos e comentem, se assim o entenderem. Trata-se de escritos que
se referem na sua generalidade ao tema Igreja
e Sociedade).
Ora o
Papa Francisco tem dado o exemplo da humildade cristã, quer no vestir e calçar
quer na não utilização das grandes
comodidades que o Vaticano tem à sua disposição. Recusa pompa e circunstância!
Prefere acomodar-se nas instalações de uma Comunidade humilde a viver no luxo,
na opulência, na ostentação dos aposentos papais. Do meu ponto de vista, claro,
o Papa Francisco está a ser um
verdadeiro discípulo de Jesus Cristo, um exemplo vivo do que é ser cristão.
Com a sua humildade, “fala” para todo o
Mundo e, em particular, para dentro, para todas as Igrejas Cristãs e, mais
particularmente ainda para a Igreja Católica Romana ou, antes, para a Cúria
Romana. Sendo o Chefe Máximo do Catolicismo Romano, não é mais aquela Entidade
“superior”, “infalível”, à semelhança do que acontecia com outros Papas. Apesar
da sua posição, põe-se ao nível de qualquer ser humano pecador pedindo aos
fiéis e ao mundo que orem por ele. Todavia, a resistência interna no Vaticano
tem-se manifestado, tentando travá-lo. Mas, prosseguindo o caminho que se
propôs e com a autoridade moral que lhe conhecemos, está a tentar dar-lhe uma
boa “vassourada” indicando que o caminho
da Igreja é humildade e serviço, não ostentação e luxo. A Igreja deve
pôr-se ao serviço do ser Humano e não servir-se dele.
Esta é
uma das muitas mensagens de Jesus Cristo: “…O Filho do Homem não veio para ser
servido, mas para servir …” Mateus 20:26/28.
Outra
importante mensagem de Jesus é “… ide, pois, fazei
discípulos de todos os povos,… ensinando-os …” Mateus 28:19/20
É
imperioso “sair”, é necessário deixar as comodidades e partir ao encontro das
pessoas, porque é no mundo secularizado onde os problemas existem, se agudizam
e a sua terapia se torna urgente e necessária. A sociedade, a nível planetário,
está moralmente doente, com tendência para a degradação total. Ficamos
terrivelmente constrangidos quando noticiam que a riqueza mundial está nas mãos de “meia-dúzia” de pessoas! Isto é
inconcebível, pois todos sabemos que há
milhões de deres humanos a morrer de fome, principalmente crianças e velhos!
Isto é muito confrangedor! Que mundo é
este? Porquê tanta insensibilidade? Por isso, a Igreja Cristã, todos os
cristãos e todos os seguidores de outras Confissões Religiosas não podem
alhear-se destes degradantes problemas sociais, ignorar tanta miséria, tamanhas
injustiças, e passar de lado, como
fizeram os fariseus e os religiosos, segundo a parábola de Jesus “O Bom
Samaritano”. Lucas 10:25/37.
Esta, é uma das muitas batalhas que o Papa Francisco está a travar. Ele vem
advertindo a Igreja para a necessidade de partir, de sair, de ir ao encontro da
sociedade, das pessoas, auscultando-as e ajudando-as nas suas necessidades, nos
seus problemas, nas suas carências. Há que dar uma atenção particular às
desigualdades sociais, cada vez mais profundas e com uma pobreza em recrudescimento
contínuo; é preciso reflectir, pensar em tanta miséria, tanta fome que grassa
por esse mundo fora e batalhar no sentido da sua erradicação. É urgente fazer
ver a quem tem muito e vive com todas as comodidades, que todos os outros seres
humanos também têm direito a viver com dignidade. O viver condignamente não pode ser privilégio apenas de alguns! A Carta Universal sobre Direitos Humanos é
bem clara. No entanto, aqueles que têm dinheiro e poder ignoram-na por
completo. É preciso, pois, sensibilizá-los para que se faça a redistribuição da
riqueza. Esta é um bem comum de que todo o ser humano deve beneficiar.
A
Igreja, para cumprir a sua missão cristã, tem obrigatoriamente de deixar o seu
reduto. É o que o Papa está a tentar fazer, advertindo-a para a necessidade de
sair. A Igreja não pode confinar-se às actividades e aos rituais religiosos nos
templos, nem pode conformar-se com isso. Embora também seja útil e necessário
porque reúne os fiéis para uma adoração em comum. Contudo, não é nos templos
que os problemas sociais se evidenciam, é lá fora. É aí que é preciso actuar.
O Papa
Francisco recebeu, interiorizou e está a pôr em prática pessoalmente as
mensagens de Jesus e pretende que a Igreja que chefia siga o mesmo exemplo. O
legado de Jesus Cristo foi: humildade,
simplicidade, serviço, solidariedade, tolerância, perdão, amor. O Amor foi
a Sua Mensagem por excelência “…Amarás ao Senhor, teu Deus, … e ao próximo como a ti mesmo …” Lucas 10:25/28. A falta de amor ao próximo conduz ao
egoísmo. O Mundo caótico em que vivemos é fruto disso mesmo. Não há respeito
pelo ser Humano nem pela Natureza. É aí que a Igreja, melhor dizendo todo o
cristão, deve exercer a sua acção. Eu
disse todo o cristão. Pois bem, o que acontece é que a concentração da
riqueza está precisamente nas mãos de meia-dúzia de pessoas, particularmente de
pessoas que se dizem cristãs, vivem no mundo cristão, mas desprezam a Mensagem
Cristã! Para esses, a acumulação da riqueza está acima de tudo, mesmo que seja
necessário escravizar e sacrificar todo o mundo! Solidariedade? Humanidade?
O que é isso? São vocábulos que não
constam do seu léxico mental! Bem disse Jesus: “ … Em verdade vos digo que
dificilmente um rico entrará no Reino do Céu … Mateus 19:16/24. Procurar inverter esta situação de injustiça
é missão da Igreja e de todo o verdadeiro cristão, e também de todo aquele que professa
outra Religião, outra Fé!
Tenho
muita esperança na dinamização das alterações reformistas preconizadas pelo
Papa Francisco no Catolicismo Romano! Além disso, ele deseja a aproximação de
todas as outras Confissões Cristãs. Tem mostrado muita persistência na sua
acção e tudo indica que é um Homem de Fé
e de grande coragem! A sua presença nas comemorações dos 500 anos da
Reforma Luterana (Protestante) no ano passado evidencia isso mesmo! Em meu
entender, claro, creio que foi uma maneira airosa de dizer: “abençoada Reforma
Luterana! Pena é que não tenha produzido frutos no Vaticano”! Esta atitude
poderá ser entendida como sancionando a Reforma Protestante! Mas ele deseja
também um bom entendimento com outras Religiões não cristãs. Para o Papa
Francisco uma atitude se impõe: darmo-nos
as mãos para um combate comum que é trazer a paz ao Mundo, promover a Justiça e
erradicar a Pobreza, a Miséria, a Fome!
Tudo
isto me leva a pensar que estamos a viver uma Segunda tentativa de Reforma no Catolicismo Romano. A
concretizar-se, deverá ser bem mais pacífica do que a Primeira, pois a posição
de cada um dos protagonistas é diferente, como muito diferentes são também os
tempos. Há quem diga que o Vaticano II terá dado início à reforma do Catolicismo
Romano. É verdade que houve abertura, fizeram-se algumas mudanças, em
particular a nível da liturgia passando a utilizar-se as línguas locais nas
celebrações litúrgicas (depois de 1600 anos de uso do latim!). Mas, a estrutura no Vaticano permaneceu. Mantiveram-se
inalterados privilégios e poder! É aqui que se nota a intervenção do Papa
Francisco. A Igreja não tem que ter privilégios. A sua missão é servir, ir ao
encontro dos problemas sociais e ajudar a encontrar soluções, corrigir erros e
injustiças. É missão da Igreja fazer ver ao Mundo a necessidade de arrepiar
caminho, senão precipitar-se-á no abismo!
Essa foi também a luta de Martinho Lutero. Numa visita ao Vaticano,
ficou chocado e revoltado com a vida faustosa que ali se fazia. Tanta ostentação,
tanto luxo, tanta opulência, tantos privilégios! E
tudo isto às custas de imensos sacrifícios exigidos aos fiéis! Lutero era um
estudioso e conhecedor das Escrituras. O que se fazia ali nada tinha a ver com
os princípios cristãos, com o Evangelho de Jesus Cristo. Era uma afronta a
Cristo e à Sua Mensagem! Manifestou-se contra e viu-se obrigado a abandonar o
Vaticano regressando à Alemanha. Insistiu na mudança chamando à atenção do
Vaticano para os desvios em relação às Escrituras obtendo como resposta a
perseguição. Abandonou então o Catolicismo Romano, traduziu para o alemão
corrente os textos bíblicos do Novo Testamento mostrando que a Mensagem Cristã
não tinha quaisquer afinidades com a prática religiosa do Vaticano e do
Catolicismo Romano em geral. As terríveis e nefastas consequências desta
separação são conhecidas. Delas nos dá conta a História. O Vaticano, porém, não
fez quaisquer mudanças.
Ora o
Papa Francisco – “O Reformador” (como costumo dizer no círculo dos meus
amigos), está numa posição privilegiada em relação a Lutero. Este era apenas um
Monge. Francisco é o Chefe máximo da Igreja Católica Romana. Todavia, não se adivinha fácil a sua tarefa!
Tem muita oposição dentro do Vaticano, daqueles que não querem perder nem poder
nem privilégios. Temos, porém, muita esperança na sua determinação, na sua
coragem, na sua honestidade, enfim, na sua força moral. Ele tem o apoio
importante da grande maioria dos fiéis católico-romanos (o que é muito
significativo) e é tido em grande consideração por outras confissões
religiosas, cristãs e não cristãs, e por todo mundo em geral.
É nosso desejo e esperança que a
História venha a registar, a seu tempo, as pertinentes mudanças, no
Cristianismo, no Judaísmo, no Islamismo e em todas as outras religiões, para bem
da humanidade! Não excluindo, claro, a
humanização do capitalismo, porque, infelizmente, para os Grandes e
Poderosos a Riqueza é o seu deus!
Leiria, Junho de 2018
Nota: Por opção pessoal do autor, este
texto não segue o actual Acordo Ortográfico
Alguns dos comentários recebidos
Carlos Manuel
Aragão carlosmaragao@gmail.com
Maputo
– Moçambique em 2018-06-24
Nas aulas de Historia Ocidental fala-se na Reforma como
Movimento (mais religioso mas igualmente político) que teve lugar no século XVI
europeu que visou a retirada de autoridade aos Papas.
Mas - tudo indica- que o motor para esta Reforma foram o
espírito progressista do Renascimento europeu, a liberdade de pensamento, as
descobertas que deram Novos Mundos ao Mundo de então (a esfericidade da Terra),
a liberalização dos costumes, o surgimento do conceito do “Homem como medida de
todas as coisas” e como não poderia deixar de ser as clivagens de pensamento
sendo Martinho Lutero um dos impulsionadores desse Movimento de Reforma. Lutero
não foi único nessa época recuada. Mas foi o personagem mais importante.
Visto que Lutero era, ou foi frade, e na qualidade de servo de
Deus ficou escandalizado pela venda de indulgências (que
não vi referido no texto-----fala-se apenas no fausto.....certamente, a Igreja
Católica tem 2 mil anos e sempre viveu no fausto....e encostada ao poder
estabelecido...) que foi uma forma de taxa a que os Papas de então lançaram mão
para financiarem a finalização da construção da tal Capela Sistina, ou algo no
género que custou - ao tempo - uma fortuna considerável.
E os cofres estavam vazios, porque os Papas financiavam
igualmente guerras, rixas, conflitos, tropas mercenárias, golpes de Estado etc que também não se refere no texto.
Alexandre VI (Família dos Bórgias) é
um bom exemplo de um Papa político que parece que contratou Nicolau Maquiavel
para escrever o Príncipe que era uma espécie de Manual Politico (na época
falava-se em vade mecum algo
que vai sempre contigo no bolso) para um Governante jovem que - parece - era o
próprio Filho desse Papa (nessa altura casavam-se, tinham família, tinham uma
vida mundana intensa e assente no nepotismo).
A Igreja Católica despeitada reagiu com o movimento da
Contra-reforma (Concilio de Trento, salvo erro foi dos primeiros..).
Porem o autor do texto fala em segunda Reforma da Igreja
Católica pela mão do Papa Francisco.
Ora quem fez a Reforma não foi o Vaticano ou Santa Sé. Esta
reagiu a reboque da Reforma.
Vaticano despeitado e preocupado fez a Contra-Reforma.
De maneira que há ali no texto uma pequena barafunda de
conceitos - ou melhor de abordagem da matéria - que deveria seguir a abordagem
já consagrada pelo menos pelos Historiadores da chamada Historia da Civilização
Ocidental (se é que se pode chamar assim) e da Historia Europeia em geral.
No fundo quem “tramou” Cristo foram os políticos do seu tempo e
quem esta a “tramar” o Papa Francisco são os mesmos políticos mas afivelando
outras máscaras, defendendo fundamentalmente os mesmos interesses dos
poderosos.
Arménio Anjo
(autor do artigo)
Estive a ler o comentário de Carlos Manuel Aragão, residente em Maputo, Moçambique.
É interessante e o que diz é correcto. No entanto, gostaria de
chamar a sua atenção para o facto de, com o meu artigo, não pretender falar da
História da Igreja (as omissões foram propositadas), mas tão
somente realçar e enaltecer a postura, ou melhor a caminhada que o Papa
Francisco está percorrendo, fazendo ver aos seus subordinados no Vaticano
(enquistado, cristalizado, fundamentalista) a imperiosa necessidade de mudança!
A acção da Igreja tem de ser reajustada à mensagem cristã, tendo
como exemplo a própria vida do Senhor Jesus Cristo na sua intervenção na vida
religiosa, política e social do seu tempo. Ele anunciou o Reino dos Céus, mas
apontou também os caminhos para atingi-lo. E isso implica justiça social e
igualdade dos seres humanos.
Ninguém com fome aceitará de bom grado a Mensagem do Evangelho! É
preciso saciá-lo primeiro para depois lhe anunciar a salvação em Jesus
Cristo.
Actualmente, o mundo não está melhor! Pelo contrário,
acentuaram-se as desigualdades sociais, o fosso entre ricos e pobres é cada vez
maior!
Afinal, nestes DOIS MIL ANOS decorridos, por onde andou a mensagem
do Evangelho?! Onde esteve a Igreja e o que fez?! Creio que são
estas e outras interrogações as preocupações do próprio Papa. É
assunto para muita reflexão!!!
Embora estando no âmbito da História da Igreja e da Teologia,
o que pretendi foi evidenciar a acção do Papa Francisco. A Igreja precisa
de frutificar as suas obras porque, como diz o apóstolo Tiago “ ... a fé sem obras é morta" Tiago 2:26 .
Leiria, Junho de 2018
Camilo Coelho (Responsável por esta página na
internet)
Quero em
primeiro lugar agradecer os comentários que me enviaram sobre o artigo Papa
Francisco (AA). Estes e outros que não publico por não estarem de acordo com os
objectivos da minha página, que julgo oportuno relembrar:
Esta
minha página de reflexão teológica, não é primariamente uma página de
evangelização nem se destina a divulgar o que penso, mas a ajudar a preencher
um espaço em que haja liberdade de reflexão e direito à heresia, de acordo com
o seu significado original como sendo simplesmente uma ideia divergente, desde
que apresentada em linguagem correcta e com respeito por outras opiniões.
Assim,
tento não fazer censura teológica, embora tenha de fazer um certo “controle de qualidade” no que publico na minha página, o que
nem sempre é fácil.
Quase
todos os cursos de teologia apresentam uma lista dos “livros aconselhados”,
para que os estudantes aprendam a “verdade oficial” e uniformizem o pensamento,
principal objectivo das igrejas e religiões.
O
objectivo da minha página não é colaborar com essa atitude, bem pelo contrário,
pois valorizo mais a divulgação dos pensamentos dos “livros não aconselhados”
que nos obriguem a repensar as nossas convicções. Claro que para isso temos de
estar atentos às tentativas dos que se querem aproveitar duma liberdade que não
respeitam nas suas organizações.
Esta
minha página na internet, a Estudos Bíblicos sem Fronteiras teológicas, não se
destina à evangelização, nem à divulgação da história das religiões ou qualquer
outro assunto semelhante, mas à livre e séria discussão de assuntos que não são
debatidos nas igrejas nem nos seminários de teologia. Infelizmente as igrejas e
religiões em geral, não têm muita tradição de liberdade de pensamento e de
expressão e tentam “monopolizar” o pensamento dos seus aderentes que se conformam
em assumir uma “cómoda” posição heterónoma.
Já
tenho rejeitado artigos em que os seus autores me perguntam o que está mal,
para que a maior parte dos artigos que me enviam não sejam publicados e acabo
por responder que o problema não é esse, mas rejeito por encontrar somente
afirmações que todos aceitam ou é o que vem nos habituais livros e não vejo
interesse na publicação. O que me interessa não é o que vem nos livros, mas
aquilo que seja fruto da meditação e/ou experiência pessoal que tenha interesse
investigar.
Neste
caso, do Papa Francisco, vejo que ambos os comentários publicados são
favoráveis à sua atitude como Papa, pelo que gostaria que algum dos seus
opositores também nos apresentasse os seus argumentos contra a acção do actual
Papa, para que os leitores desta nossa página ficassem esclarecidos sobre as
duas posições divergentes.
Marinha
Grande, Junho de 2018.