EVANGELHO DAS OBRAS (OC)
(Deverá “clicar” nas referências bíblicas, para ter acesso aos textos)
Mateus 7:26/27, Mateus 25:31/46,
Lucas 20:28, João 10:37/38
Olhemos para Jesus. Que fez Ele? Apenas
se limitou a pregar, a ensinar, a falar?
Bem sabemos que há acções que
falam mais alto do que milhões de palavras ditas. Há atitudes, gestos, obras
que falam mais alto do que todas as palavras que se possam dizer.
Que fez Jesus? Ajudou as pessoas
necessitadas: visitou e curou doentes, amparou pessoas em desespero, exerceu
compaixão activa, aliviando dores, alimentando famintos, libertando cativos
(cativos de medos, de preconceitos, de fantasmas, de fardos pesados...). Ou
seja, como lemos em Lucas 4:18/19 ...
curou quebrantados de coração, libertou os cativos,
deu vista aos cegos, aliviou os oprimidos.... Ele mesmo convidava: Vinde a Mim, todos vós que estais cansados e oprimidos e eu vos
aliviarei... Jesus fez isso, na prática. E nós, cristãos, e a Igreja de
Cristo hoje? Limitamo-nos a pregar, a ensinar, a dar lições, pregações, fazer
orações, repetir frases?
É necessário comunicar o
Evangelho pela palavra, mas é tão importante como isso ajudar pessoas, ou seja,
fazer a pregação prática, dar a aula prática, transmitir o Evangelho prático, o
Evangelho das obras.
De fé sabemos muito! Os
protestantes são “barras” na doutrina da fé, desde a Reforma, desde Lutero,
Calvino e outros. Mas, como escreveu Tiago, a fé sem
obras é morta. E o próprio Jesus afirmou: Nem
todo o que me diz “Senhor, Senhor!” entrará no Reino dos céus, mas aquele que
faz a vontade de meu Pai... Mateus 7:26/27
Que sabemos nós do “Evangelho das obras”? Como o traduzimos em actos concretos?
Também somos fortes em
“cristianismo de igreja”: cultos, pregações, orações, lições, ofertas
monetárias... Isso é o que mais fazemos. É a nossa especialidade. E repetimos,
repetimos, repetimos. Às vezes talvez também repetições
vãs. Não será? E o resto? Em Isaías 1:10/18 o
Senhor condena e rejeita o culto cerimonial, ritualista, prestado por pessoas
injustas, exploradoras, moralmente sujas, sem amor, sem coração! Afinal, Jesus,
nosso padrão único e perfeito, viria a sintetizar toda esta exigência
profética, ao dizer: Quero misericórdia, e não
sacrifício Mateus
12:7. Ou seja: Não vale a pena passar a vida a cumprir praxes e a fazer
“esforços religiosos”, não vale a pena discutir o sábado, a lei, os
regulamentos, as doutrinas, os credos, a teologia... Discutir, dissertar, argumentar
e ficar por aí: pela discussão estéril. É preciso misericórdia!
Jesus tocou na mão duma
mulher enferma Mateus
8:15. E tocou em muitos outros, da terceira idade, da primeira idade, de
todas as idades. Tocar na mão não é apenas orar pelo doente, nem somente
escrever-lhe ou telefonar-lhe, ou mesmo mandar-lhe ofertas. Tocar-lhe é estar
com ele, estabelecendo contacto directo de empatia, de amor.
Em Lucas 20:28, o
Cristo define a sua missão: O Filho do Homem não veio
para ser servido mas para servir e dar a Sua vida em resgate de
muitos. DAR e SERVIR, dois verbos, exprimindo acções. Eis o Evangelho
das obras, de que se fala tão pouco e que se pratica ainda menos: DAR E SERVIR
ao próximo.
Jesus foi Obreiro, realizou Obras
e consumou toda a Sua Obra na dádiva de Si mesmo pela Humanidade, lá na cruz do
Calvário.
Pergunto: Porque é que há tanta incredulidade
face à Igreja de Cristo hoje? Tanta censura pela sua ineficácia, tanta
desconfiança, cepticismo, indiferença e rejeição! Porquê? Eles não acreditam
numa Igreja inactiva, acomodada, triunfalista, fechada, ritualista, insensível
aos problemas sociais e humanos dos que sofrem. E há tanto sofrimento no mundo!
Eles não acreditam na Igreja e consequentemente deixam de acreditar, ou
rejeitam liminarmente o Cristo da Igreja.
Mas, em João 10:37/38,
Jesus, aos que não acreditavam nele, na sua natureza divina, nas suas palavras,
no seu Evangelho, dizia simplesmente: Crede nas obras!! Ou
seja: olhai para o que eu faço, e acreditai em mim pelo que eu faço, pela minha
prática de todos os dias. Jesus tinha mesmo Obra a apresentar! E nós? E a
Igreja? Temos obra a
apresentar?
No julgamento derradeiro, quando
Jesus separar o trigo do joio (as ovelhas dos bodes), como lemos em Mateus 25:31/46,
qual será o critério? O da fé ou o das obras? Vinde,
benditos de meu Pai... porque tive fome e destes-me de comer, tive sede e
destes-me de beber, era estrangeiro e hospedastes-me, estava nu e vestistes-me,
adoeci e visitastes-me, estive na prisão e fostes ver-me... Em verdade vos digo
que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a Mim o
fizestes!
Está tudo dito! É Jesus quem diz!
É a Palavra de Deus.
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