De quem é o natal? (DO)
(Deverá “clicar” nas referências
bíblicas, para ter acesso aos textos)
A figura do Papai Noel, São Nicolau, Father Christmas, Santa Klaus, etc, e a árvore de natal, se assemelham ao coelho e ao ovo de
chocolate da páscoa, para uma compreensão infantil ou esquizofrênica da
natureza humana; isto é, não têm nada a ver com nada! Às vezes acho que o homem
enlouqueceria, se não houvesse esses “oásis” em seu deserto!
O Papai Noel brasileiro, o que eu “conheci”
quando criança; é um dos mais falsos e cruéis que existe. Eu o observava todos
os anos e o pegava sempre em suas maldades. Para as crianças que mais
precisavam dos brinquedos, ele muitas vezes não dava, ou quando dava, eram os
piores, ao passo que as “riquinhas”, ele as enchia de belos e caros presentes.
Sempre imaginava que criança esperta não gostava de Natal, mesmo que fosse
riquinha! Natal, é a data mais cruel para uma criança, pois ela tem mais senso
de justiça que o adulto.
Natal nunca foi o “Emanuel”; “Deus conosco”, o “Nasce Jesus fonte de luz”. Natal é apenas
presépio (encenação); árvore bonita, mas morta, iluminada artificialmente, mesa
farta de comida para o corpo e nunca para o espírito. “Deus Conosco”
é o “Eis que estarei convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”.
Já tentei muitas vezes compreender esse
ambiente em que as pessoas fabricam todo final de ano. É verdade, há indícios
de lampejos de uma “pseudo-humanidade”, ou como
dizem, o tal “espírito natalino”. É o hiato no calendário e na agenda das
maldades impregnadas nas mentes humanas que chegaram, do ano que está
agonizando. Alguns dizem que é o menino Jesus “nascendo em cada mente!” (se
fosse!).
Não quero mencionar as enfadonhas
histórias de como surgiu o natal. Seja lá o que reforce as explicações, não
serão completas para os nossos dias. Quero comentar essa atitude quase
infantil, de demonstrações de “solidariedades” e desejos “humanitários”. Pode
ser uma visão bem simplista, mas vejo nesses comportamentos coletivos, criancices
que continuam em nós pela vida afora. É somente mais uma unidade de
tempo/espaço, em que o planeta percorreu em volta do sol e nos trouxe as
estações climáticas. Posso ser um chato, um estraga-prazer, mas não quero ser
um hipócrita para com Deus.
A consciência coletiva tem medo e sabe
que terá de prestar contas pelas sucessivas maldades cometidas. Até no ateu,
esse sentimento de fundo neuronial o abate e o confunde (Freud explicaria
melhor). Há alguém nos esperando no final, e como meninos travessos, imaginamos
que seremos pegos um dia.
Balança injusta, ferragem fina demais na
construção, empregado explorado, extorsão da fé religiosa, mentiras, omissões,
falsidades, traições de todos os tipos, hipocrisia, egoísmo, usura, corrupção,
roubo e tantos outros pesos que a consciência tem que carregar! Ninguém
suportaria se não fosse o “Natal”! Natal é panacéia;
remédio para todos os males. Temos de “aplacar a ira divina” e nada como um
“feliz Natal” para fechar o ano, além de usufruirmos o lucro do dinheiro dos
que foram menos espertos que nós.
Natal é apenas uma palavra que denota o
dia do nascimento de uma pessoa; então o associam ao nascimento de Jesus.
Sabemos que esta data (25/12) é bastante imprópria para o dia natalino de
Cristo, tanto historicamente como no ambiente que criamos.
Se Jesus estivesse ainda em carne, onde
passaria o Seu “Natal”? Num país de primeiro mundo ou num do terceiro? Seria na
África ou na Inglaterra? Nos Estados Unidos ou no Iraque? Todos acham que Ele
estaria em seus países, ou quem sabe, em suas casas, mas nunca em seus
corações!
Afinal, de quem é o Natal, senão dos
incrédulos? Crentes (em Deus) “não precisam” de natais. Quanto mais ênfase se
dá ao Natal, mais se precisa dele. Natal é a mais infantil das falsidades; é
engodo psicológico que passa muito longe de qualquer ato de fé genuína em Deus.
Nunca um reencontro definitivo com o Verbo do Criador.
E para os que não gostam do Natal, há
motivos para comemorações? Acho que sim, não precisamente no Natal, mas nos
dias finais de cada ano. É como o emplacamento de um veículo. Chegamos vivos e
com saúde (para aqueles que a têm), por mais um ano. Isto é o bastante para
mim; comemorar e agradecer a vida, que é a maior riqueza que recebemos de Deus.
O tal Espírito do Natal, nós o trocaremos pelo: Deus é
Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.
João 4:24
Janeiro de 2006
Estudos
bíblicos sem fronteiras teológicas