Mateus

Mat.1.1- Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de David, filho de Abraão.

Mat.1.2- A Abraão nasceu Isaque; a Isaque nasceu Jacob; a Jacob nasceram Judá e seus irmãos;

Mat.1.3- a Judá nasceram, de Tamar, Farés e Zará; a Farés nasceu Esrom; a Esrom nasceu Arão;

Mat.1.4- a Arão nasceu Aminadabe; a Aminadabe nasceu Nasom; a Nasom nasceu Salmom;

Mat.1.5- a Salmom nasceu, de Raab, Booz; a Booz nasceu, de Rute, Obede; a Obede nasceu Jessé;

Mat.1.6- e a Jessé nasceu o rei David. A David nasceu Salomão da que fora mulher de Urias;

Mat.1.7- a Salomão nasceu Roboão; a Roboão nasceu Abias; a Abias nasceu Asafe;

Mat.1.8- a Asafe nasceu Josafá; a Josafá nasceu Jorão; a Jorão nasceu Ozias;

Mat.1.9- a Ozias nasceu Joatão; a Joatão nasceu Acaz; a Acaz nasceu Ezequias;

Mat.1.10- a Ezequias nasceu Manassés; a Manassés nasceu Amon; a Amon nasceu Josias;

Mat.1.11- a Josias nasceram Jeconias e seus irmãos, no tempo da deportação para Babilónia.

Mat.1.12- Depois da deportação para Babilónia nasceu a Jeconias, Salatiel; a Salatiel nasceu Zorobabel;

Mat.1.13- a Zorobabel nasceu Abiúde; a Abiúde nasceu Eliaquim; a Eliaquim nasceu Azor;

Mat.1.14- a Azor nasceu Sadoque; a Sadoque nasceu Aquim; a Aquim nasceu Eliúde;

Mat.1.15- a Eliúde nasceu Eleazar; a Eleazar nasceu Matã; a Matã nasceu Jacob;

Mat.1.16- e a Jacob nasceu José, marido de Maria, da qual nasceu JESUS, que se chama Cristo.

Mat.1.17- De sorte que todas as gerações, desde Abraão até David, são catorze gerações; e desde David até a deportação para Babilónia, catorze gerações; e desde a deportação para Babilónia até o Cristo, catorze gerações.

Mat.1.18- Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, ela se achou ter concebido do Espírito Santo.

Mat.1.19- E como José, seu esposo, era justo, e não a queria infamar, intentou deixá-la secretamente.

Mat.1.20- E, projectando ele isso, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de David, não temas receber a Maria, tua mulher, pois o que nela se gerou é do Espírito Santo;

Mat.1.21- ela dará à luz um filho, a quem chamarás JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.

Mat.1.22- Ora, tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que fora dito da parte do Senhor pelo profeta:

Mat.1.23- Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, o qual será chamado EMANUEL, que traduzido é: Deus connosco.

Mat.1.24- E José, tendo despertado do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu sua mulher;

Mat.1.25- e não a conheceu enquanto ela não deu à luz um filho; e pôs-lhe o nome de JESUS.

Mat.2.1- Tendo, pois, nascido Jesus em Belém da Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que vieram do oriente a Jerusalém uns magos que perguntavam:

Mat.2.2- Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? pois do oriente vimos a sua estrela e viemos adorá-lo.

Mat.2.3- O rei Herodes, ouvindo isso, perturbou-se, e com ele toda a Jerusalém;

Mat.2.4- e, reunindo todos os principais sacerdotes e os escribas do povo, perguntava-lhes onde havia de nascer o Cristo.

Mat.2.5- Responderam-lhe eles: Em Belém da Judeia; pois assim está escrito pelo profeta:

Mat.2.6- E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as principais cidades de Judá; porque de ti sairá o Guia que há-de apascentar o meu povo de Israel.

Mat.2.7- Então Herodes chamou secretamente os magos, e deles inquiriu com precisão acerca do tempo em que a estrela aparecera;

Mat.2.8- e enviando-os a Belém, disse-lhes: Ide, e perguntai diligentemente pelo menino; e, quando o achardes, participai-mo, para que também eu vá e o adore.

Mat.2.9- Tendo eles, pois, ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela que tinham visto quando no oriente ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino.

Mat.2.10- Ao verem eles a estrela, regozijaram-se com grande alegria.

Mat.2.11- E entrando na casa, viram o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro incenso e mirra.

Mat.2.12- Ora, sendo por divina revelação avisados em sonhos para não voltarem a Herodes, regressaram à sua terra por outro caminho.

Mat.2.13- E, havendo eles se retirado, eis que um anjo do Senhor apareceu a José em sonho, dizendo: Levanta-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egipto, e ali fica até que eu te fale; porque Herodes há-de procurar o menino para o matar.

Mat.2.14- Levantou-se, pois, tomou de noite o menino e sua mãe, e partiu para o Egipto.

Mat.2.15- e lá ficou até a morte de Herodes, para que se cumprisse o que fora dito da parte do Senhor pelo profeta: Do Egipto chamei o meu Filho.

Mat.2.16- Então Herodes, vendo que fora iludido pelos magos, irou-se grandemente e mandou matar todos os meninos de dois anos para baixo que havia em Belém, e em todos os seus arredores, segundo o tempo que com precisão inquirira dos magos.

Mat.2.17- Cumpriu-se então o que fora dito pelo profeta Jeremias:

Mat.2.18- Em Ramá se ouviu uma voz, lamentação e grande pranto: Raquel chorando os seus filhos, e não querendo ser consolada, porque eles já não existem.

Mat.2.19- Mas tendo morrido Herodes, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonho a José no Egipto,

Mat.2.20- dizendo: Levanta-te, toma o menino e sua mãe e vai para a terra de Israel; porque já morreram os que procuravam a morte do menino.

Mat.2.21- Então ele se levantou, tomou o menino e sua mãe e foi para a terra de Israel.

Mat.2.22- Ouvindo, porém, que Arquelau reinava na Judeia em lugar de seu pai Herodes, temeu ir para lá; mas avisado em sonho por divina revelação, retirou-se para as regiões da Galileia,

Mat.2.23- e foi habitar numa cidade chamada Nazaré; para que se cumprisse o que fora dito pelos profetas: Ele será chamado nazareno.

Mat.3.1- Naqueles dias apareceu João, o Batista, pregando no deserto da Judeia,

Mat.3.2- dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.

Mat.3.3- Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que diz: Voz do que clama no deserto; Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.

Mat.3.4- Ora, João usava uma veste de pelos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre.

Mat.3.5- Então iam ter com ele os de Jerusalém, de toda a Judeia, e de toda a circunvizinhança do Jordão,

Mat.3.6- e eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados.

Mat.3.7- Mas, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao seu batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira vindoura?

Mat.3.8- Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento,

Mat.3.9- e não queirais dizer dentro de vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que mesmo destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão.

Mat.3.10- E já está posto o machado á raiz das árvores; toda árvore, pois que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo.

Mat.3.11- Eu, na verdade, vos batizo em água, na base do arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu, que nem sou digno de levar-lhe as alparcas; ele vos batizará no Espírito Santo, e em fogo.

Mat.3.12- A sua pá ele tem na mão, e limpará bem a sua eira; recolherá o seu trigo ao celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível.

Mat.3.13- Então veio Jesus da Galileia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele.

Mat.3.14- Mas João o impedia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?

Mat.3.15- Jesus, porém, lhe respondeu: Consente agora; porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele consentiu.

Mat.3.16- Batizado que foi Jesus, saiu logo da água; e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito Santo de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele;

Mat.3.17- e eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.

Mat.4.1- Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo Diabo.

Mat.4.2- E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome.

Mat.4.3- Chegando, então, o tentador, disse-lhe: Se tu és Filho de Deus manda que estas pedras se tornem em pães.

Mat.4.4- Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus.

Mat.4.5- Então o Diabo o levou à cidade santa, colocou-o sobre o pináculo do templo,

Mat.4.6- e disse-lhe: Se tu és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito; e: eles te susterão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra.

Mat.4.7- Replicou-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus.

Mat.4.8- Novamente o Diabo o levou a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles;

Mat.4.9- e disse-lhe: Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares.

Mat.4.10- Então ordenou-lhe Jesus: Vai-te, Satanás; porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.

Mat.4.11- Então o Diabo o deixou; e eis que vieram os anjos e o serviram.

Mat.4.12- Ora, ouvindo Jesus que João fora entregue, retirou-se para a Galileia;

Mat.4.13- e, deixando Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, cidade marítima, nos confins de Zabulom e Naftali;

Mat.4.14- para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías:

Mat.4.15- A terra de Zabulom e a terra de Naftali, o caminho do mar, além do Jordão, a Galileia dos gentios,

Mat.4.16- o povo que estava sentado em trevas viu uma grande luz; sim, aos que estavam sentados na região da sombra da morte, a estes a luz raiou.

Mat.4.17- Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.

Mat.4.18- E Jesus, andando ao longo do mar da Galileia, viu dois irmãos - Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, os quais lançavam a rede ao mar, porque eram pescadores.

Mat.4.19- Disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.

Mat.4.20- Eles, pois, deixando imediatamente as redes, o seguiram.

Mat.4.21- E, passando mais adiante, viu outros dois irmãos - Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, no barco com seu pai Zebedeu, consertando as redes; e os chamou.

Mat.4.22- Estes, deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram-no.

Mat.4.23- E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino, e curando todas as doenças e enfermidades entre o povo.

Mat.4.24- Assim a sua fama correu por toda a Síria; e trouxeram-lhe todos os que padeciam, acometidos de várias doenças e tormentos, os endemoninhados, os lunáticos, e os paralíticos; e ele os curou

Mat.4.25- De sorte que o seguiam grandes multidões da Galileia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judeia, e dalém do Jordão.

Mat.5.1- Jesus, pois, vendo as multidões, subiu ao monte; e, tendo se assentado, aproximaram-se os seus discípulos,

Mat.5.2- e ele se pôs a ensiná-los, dizendo:

Mat.5.3- Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.

Mat.5.4- Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.

Mat.5.5- Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.

Mat.5.6- Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque eles serão fartos.

Mat.5.7- Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.

Mat.5.8- Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.

Mat.5.9- Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.

Mat.5.10- Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.

Mat.5.11- Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguiram e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa.

Mat.5.12- Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós.

Mat.5.13- Vós sois o sal da terra; mas se o sal se tornar insípido, com que se há-de restaurar-lhe o sabor? Para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado pelos homens.

Mat.5.14- Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte;

Mat.5.15- nem os que acendem uma candeia a colocam debaixo do alqueire, mas no velador, e assim ilumina a todos que estão na casa.

Mat.5.16- Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.

Mat.5.17- Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir.

Mat.5.18- Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da lei um só i ou um só til, até que tudo seja cumprido.

Mat.5.19- Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus.

Mat.5.20- Pois eu vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.

Mat.5.21- Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e, Quem matar será réu de juízo.

Mat.5.22- Eu, porém, vos digo que todo aquele que se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e quem disser a seu irmão: Raca, será réu diante do sinédrio; e quem lhe disser: Tolo, será réu do fogo do inferno.

Mat.5.23- Portanto, se estiveres apresentando a tua oferta no altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,

Mat.5.24- deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai conciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem apresentar a tua oferta.

Mat.5.25- Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele; para que não aconteça que o adversário te entregue ao guarda, e sejas lançado na prisão.

Mat.5.26- Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil.

Mat.5.27- Ouvistes que foi dito: Não adulterarás.

Mat.5.28- Eu, porém, vos digo que todo aquele que olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.

Mat.5.29- Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.

Mat.5.30- E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que vá todo o teu corpo para o inferno.

Mat.5.31- Também foi dito: Quem repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio.

Mat.5.32- Eu, porém, vos digo que todo aquele que repudia sua mulher, a não ser por causa de infidelidade, a faz adúltera; e quem casar com a repudiada, comete adultério.

Mat.5.33- Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: Não jurarás falso, mas cumprirás para com o Senhor os teus juramentos.

Mat.5.34- Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Deus;

Mat.5.35- nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei;

Mat.5.36- nem jures pela tua cabeça, porque não podes tornar um só cabelo branco ou preto.

Mat.5.37- Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não; pois o que passa daí, vem do Maligno.

Mat.5.38- Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente.

Mat.5.39- Eu, porém, vos digo que não resistais ao homem mau; mas a qualquer que te bater na face direita, oferece-lhe também a outra;

Mat.5.40- e ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa;

Mat.5.41- e, se qualquer te obrigar a caminhar mil passos, vai com ele dois mil.

Mat.5.42- Dá a quem te pedir, e não voltes as costas ao que quiser que lhe emprestes.

Mat.5.43- Ouvistes que foi dito: Amarás ao teu próximo, e odiarás ao teu inimigo.

Mat.5.44- Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem;

Mat.5.45- para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus; porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos.

Mat.5.46- Pois, se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo?

Mat.5.47- E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis demais? Não fazem os gentios também o mesmo?

Mat.5.48- Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai celestial.

Mat.6.1- Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles; de outra sorte não tereis recompensa junto de vosso Pai, que está nos céus.

Mat.6.2- Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa.

Mat.6.3- Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita;

Mat.6.4- para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará,

Mat.6.5- E, quando orardes, não sejais como os hipócritas; pois gostam de orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa.

Mat.6.6- Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.

Mat.6.7- E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque pensam que pelo seu muito falar serão ouvidos.

Mat.6.8- Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes.

Mat.6.9- Portanto, orai vós deste modo: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome;

Mat.6.10- venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu;

Mat.6.11- o pão nosso de cada dia nos dá hoje;

Mat.6.12- e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também temos perdoado aos nossos devedores;

Mat.6.13- e não nos deixes entrar em tentação; mas livra-nos do mal. [Porque teu é o reino e o poder, e a glória, para sempre, Amém.]

Mat.6.14- Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós;

Mat.6.15- se, porém, não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai perdoará vossas ofensas.

Mat.6.16- Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque eles desfiguram os seus rostos, para que os homens vejam que estão jejuando. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa.

Mat.6.17- Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto,

Mat.6.18- para não mostrar aos homens que estás jejuando, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.

Mat.6.19- Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam;

Mat.6.20- mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consumem, e onde os ladrões não minam nem roubam.

Mat.6.21- Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração.

Mat.6.22- A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz;

Mat.6.23- se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas!

Mat.6.24- Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há-de odiar a um e amar o outro, ou há-de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.

Mat.6.25- Por isso vos digo: Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário?

Mat.6.26- Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não valeis vós muito mais do que elas?

Mat.6.27- Ora, qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura?

Mat.6.28- E pelo que haveis de vestir, por que andais ansiosos? Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam;

Mat.6.29- contudo vos digo que nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles.

Mat.6.30- Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé?

Mat.6.31- Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? Ou: Que havemos de beber? Ou: Com que nos havemos de vestir?

Mat.6.32- (Pois a todas estas coisas os gentios procuram.) Porque vosso Pai celestial sabe que precisais de tudo isso.

Mat.6.33- Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.

Mat.6.34- Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.

Mat.7.1- Não julgueis, para que não sejais julgados.

Mat.7.2- Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós.

Mat.7.3- E por que vês o argueiro no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu olho?

Mat.7.4- Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu?

Mat.7.5- Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro do olho do teu irmão.

Mat.7.6- Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas, para não acontecer que as calquem aos pés e, voltando-se, vos despedacem.

Mat.7.7- Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei e abrir-se-vos-á.

Mat.7.8- Pois todo o que pede, recebe; e quem busca, acha; e ao que bate, abrir-se-lhe-á.

Mat.7.9- Ou qual dentre vós é o homem que, se seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra?

Mat.7.10- Ou, se lhe pedir peixe, lhe dará uma serpente?

Mat.7.11- Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhas pedirem?

Mat.7.12- Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós a eles; porque esta é a lei e os profetas.

Mat.7.13- Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;

Mat.7.14- e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram.

Mat.7.15- Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores.

Mat.7.16- Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?

Mat.7.17- Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má produz frutos maus

Mat.7.18- Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons.

Mat.7.19- Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo.

Mat.7.20- Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.

Mat.7.21- Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.

Mat.7.22- Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demónios? e em teu nome não fizemos muitos milagres?

Mat.7.23- Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.

Mat.7.24- Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha

Mat.7.25- E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa; contudo não caiu, porque estava fundada sobre a rocha.

Mat.7.26- Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras, e não as põe em prática, será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia.

Mat.7.27- E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu; e grande foi a sua queda.

Mat.7.28- Ao concluir Jesus este discurso, as multidões se maravilhavam da sua doutrina;

Mat.7.29- porque as ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas.

Mat.8.1- Quando Jesus desceu do monte, grandes multidões o seguiam.

Mat.8.2- E eis que veio um leproso e o adorava, dizendo: Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo.

Mat.8.3- Jesus, pois, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: Quero; sê limpo. No mesmo instante ficou purificado da sua lepra.

Mat.8.4- Disse-lhe então Jesus: Olha, não contes isto a ninguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote, e apresenta a oferta que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho.

Mat.8.5- Tendo Jesus entrado em Cafarnaum, chegou-se a ele um centurião que lhe rogava, dizendo:

Mat.8.6- Senhor, o meu criado jaz em casa paralítico, e horrivelmente atormentado.

Mat.8.7- Respondeu-lhe Jesus: Eu irei, e o curarei.

Mat.8.8- O centurião, porém, replicou-lhe: Senhor, não sou digno de que entres debaixo do meu telhado; mas somente diz uma palavra, e o meu criado há-de sarar.

Mat.8.9- Pois também eu sou homem sujeito à autoridade, e tenho soldados às minhas ordens; e digo a este: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele vem; e ao meu servo: Faz isto, e ele o faz.

Mat.8.10- Jesus, ouvindo isso, admirou-se, e disse aos que o seguiam: Em verdade vos digo que a ninguém encontrei em Israel com tamanha fé.

Mat.8.11- Também vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e reclinar-se-ão à mesa de Abraão, Isaque e Jacob, no reino dos céus;

Mat.8.12- mas os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.

Mat.8.13- Então disse Jesus ao centurião: Vai-te, e te seja feito assim como creste. E naquela mesma hora o seu criado sarou.

Mat.8.14- Ora, tendo Jesus entrado na casa de Pedro, viu a sogra deste de cama; e com febre.

Mat.8.15- E tocou-lhe a mão, e a febre a deixou; então ela se levantou, e o servia.

Mat.8.16- Caída a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados; e ele com a sua palavra expulsou os espíritos, e curou todos os enfermos;

Mat.8.17- para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças.

Mat.8.18- Vendo Jesus uma multidão ao redor de si, deu ordem de partir para o outro lado do mar.

Mat.8.19- E, aproximando-se um escriba, disse-lhe: Mestre, seguir-te-ei para onde quer que fores.

Mat.8.20- Respondeu-lhe Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.

Mat.8.21- E outro de seus discípulos lhe disse: Senhor, permite-me ir primeiro sepultar meu pai.

Mat.8.22- Jesus, porém, respondeu-lhe: Segue-me, e deixa os mortos sepultar os seus próprios mortos.

Mat.8.23- E, entrando ele no barco, seus discípulos o seguiram.

Mat.8.24- E eis que se levantou no mar tão grande tempestade que o barco era coberto pelas ondas; ele, porém, estava dormindo.

Mat.8.25- Os discípulos, pois, aproximando-se, o despertaram, dizendo: Salva-nos, Senhor, que estamos perecendo.

Mat.8.26- Ele lhes respondeu: Por que temeis, homens de pouca fé? Então, levantando-se repreendeu os ventos e o mar, e seguiu-se grande bonança.

Mat.8.27- E aqueles homens se maravilharam, dizendo: Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?

Mat.8.28- Tendo ele chegado ao outro lado, à terra dos gadarenos, saíram-lhe ao encontro dois endemoninhados, vindos dos sepulcros; tão ferozes eram que ninguém podia passar por aquele caminho.

Mat.8.29- E eis que gritaram, dizendo: Que temos nós contigo, Filho de Deus? Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?

Mat.8.30- Ora, a alguma distância deles, andava pastando uma grande manada de porcos.

Mat.8.31- E os demónios rogavam-lhe, dizendo: Se nos expulsas, manda-nos entrar naquela manada de porcos.

Mat.8.32- Disse-lhes Jesus: Ide. Então saíram, e entraram nos porcos; e eis que toda a manada se precipitou pelo despenhadeiro no mar, perecendo nas águas.

Mat.8.33- Os pastores fugiram e, chegando à cidade, divulgaram todas estas coisas, e o que acontecera aos endemoninhados.

Mat.8.34- E eis que toda a cidade saiu ao encontro de Jesus; e vendo-o, rogaram-lhe que se retirasse dos seus termos.

Mat.9.1- E entrando Jesus num barco, passou para o outro lado, e chegou à sua própria cidade.

Mat.9.2- E eis que lhe trouxeram um paralítico deitado num leito. Jesus, pois, vendo-lhes a fé, disse ao paralítico: Tem ânimo, filho; perdoados são os teus pecados.

Mat.9.3- E alguns dos escribas disseram consigo: Este homem blasfema.

Mat.9.4- Mas Jesus, conhecendo-lhes os pensamentos, disse: Por que pensais o mal em vossos corações?

Mat.9.5- Pois qual é mais fácil? dizer: Perdoados são os teus pecados, ou dizer: Levanta-te e anda?

Mat.9.6- Ora, para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados (disse então ao paralítico): Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa.

Mat.9.7- E este, levantando-se, foi para sua casa.

Mat.9.8- E as multidões, vendo isso, temeram, e glorificaram a Deus, que dera tal autoridade aos homens.

Mat.9.9- Partindo Jesus dali, viu sentado na alfândega um homem chamado Mateus, e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu.

Mat.9.10- Ora, estando ele à mesa em casa, eis que chegaram muitos publicanos e pecadores, e se reclinaram à mesa juntamente com Jesus e seus discípulos.

Mat.9.11- E os fariseus, vendo isso, perguntavam aos discípulos: Por que come o vosso Mestre com publicanos e pecadores?

Mat.9.12- Jesus, porém, ouvindo isso, respondeu: Não necessitam de médico os sãos, mas sim os enfermos.

Mat.9.13- Ide, pois, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifícios. Porque eu não vim chamar justos, mas pecadores.

Mat.9.14- Então vieram ter com ele os discípulos de João, perguntando: Por que é que nós e os fariseus jejuamos, mas os teus discípulos não jejuam?

Mat.9.15- Respondeu-lhes Jesus: Podem porventura ficar tristes os convidados às núpcias, enquanto o noivo está com eles? Dias virão, porém, em que lhes será tirado o noivo, e então hão-de jejuar.

Mat.9.16- Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho; porque semelhante remendo tira parte do vestido, e faz-se maior a rotura.

Mat.9.17- Nem se deita vinho novo em odres velhos; do contrário se rebentam, derrama-se o vinho, e os odres se perdem; mas deita-se vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam.

Mat.9.18- Enquanto ainda lhes dizia essas coisas, eis que chegou um chefe da sinagoga e o adorou, dizendo: Minha filha acaba de falecer; mas vem, impõe-lhe a tua mão, e ela viverá.

Mat.9.19- Levantou-se, pois, Jesus, e o foi seguindo, ele e os seus discípulos.

Mat.9.20- E eis que certa mulher, que havia doze anos padecia de uma hemorragia, chegou por detrás dele e tocou-lhe a orla do manto;

Mat.9.21- porque dizia consigo: Se eu tão-somente tocar-lhe o manto, ficarei sã.

Mat.9.22- Mas Jesus, voltando-se e vendo-a, disse: Tem ânimo, filha, a tua fé te salvou. E desde aquela hora a mulher ficou sã.

Mat.9.23- Quando Jesus chegou à casa daquele chefe, e viu os tocadores de flauta e a multidão em alvoroço,

Mat.9.24- disse; Retirai-vos; porque a menina não está morta, mas dorme. E riam-se dele.

Mat.9.25- Tendo-se feito sair o povo, entrou Jesus, tomou a menina pela mão, e ela se levantou.

Mat.9.26- E espalhou-se a notícia disso por toda aquela terra.

Mat.9.27- Partindo Jesus dali, seguiram-no dois cegos, que clamavam, dizendo: Tem compaixão de nós, Filho de David.

Mat.9.28- E, tendo ele entrado em casa, os cegos se aproximaram dele; e Jesus perguntou-lhes: Credes que eu posso fazer isto? Responderam-lhe eles: Sim, Senhor.

Mat.9.29- Então lhes tocou os olhos, dizendo: Seja-vos feito segundo a vossa fé.

Mat.9.30- E os olhos se lhes abriram. Jesus ordenou-lhes terminantemente, dizendo: Vede que ninguém o saiba.

Mat.9.31- Eles, porém, saíram, e divulgaram a sua fama por toda aquela terra.

Mat.9.32- Enquanto esses se retiravam, eis que lhe trouxeram um homem mudo e endemoninhado.

Mat.9.33- E, expulso o demónio, falou o mudo e as multidões se admiraram, dizendo: Nunca tal se viu em Israel.

Mat.9.34- Os fariseus, porém, diziam: É pelo príncipe dos demónios que ele expulsa os demónios.

Mat.9.35- E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino, e curando toda sorte de doenças e enfermidades.

Mat.9.36- Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque andavam desgarradas e errantes, como ovelhas que não têm pastor.

Mat.9.37- Então disse a seus discípulos: Na verdade, a seara é grande, mas os trabalhadores são poucos.

Mat.9.38- Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.

Mat.10.1- E, chamando a si os seus doze discípulos, deu-lhes autoridade sobre os espíritos imundos, para expulsarem, e para curarem toda sorte de doenças e enfermidades.

Mat.10.2- Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão;

Mat.10.3- Felipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu;

Mat.10.4- Simão Cananeu, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu.

Mat.10.5- A estes doze enviou Jesus, e ordenou-lhes, dizendo: Não ireis aos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos;

Mat.10.6- mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel

Mat.10.7- e indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus.

Mat.10.8- Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expulsai os demónios; de graça recebestes, de graça dai.

Mat.10.9- Não vos provereis de ouro, nem de prata, nem de cobre, em vossos cintos;

Mat.10.10- nem de alforge para o caminho, nem de duas túnicas, nem de alparcas, nem de bordão; porque digno é o trabalhador do seu alimento.

Mat.10.11- Em qualquer cidade ou aldeia em que entrardes, procurai saber quem nela é digno, e hospedai-vos aí até que vos retireis.

Mat.10.12- E, ao entrardes na casa, saudai-a;

Mat.10.13- se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; mas, se não for digna, torne para vós a vossa paz.

Mat.10.14- E, se ninguém vos receber, nem ouvir as vossas palavras, saindo daquela casa ou daquela cidade, sacudi o pó dos vossos pés.

Mat.10.15- Em verdade vos digo que, no dia do juízo, haverá menos rigor para a terra de Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade.

Mat.10.16- Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas.

Mat.10.17- Acautelai-vos dos homens; porque eles vos entregarão aos sinédrios, e vos açoitarão nas suas sinagogas;

Mat.10.18- e por minha causa sereis levados à presença dos governadores e dos reis, para lhes servir de testemunho, a eles e aos gentios.

Mat.10.19- Mas, quando vos entregarem, não cuideis de como, ou o que haveis de falar; porque naquela hora vos será dado o que haveis de dizer.

Mat.10.20- Porque não sois vós que falais, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós.

Mat.10.21- Um irmão entregará à morte a seu irmão, e um pai a seu filho; e filhos se levantarão contra os pais e os matarão.

Mat.10.22- E sereis odiados de todos por causa do meu nome, mas aquele que perseverar até o fim, esse será salvo.

Mat.10.23- Quando, porém, vos perseguirem numa cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel antes que venha o Filho do homem.

Mat.10.24- Não é o discípulo mais do que o seu mestre, nem o servo mais do que o seu senhor.

Mat.10.25- Basta ao discípulo ser como seu mestre, e ao servo como seu senhor. Se chamaram Belzebu ao dono da casa, quanto mais aos seus domésticos?

Mat.10.26- Portanto, não os temais; porque nada há encoberto que não haja de ser descoberto, nem oculto que não haja de ser conhecido.

Mat.10.27- O que vos digo às escuras, dizei-o às claras; e o que escutais ao ouvido, dos eirados pregai-o.

Mat.10.28- E não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo.

Mat.10.29- Não se vendem dois passarinhos por um asse? e nenhum deles cairá em terra sem a vontade de vosso Pai.

Mat.10.30- E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados.

Mat.10.31- Não temais, pois; mais valeis vós do que muitos passarinhos.

Mat.10.32- Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus.

Mat.10.33- Mas qualquer que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus.

Mat.10.34- Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada.

Mat.10.35- Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra;

Mat.10.36- e assim os inimigos do homem serão os da sua própria casa.

Mat.10.37- Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim.

Mat.10.38- E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim.

Mat.10.39- Quem achar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á.

Mat.10.40- Quem vos recebe, a mim me recebe; e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou.

Mat.10.41- Quem recebe um profeta na qualidade de profeta, receberá a recompensa de profeta; e quem recebe um justo na qualidade de justo, receberá a recompensa de justo.

Mat.10.42- E aquele que der até mesmo um copo de água fresca a um destes pequeninos, na qualidade de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá a sua recompensa.

Mat.11.1- Tendo acabado Jesus de dar instruções aos seus doze discípulos, partiu dali a ensinar e a pregar nas cidades da região.

Mat.11.2- Ora, quando João no cárcere ouviu falar das obras do Cristo, mandou pelos seus discípulos perguntar-lhe:

Mat.11.3- És tu aquele que havia de vir, ou havemos de esperar outro?

Mat.11.4- Respondeu-lhes Jesus: Ide contar a João as coisas que ouvis e vedes:

Mat.11.5- os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são purificados, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho.

Mat.11.6- E bem-aventurado é aquele que não se escandalizar de mim.

Mat.11.7- Ao partirem eles, começou Jesus a dizer às multidões a respeito de João: que saístes a ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento?

Mat.11.8- Mas que saístes a ver? Um homem trajado de vestes luxuosas? Eis que aqueles que trajam vestes luxuosas estão nas casas dos reis.

Mat.11.9- Mas por que saístes? Para ver um profeta? Sim, vos digo, e muito mais do que profeta.

Mat.11.10- Este é aquele de quem está escrito: Eis aí envio eu ante a tua face o meu mensageiro, que há-de preparar adiante de ti o teu caminho.

Mat.11.11- Em verdade vos digo que, entre os nascidos de mulher, não surgiu outro maior do que João, o Batista; mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele.

Mat.11.12- E desde os dias de João, o Batista, até agora, o reino dos céus é tomado a força, e os violentos o tomam de assalto.

Mat.11.13- Pois todos os profetas e a lei profetizaram até João.

Mat.11.14- E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir.

Mat.11.15- Quem tem ouvidos, ouça.

Mat.11.16- Mas, a quem compararei esta geração? É semelhante aos meninos que, sentados nas praças, clamam aos seus companheiros:

Mat.11.17- Tocamos-vos flauta, e não dançastes; cantamos lamentações, e não pranteastes.

Mat.11.18- Porquanto veio João, não comendo nem bebendo, e dizem: Tem demónio.

Mat.11.19- Veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um comilão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores. Entretanto a sabedoria é justificada pelas suas obras.

Mat.11.20- Então começou ele a lançar em rosto às cidades onde se operara a maior parte dos seus milagres, o não se haverem arrependido, dizendo:

Mat.11.21- Ai de ti, Corazin! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sídon, se tivessem operado os milagres que em vós se operaram, há muito elas se teriam arrependido em cilício e em cinza.

Mat.11.22- Contudo, eu vos digo que para Tiro e Sídon haverá menos rigor, no dia do juízo, do que para vós.

Mat.11.23- E tu, Cafarnaum, porventura serás elevada até o céu? Até o hades descerás; porque, se em Sodoma se tivessem operado os milagres que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje.

Mat.11.24- Contudo, eu vos digo que no dia do juízo haverá menos rigor para a terra de Sodoma do que para ti.

Mat.11.25- Naquele tempo falou Jesus, dizendo: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos.

Mat.11.26- Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado.

Mat.11.27- Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém conhece plenamente o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece plenamente o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.

Mat.11.28- Vinde a mim, todos os que estai cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.

Mat.11.29- Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas.

Mat.11.30- Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo e leve.

Mat.12.1- Naquele tempo passou Jesus pelas searas num dia de sábado; e os seus discípulos, sentindo fome, começaram a colher espigas, e a comer.

Mat.12.2- Os fariseus, vendo isso, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos estão fazendo o que não é lícito fazer no sábado.

Mat.12.3- Ele, porém, lhes disse: Acaso não lestes o que fez David, quando teve fome, ele e seus companheiros?

Mat.12.4- Como entrou na casa de Deus, e como eles comeram os pães da proposição, que não lhe era lícito comer, nem a seus companheiros, mas somente aos sacerdotes?

Mat.12.5- Ou não lestes na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado, e ficam sem culpa?

Mat.12.6- Digo-vos, porém, que aqui está o que é maior do que o templo.

Mat.12.7- Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifícios, não condenaríeis os inocentes.

Mat.12.8- Porque o Filho do homem até do sábado é o Senhor.

Mat.12.9- Partindo dali, entrou Jesus na sinagoga deles.

Mat.12.10- E eis que estava ali um homem que tinha uma das mãos atrofiadas; e eles, para poderem acusar a Jesus, o interrogaram, dizendo: É lícito curar nos sábados?

Mat.12.11- E ele lhes disse: Qual dentre vós será o homem que, tendo uma só ovelha, se num sábado ela cair numa cova, não há-de lançar mão dela, e tirá-la?

Mat.12.12- Ora, quanto mais vale um homem do que uma ovelha! Portanto, é lícito fazer bem nos sábados.

Mat.12.13- Então disse àquele homem: estende a tua mão. E ele a estendeu, e lhe foi restituída sã como a outra.

Mat.12.14- Os fariseus, porém, saindo dali, tomaram conselho contra ele, para o matarem.

Mat.12.15- Jesus, percebendo isso, retirou-se dali. Acompanharam-no muitos; e ele curou a todos,

Mat.12.16- e advertiu-lhes que não o dessem a conhecer;

Mat.12.17- para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías:

Mat.12.18- Eis aqui o meu servo que escolhi, o meu amado em quem a minha alma se compraz; porei sobre ele o meu espírito, e ele anunciará aos gentios o juízo.

Mat.12.19- Não contenderá, nem clamará, nem se ouvirá pelas ruas a sua voz.

Mat.12.20- Não esmagará a cana quebrada, e não apagará o morrão que fumega, até que faça triunfar o juízo;

Mat.12.21- e no seu nome os gentios esperarão.

Mat.12.22- Trouxeram-lhe então um endemoninhado cego e mudo; e ele o curou, de modo que o mudo falava e via.

Mat.12.23- E toda a multidão, maravilhada, dizia: É este, porventura, o Filho de David?

Mat.12.24- Mas os fariseus, ouvindo isto, disseram: Este não expulsa os demónios senão por Belzebu, príncipe dos demónios.

Mat.12.25- Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse-lhes: Todo reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda cidade, ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá.

Mat.12.26- Ora, se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo; como subsistirá, pois, o seu reino?

Mat.12.27- E, se eu expulso os demónios por Belzebu, por quem os expulsam os vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes.

Mat.12.28- Mas, se é pelo Espírito de Deus que eu expulso os demónios, logo é chegado a vós o reino de Deus.

Mat.12.29- Ou, como pode alguém entrar na casa do valente, e roubar-lhe os bens, se primeiro não amarrar o valente, e então lhe saquear a casa?

Mat.12.30- Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha.

Mat.12.31- Portanto vos digo: Todo pecado e blasfémia se perdoará aos homens; mas a blasfémia contra o Espírito não será perdoada.

Mat.12.32- Se alguém disser alguma palavra contra o Filho do homem, isso lhe será perdoado; mas se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no vindouro.

Mat.12.33- Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom; ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore.

Mat.12.34- Raça de víboras! Como podeis vós falar coisas boas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca.

Mat.12.35- O homem bom, do seu bom tesouro tira coisas boas, e o homem mau do mau tesouro tira coisas más.

Mat.12.36- Digo-vos, pois, que de toda palavra fútil que os homens disserem, hão-de dar conta no dia do juízo.

Mat.12.37- Porque pelas tuas palavras serás justificado, e pelas tuas palavras serás condenado.

Mat.12.38- Então alguns dos escribas e dos fariseus, tomando a palavra, disseram: Mestre, queremos ver da tua parte algum sinal.

Mat.12.39- Mas ele lhes respondeu: Uma geração má e adúltera pede um sinal; e nenhum sinal se lhe dará, senão o do profeta Jonas;

Mat.12.40- pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra.

Mat.12.41- Os ninivitas se levantarão no juízo com esta geração, e a condenarão; porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis aqui quem é maior do que Jonas.

Mat.12.42- A rainha do sul se levantará no juízo com esta geração, e a condenará; porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis aqui quem é maior do que Salomão.

Mat.12.43- Ora, havendo o espírito imundo saído do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso, e não o encontra.

Mat.12.44- Então diz: Voltarei para minha casa, donde saí. E, chegando, acha-a desocupada, varrida e adornada.

Mat.12.45- Então vai e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entretanto, habitam ali; e o último estado desse homem vem a ser pior do que o primeiro. Assim há-de acontecer também a esta geração perversa.

Mat.12.46- Enquanto ele ainda falava às multidões, estavam do lado de fora sua mãe e seus irmãos, procurando falar-lhe.

Mat.12.47- Disse-lhe alguém: Eis que estão ali fora tua mãe e teus irmãos, e procuram falar contigo.

Mat.12.48- Ele, porém, respondeu ao que lhe falava: Quem é minha mãe? E quem são meus irmãos?

Mat.12.49- E, estendendo a mão para os seus discípulos disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos.

Mat.12.50- Pois qualquer que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe.

Mat.13.1- No mesmo dia, tendo Jesus saído de casa, sentou-se à beira do mar;

Mat.13.2- e reuniram-se a ele grandes multidões, de modo que entrou num barco, e se sentou; e todo o povo estava em pé na praia.

Mat.13.3- E falou-lhes muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear.

Mat.13.4- e quando semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e comeram.

Mat.13.5- E outra parte caiu em lugares pedregosos, onde não havia muita terra: e logo nasceu, porque não tinha terra profunda;

Mat.13.6- mas, saindo o sol, queimou-se e, por não ter raiz, secou-se.

Mat.13.7- E outra caiu entre espinhos; e os espinhos cresceram e a sufocaram.

Mat.13.8- Mas outra caiu em boa terra, e dava fruto, um a cem, outro a sessenta e outro a trinta por um.

Mat.13.9- Quem tem ouvidos, ouça.

Mat.13.10- E chegando-se a ele os discípulos, perguntaram-lhe: Por que lhes falas por parábolas?

Mat.13.11- Respondeu-lhes Jesus: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado;

Mat.13.12- pois ao que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas ao que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado.

Mat.13.13- Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e ouvindo, não ouvem nem entendem.

Mat.13.14- E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, e de maneira alguma entendereis; e, vendo, vereis, e de maneira alguma percebereis.

Mat.13.15- Porque o coração deste povo se endureceu, e com os ouvidos ouviram tardamente, e fecharam os olhos, para que não vejam com os olhos, nem ouçam com os ouvidos, nem entendam com o coração, nem se convertam, e eu os cure.

Mat.13.16- Mas bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem.

Mat.13.17- Pois, em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não o viram; e ouvir o que ouvis, e não o ouviram.

Mat.13.18- Ouvi, pois, vós a parábola do semeador.

Mat.13.19- A todo o que ouve a palavra do reino e não a entende, vem o Maligno e arrebata o que lhe foi semeado no coração; este é o que foi semeado à beira do caminho.

Mat.13.20- E o que foi semeado nos lugares pedregosos, este é o que ouve a palavra, e logo a recebe com alegria;

Mat.13.21- mas não tem raiz em si mesmo, antes é de pouca duração; e sobrevindo a angústia e a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza.

Mat.13.22- E o que foi semeado entre os espinhos, este é o que ouve a palavra; mas os cuidados deste mundo e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e ela fica infrutífera.

Mat.13.23- Mas o que foi semeado em boa terra, este é o que ouve a palavra, e a entende; e dá fruto, e um produz cem, outro sessenta, e outro trinta.

Mat.13.24- Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao homem que semeou boa semente no seu campo;

Mat.13.25- mas, enquanto os homens dormiam, veio o inimigo dele, semeou joio no meio do trigo, e retirou-se.

Mat.13.26- Quando, porém, a erva cresceu e começou a espigar, então apareceu também o joio.

Mat.13.27- Chegaram, pois, os servos do proprietário, e disseram-lhe: Senhor, não semeaste no teu campo boa semente? Donde, pois, vem o joio?

Mat.13.28- Respondeu-lhes: Algum inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres, pois, que vamos arrancá-lo?

Mat.13.29- Ele, porém, disse: Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis com ele também o trigo.

Mat.13.30- Deixai crescer ambos juntos até a ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Ajuntai primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; o trigo, porém, recolhei-o no meu celeiro.

Mat.13.31- Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou, e semeou no seu campo;

Mat.13.32- o qual é realmente a menor de todas as sementes; mas, depois de ter crescido, é a maior das hortaliças, e faz-se árvore, de sorte que vêm as aves do céu, e se aninham nos seus ramos.

Mat.13.33- Outra parábola lhes disse: O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e misturou com três medidas de farinha, até ficar tudo levedado.

Mat.13.34- Todas estas coisas falou Jesus às multidões por parábolas, e sem parábolas nada lhes falava;

Mat.13.35- para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: Abrirei em parábolas a minha boca; publicarei coisas ocultas desde a fundação do mundo.

Mat.13.36- Então Jesus, deixando as multidões, entrou em casa. E chegaram-se a ele os seus discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio do campo.

Mat.13.37- E ele, respondendo, disse: O que semeia a boa semente é o Filho do homem;

Mat.13.38- o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino; e o joio são os filhos do maligno;

Mat.13.39- o inimigo que o semeou é o Diabo; a ceifa é o fim do mundo, e os celeiros são os anjos.

Mat.13.40- Pois assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será no fim do mundo.

Mat.13.41- Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles ajuntarão do seu reino todos os que servem de tropeço, e os que praticam a iniquidade,

Mat.13.42- e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes.

Mat.13.43- Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça.

Mat.13.44- O reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido no campo, que um homem, ao descobri-lo, esconde; então, movido de gozo, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo.

Mat.13.45- Outrossim, o reino dos céus é semelhante a um negociante que buscava boas pérolas;

Mat.13.46- e encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e a comprou.

Mat.13.47- Igualmente, o reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanhou toda espécie de peixes.

Mat.13.48- E, quando cheia, puxaram-na para a praia; e, sentando-se, puseram os bons em cestos; os ruins, porém, lançaram fora.

Mat.13.49- Assim será no fim do mundo: sairão os anjos, e separarão os maus dentre os justos,

Mat.13.50- e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes.

Mat.13.51- Entendestes todas estas coisas? Disseram-lhe eles: Entendemos.

Mat.13.52- E disse-lhes: Por isso, todo escriba que se fez discípulo do reino dos céus é semelhante a um homem, proprietário, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.

Mat.13.53- E Jesus, tendo concluído estas parábolas, se retirou dali.

Mat.13.54- E, chegando à sua terra, ensinava o povo na sinagoga, de modo que este se maravilhava e dizia: Donde lhe vem esta sabedoria, e estes poderes milagrosos?

Mat.13.55- Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, José, Simão, e Judas?

Mat.13.56- E não estão entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe vem, pois, tudo isto?

Mat.13.57- E escandalizavam-se dele. Jesus, porém, lhes disse: Um profeta não fica sem honra senão na sua terra e na sua própria casa.

Mat.13.58- E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles.

Mat.14.1- Naquele tempo Herodes, o tetrarca, ouviu a fama de Jesus,

Mat.14.2- e disse aos seus cortesãos: Este é João, o Batista; ele ressuscitou dentre os mortos, e por isso estes poderes milagrosos operam nele.

Mat.14.3- Pois Herodes havia prendido a João, e, maniatando-o, o guardara no cárcere, por causa de Herodias, mulher de seu irmão Felipe;

Mat.14.4- porque João lhe dizia: Não te é lícito possuí-la.

Mat.14.5- E queria matá-lo, mas temia o povo; porque o tinham como profeta.

Mat.14.6- Festejando-se, porém, o dia natalício de Herodes, a filha de Herodias dançou no meio dos convivas, e agradou a Herodes,

Mat.14.7- pelo que este prometeu com juramento dar-lhe tudo o que pedisse.

Mat.14.8- E instigada por sua mãe, disse ela: Dá-me aqui num prato a cabeça de João, o Batista.

Mat.14.9- Entristeceu-se, então, o rei; mas, por causa do juramento, e dos que estavam à mesa com ele, ordenou que se lhe desse,

Mat.14.10- e mandou degolar a João no cárcere;

Mat.14.11- e a cabeça foi trazida num prato, e dada à jovem, e ela a levou para a sua mãe.

Mat.14.12- Então vieram os seus discípulos, levaram o corpo e o sepultaram; e foram anunciá-lo a Jesus.

Mat.14.13- Jesus, ouvindo isto, retirou-se dali num barco, para um, lugar deserto, à parte; e quando as multidões o souberam, seguiram-no a pé desde as cidades.

Mat.14.14- E ele, ao desembarcar, viu uma grande multidão; e, compadecendo-se dela, curou os seus enfermos.

Mat.14.15- Chegada a tarde, aproximaram-se dele os discípulos, dizendo: O lugar é deserto, e a hora é já passada; despede as multidões, para que vão às aldeias, e comprem o que comer.

Mat.14.16- Jesus, porém, lhes disse: Não precisam ir embora; dai-lhes vós de comer.

Mat.14.17- Então eles lhe disseram: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes.

Mat.14.18- E ele disse: trazei-mos aqui.

Mat.14.19- Tendo mandado às multidões que se reclinassem sobre a relva, tomou os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao céu, os abençoou; e partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos às multidões.

Mat.14.20- Todos comeram e se fartaram; e dos pedaços que sobejaram levantaram doze cestos cheios.

Mat.14.21- Ora, os que comeram foram cerca de cinco mil homens, além de mulheres e crianças.

Mat.14.22- Logo em seguida obrigou os seus discípulos a entrar no barco, e passar adiante dele para o outro lado, enquanto ele despedia as multidões.

Mat.14.23- Tendo-as despedido, subiu ao monte para orar à parte. Ao anoitecer, estava ali sozinho.

Mat.14.24- Entrementes, o barco já estava a muitos estádios da terra, açoitado pelas ondas; porque o vento era contrário.

Mat.14.25- Â quarta vigília da noite, foi Jesus ter com eles, andando sobre o mar.

Mat.14.26- Os discípulos, porém, ao vê-lo andando sobre o mar, assustaram-se e disseram: É um fantasma. E gritaram de medo.

Mat.14.27- Jesus, porém, imediatamente lhes falou, dizendo: Tende ânimo; sou eu; não temais.

Mat.14.28- Respondeu-lhe Pedro: Senhor! se és tu, manda-me ir ter contigo sobre as águas.

Mat.14.29- Disse-lhe ele: Vem. Pedro, descendo do barco, e andando sobre as águas, foi ao encontro de Jesus.

Mat.14.30- Mas, sentindo o vento, teve medo; e, começando a submergir, clamou: Senhor, salva-me.

Mat.14.31- Imediatamente estendeu Jesus a mão, segurou-o, e disse-lhe: Homem de pouca fé, por que duvidaste?

Mat.14.32- E logo que subiram para o barco, o vento cessou.

Mat.14.33- Então os que estavam no barco adoraram-no, dizendo: Verdadeiramente tu és Filho de Deus.

Mat.14.34- Ora, terminada a travessia, chegaram à terra em Genesaré.

Mat.14.35- Quando os homens daquele lugar o reconheceram, mandaram por toda aquela circunvizinhança, e trouxeram-lhe todos os enfermos;

Mat.14.36- e rogaram-lhe que apenas os deixasse tocar a orla do seu manto; e todos os que a tocaram ficaram curados.

Mat.15.1- Então chegaram a Jesus uns fariseus e escribas vindos de Jerusalém, e lhe perguntaram:

Mat.15.2- Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? Pois não lavam as mãos, quando comem.

Mat.15.3- Ele, porém, respondendo, disse-lhes: E vós, por que transgredis o mandamento de Deus por causa da vossa tradição?

Mat.15.4- Pois Deus ordenou: Honra a teu pai e a tua mãe; e, Quem maldisser a seu pai ou a sua mãe, certamente morrerá.

Mat.15.5- Mas vós dizeis: Qualquer que disser a seu pai ou a sua mãe: O que poderias aproveitar de mim é oferta ao Senhor; esse de modo algum terá de honrar a seu pai.

Mat.15.6- E assim por causa da vossa tradição invalidastes a palavra de Deus.

Mat.15.7- Hipócritas! Bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo:

Mat.15.8- Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim.

Mat.15.9- Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homem.

Mat.15.10- E, clamando a si a multidão, disse-lhes: Ouvi, e entendei:

Mat.15.11- Não é o que entra pela boca que contamina o homem; mas o que sai da boca, isso é o que o contamina.

Mat.15.12- Então os discípulos, aproximando-se dele, perguntaram-lhe: Sabes que os fariseus, ouvindo essas palavras, se escandalizaram?

Mat.15.13- Respondeu-lhes ele: Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada.

Mat.15.14- Deixai-os; são guias cegos; ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão no barranco.

Mat.15.15- E Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Explica-nos essa parábola.

Mat.15.16- Respondeu Jesus: Estai vós também ainda sem entender?

Mat.15.17- Não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce pelo ventre, e é lançado fora?

Mat.15.18- Mas o que sai da boca procede do coração; e é isso o que contamina o homem.

Mat.15.19- Porque do coração procedem os maus pensamentos, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfémias.

Mat.15.20- São estas as coisas que contaminam o homem; mas o comer sem lavar as mãos, isso não o contamina.

Mat.15.21- Ora, partindo Jesus dali, retirou-se para as regiões de Tiro e Sídon.

Mat.15.22- E eis que uma mulher cananeia, provinda daquelas cercania, clamava, dizendo: Senhor, Filho de David, tem compaixão de mim, que minha filha está horrivelmente endemoninhada.

Mat.15.23- Contudo ele não lhe respondeu palavra. Chegando-se, pois, a ele os seus discípulos, rogavam-lhe, dizendo: Despede-a, porque vem clamando atrás de nós.

Mat.15.24- Respondeu-lhes ele: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.

Mat.15.25- Então veio ela e, adorando-o, disse: Senhor, socorre-me.

Mat.15.26- Ele, porém, respondeu: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.

Mat.15.27- Ao que ela disse: Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos.

Mat.15.28- Então respondeu Jesus, e disse-lhe: Ó mulher, grande é a tua fé! Seja-te feito como queres. E desde aquela hora sua filha ficou sã.

Mat.15.29- Partindo Jesus dali, chegou ao pé do mar da Galileia; e, subindo ao monte, sentou-se ali.

Mat.15.30- E vieram a ele grandes multidões, trazendo consigo coxos, aleijados, cegos, mudos, e muitos outros, e lhos puseram aos pés; e ele os curou;

Mat.15.31- de modo que a multidão se admirou, vendo mudos a falar, aleijados a ficar sãos, coxos a andar, cegos a ver; e glorificaram ao Deus de Israel.

Mat.15.32- Jesus chamou os seus discípulos, e disse: Tenho compaixão da multidão, porque já faz três dias que eles estão comigo, e não têm o que comer; e não quero despedi-los em jejum, para que não desfaleçam no caminho.

Mat.15.33- Disseram-lhe os discípulos: Donde nos viriam num deserto tantos pães, para fartar tamanha multidão?

Mat.15.34- Perguntou-lhes Jesus: Quantos pães tendes? E responderam: Sete, e alguns peixinhos.

Mat.15.35- E tendo ele ordenado ao povo que se sentasse no chão,

Mat.15.36- tomou os sete pães e os peixes, e havendo dado graças, partiu-os, e os entregava aos discípulos, e os discípulos á multidão.

Mat.15.37- Assim todos comeram, e se fartaram; e do que sobejou dos pedaços levantaram sete alcofas cheias.

Mat.15.38- Ora, os que tinham comido eram quatro mil homens além de mulheres e crianças.

Mat.15.39- E havendo Jesus despedido a multidão, entrou no barco, e foi para os confins de Magdala.

Mat.16.1- Então chegaram a ele os fariseus e os saduceus e, para o experimentarem, pediram-lhe que lhes mostrasse algum sinal do céu.

Mat.16.2- Mas ele respondeu, e disse-lhes: Ao cair da tarde, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu está rubro.

Mat.16.3- E pela manhã: Hoje haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio. Ora, sabeis discernir o aspecto do céu, e não podeis discernir os sinais dos tempos?

Mat.16.4- Uma geração má e adúltera pede um sinal, e nenhum sinal lhe será dado, senão o de Jonas. E, deixando-os, retirou-se.

Mat.16.5- Quando os discípulos passaram para o outro lado, esqueceram-se de levar pão.

Mat.16.6- E Jesus lhes disse: Olhai, e acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus.

Mat.16.7- Pelo que eles arrazoavam entre si, dizendo: É porque não trouxemos pão.

Mat.16.8- E Jesus, percebendo isso, disse: Por que arrazoais entre vós por não terdes pão, homens de pouca fé?

Mat.16.9- Não compreendeis ainda, nem vos lembrais dos cinco pães para os cinco mil, e de quantos cestos levantastes?

Mat.16.10- Nem dos sete pães para os quatro mil, e de quantas alcofas levantastes?

Mat.16.11- Como não compreendeis que não nos falei a respeito de pães? Mas guardai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus.

Mat.16.12- Então entenderam que não dissera que se guardassem, do fermento dos pães, mas da doutrina dos fariseus e dos saduceus.

Mat.16.13- Tendo Jesus chegado às regiões de Cesareia de Felipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem?

Mat.16.14- Responderam eles: Uns dizem que é João, o Batista; outros, Elias; outros, Jeremias, ou algum dos profetas.

Mat.16.15- Mas vós, perguntou-lhes Jesus, quem dizeis que eu sou?

Mat.16.16- Respondeu-lhe Simão Pedro: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.

Mat.16.17- Disse-lhe Jesus: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai, que está nos céus.

Mat.16.18- Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do hades não prevalecerão contra ela;

Mat.16.19- dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares, pois, na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus.

Mat.16.20- Então ordenou aos discípulos que a ninguém dissessem que ele era o Cristo.

Mat.16.21- Desde então começou Jesus Cristo a mostrar aos seus discípulos que era necessário que ele fosse a Jerusalém, que padecesse muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes, e dos escribas, que fosse morto, e que ao terceiro dia ressuscitasse.

Mat.16.22- E Pedro, tomando-o à parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Tenha Deus compaixão de ti, Senhor; isso de modo nenhum te acontecerá.

Mat.16.23- Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não estás pensando nas coisas que são de Deus, mas sim nas que são dos homens.

Mat.16.24- Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me;

Mat.16.25- pois, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.

Mat.16.26- Pois que aproveita ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida? ou que dará o homem em troca da sua vida?

Mat.16.27- Porque o Filho do homem há-de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então retribuirá a cada um segundo as suas obras.

Mat.16.28- Em verdade vos digo, alguns dos que aqui estão de modo nenhum provarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no seu reino.

Mat.17.1- Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, a Tiago e a João, irmão deste, e os conduziu à parte a um alto monte;

Mat.17.2- e foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz.

Mat.17.3- E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.

Mat.17.4- Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três cabanas, uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias.

Mat.17.5- Estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu; e dela saiu uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi.

Mat.17.6- Os discípulos, ouvindo isso, caíram com o rosto em terra, e ficaram grandemente atemorizados.

Mat.17.7- Chegou-se, pois, Jesus e, tocando-os, disse: Levantai-vos e não temais.

Mat.17.8- E, erguendo eles os olhos, não viram a ninguém senão a Jesus somente.

Mat.17.9- Enquanto desciam do monte, Jesus lhes ordenou: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do homem seja levantado dentre os mortos.

Mat.17.10- Perguntaram-lhe os discípulos: Por que dizem então os escribas que é necessário que Elias venha primeiro?

Mat.17.11- Respondeu ele: Na verdade Elias havia de vir e restaurar todas as coisas;

Mat.17.12- digo-vos, porém, que Elias já veio, e não o reconheceram; mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim também o Filho do homem há-de padecer às mãos deles.

Mat.17.13- Então entenderam os discípulos que lhes falava a respeito de João, o Batista.

Mat.17.14- Quando chegaram à multidão, aproximou-se de Jesus um homem que, ajoelhando-se diante dele, disse:

Mat.17.15- Senhor, tem compaixão de meu filho, porque é epiléptico e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo, e muitas vezes na água.

Mat.17.16- Eu o trouxe aos teus discípulos, e não o puderam curar.

Mat.17.17- E Jesus, respondendo, disse: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-mo aqui.

Mat.17.18- Então Jesus repreendeu ao demónio, o qual saiu de menino, que desde aquela hora ficou curado.

Mat.17.19- Depois os discípulos, aproximando-se de Jesus em particular, perguntaram-lhe: Por que não pudemos nós expulsá-lo?

Mat.17.20- Disse-lhes ele: Por causa da vossa pouca fé; pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele há-de passar; e nada vos será impossível.

Mat.17.21- [mas esta casta de demónios não se expulsa senão à força de oração e de jejum.]

Mat.17.22- Ora, achando-se eles na Galileia, disse-lhes Jesus: O Filho do homem está para ser entregue nas mãos dos homens;

Mat.17.23- e matá-lo-ão, e ao terceiro dia ressurgirá. E eles se entristeceram grandemente.

Mat.17.24- Tendo eles chegado a Cafarnaum, aproximaram-se de Pedro os que cobravam as didracmas, e lhe perguntaram: O vosso mestre não paga as didracmas?

Mat.17.25- Disse ele: Sim. Ao entrar Pedro em casa, Jesus se lhe antecipou, perguntando: Que te parece, Simão? De quem cobram os reis da terra imposto ou tributo? Dos seus filhos, ou dos alheios?

Mat.17.26- Quando ele respondeu: Dos alheios, disse-lhe Jesus: Logo, são isentos os filhos.

Mat.17.27- Mas, para que não os escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, tira o primeiro peixe que subir e, abrindo-lhe a boca, encontrarás um estáter; toma-o, e dá-lho por mim e por ti.

Mat.18.1- Naquela hora chegaram-se a Jesus os discípulos e perguntaram: Quem é o maior no reino dos céus?

Mat.18.2- Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles,

Mat.18.3- e disse: Em verdade vos digo que se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus.

Mat.18.4- Portanto, quem se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no reino dos céus.

Mat.18.5- E qualquer que receber em meu nome uma criança tal como esta, a mim me recebe.

Mat.18.6- Mas qualquer que fizer tropeçar um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e se submergisse na profundeza do mar.

Mat.18.7- Ai do mundo, por causa dos tropeços! Pois é inevitável que venham; mas ai do homem por quem o tropeço vier!

Mat.18.8- Se, pois, a tua mão ou o teu pé te fizer tropeçar, corta-o, lança-o de ti; melhor te é entrar na vida aleijado, ou coxo, do que, tendo duas mãos ou dois pés, ser lançado no fogo eterno.

Mat.18.9- E, se teu olho te fizer tropeçar, arranca-o, e lança-o de ti; melhor te é entrar na vida com um só olho, do que tendo dois olhos, ser lançado no inferno de fogo.

Mat.18.10- Vede, não desprezeis a nenhum destes pequeninos; pois eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre vêm a face de meu Pai, que está nos céus.

Mat.18.11- [Porque o Filho do homem veio salvar o que se havia perdido.]

Mat.18.12- Que vos parece? Se alguém tiver cem ovelhas, e uma delas se extraviar, não deixará as noventa e nove nos montes para ir buscar a que se extraviou?

Mat.18.13- E, se acontecer achá-la, em verdade vos digo que maior prazer tem por esta do que pelas noventa e nove que não se extraviaram.

Mat.18.14- Assim também não é da vontade de vosso Pai que está nos céus, que venha a perecer um só destes pequeninos.

Mat.18.15- Ora, se teu irmão pecar, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, terás ganho teu irmão;

Mat.18.16- mas se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda palavra seja confirmada.

Mat.18.17- Se recusar ouvi-los, dize-lo à igreja; e, se também recusar ouvir a igreja, considera-o como gentio e publicano.

Mat.18.18- Em verdade vos digo: Tudo quanto ligardes na terra será ligado no céu; e tudo quanto desligardes na terra será desligado no céu.

Mat.18.19- Ainda vos digo mais: Se dois de vós na terra concordarem acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus.

Mat.18.20- Pois onde se acham dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.

Mat.18.21- Então Pedro, aproximando-se dele, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu hei-de perdoar? Até sete?

Mat.18.22- Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete; mas até setenta vezes sete.

Mat.18.23- Por isso o reino dos céus é comparado a um rei que quis tomar contas a seus servos;

Mat.18.24- e, tendo começado a tomá-las, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos;

Mat.18.25- mas não tendo ele com que pagar, ordenou seu senhor que fossem vendidos, ele, sua mulher, seus filhos, e tudo o que tinha, e que se pagasse a dívida.

Mat.18.26- Então aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, tem paciência comigo, que tudo te pagarei.

Mat.18.27- O senhor daquele servo, pois, movido de compaixão, soltou-o, e perdoou-lhe a dívida.

Mat.18.28- Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem denários; e, segurando-o, o sufocava, dizendo: Paga o que me deves.

Mat.18.29- Então o seu companheiro, caindo-lhe aos pés, rogava-lhe, dizendo: Tem paciência comigo, que te pagarei.

Mat.18.30- Ele, porém, não quis; antes foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida.

Mat.18.31- Vendo, pois, os seus conservos o que acontecera, contristaram-se grandemente, e foram revelar tudo isso ao seu senhor.

Mat.18.32- Então o seu senhor, chamando-o á sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste;

Mat.18.33- não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, assim como eu tive compaixão de ti?

Mat.18.34- E, indignado, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que pagasse tudo o que lhe devia.

Mat.18.35- Assim vos fará meu Pai celestial, se de coração não perdoardes, cada um a seu irmão.

Mat.19.1- Tendo Jesus concluído estas palavras, partiu da Galileia, e foi para os confins da Judeia, além do Jordão;

Mat.19.2- e seguiram-no grandes multidões, e curou-os ali.

Mat.19.3- Aproximaram-se dele alguns fariseus que o experimentavam, dizendo: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?

Mat.19.4- Respondeu-lhe Jesus: Não tendes lido que o Criador os fez desde o princípio homem e mulher,

Mat.19.5- e que ordenou: Por isso deixará o homem pai e mãe, e unir-se-á a sua mulher; e serão os dois uma só carne?

Mat.19.6- Assim já não são mais dois, mas um só carne. Portanto o que Deus ajuntou, não o separe o homem.

Mat.19.7- Responderam-lhe: Então por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio e repudiá-la?

Mat.19.8- Disse-lhes ele: Pela dureza de vossos corações Moisés vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas não foi assim desde o princípio.

Mat.19.9- Eu vos digo porém, que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de infidelidade, e casar com outra, comete adultério; [e o que casar com a repudiada também comete adultério.]

Mat.19.10- Disseram-lhe os discípulos: Se tal é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar.

Mat.19.11- Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem aceitar esta palavra, mas somente aqueles a quem é dado.

Mat.19.12- Porque há eunucos que nasceram assim; e há eunucos que pelos homens foram feitos tais; e outros há que a si mesmos se fizeram eunucos por causa do reino dos céus. Quem pode aceitar isso, aceite-o.

Mat.19.13- Então lhe trouxeram algumas crianças para que lhes impusesse as mãos, e orasse; mas os discípulos os repreenderam.

Mat.19.14- Jesus, porém, disse: Deixai as crianças e não as impeçais de virem a mim, porque de tais é o reino dos céus.

Mat.19.15- E, depois de lhes impor as mãos, partiu dali.

Mat.19.16- E eis que se aproximou dele um jovem, e lhe disse: Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna?

Mat.19.17- Respondeu-lhe ele: Por que me perguntas sobre o que é bom? Um só é bom; mas se é que queres entrar na vida, guarda os mandamentos.

Mat.19.18- Perguntou-lhe ele: Quais? Respondeu Jesus: Não matarás; não adulterarás; não furtarás; não dirás falso testemunho;

Mat.19.19- honra a teu pai e a tua mãe; e amarás o teu próximo como a ti mesmo.

Mat.19.20- Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho guardado; que me falta ainda?

Mat.19.21- Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, segue-me.

Mat.19.22- Mas o jovem, ouvindo essa palavra, retirou-se triste; porque possuía muitos bens.

Mat.19.23- Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no reino dos céus.

Mat.19.24- E outra vez vos digo que é mais fácil um camelo passar pelo fundo duma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus.

Mat.19.25- Quando os seus discípulos ouviram isso, ficaram grandemente maravilhados, e perguntaram: Quem pode, então, ser salvo?

Mat.19.26- Jesus, fixando neles o olhar, respondeu: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível.

Mat.19.27- Então Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que nós deixamos tudo, e te seguimos; que recompensa, pois, teremos nós?

Mat.19.28- Ao que lhe disse Jesus: Em verdade vos digo a vós que me seguistes, que na regeneração, quando o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, sentar-vos-eis também vós sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel.

Mat.19.29- E todo o que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras, por amor do meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna.

Mat.19.30. Entretanto, muitos que são primeiros serão últimos; e muitos que são últimos serão primeiros.

Mat.20.1- Porque o reino dos céus é semelhante a um homem, proprietário, que saiu de madrugada a contratar trabalhadores para a sua vinha.

Mat.20.2- Ajustou com os trabalhadores o salário de um denário por dia, e mandou-os para a sua vinha.

Mat.20.3- Cerca da hora terceira saiu, e viu que estavam outros, ociosos, na praça,

Mat.20.4- e disse-lhes: Ide também vós para a vinha, e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram.

Mat.20.5- Outra vez saiu, cerca da hora sexta e da nona, e fez o mesmo.

Mat.20.6- Igualmente, cerca da hora undécima, saiu e achou outros que lá estavam, e perguntou-lhes: Por que estais aqui ociosos o dia todo?

Mat.20.7- Responderam-lhe eles: Porque ninguém nos contratou. Disse-lhes ele: Ide também vós para a vinha.

Mat.20.8- Ao anoitecer, disse o senhor da vinha ao seu mordomo: Chama os trabalhadores, e paga-lhes o salário, começando pelos últimos até os primeiros.

Mat.20.9- Chegando, pois, os que tinham ido cerca da hora undécima, receberam um denário cada um.

Mat.20.10- Vindo, então, os primeiros, pensaram que haviam de receber mais; mas do mesmo modo receberam um denário cada um.

Mat.20.11- E ao recebê-lo, murmuravam contra o proprietário, dizendo:

Mat.20.12- Estes últimos trabalharam somente uma hora, e os igualastes a nós, que suportamos a fadiga do dia inteiro e o forte calor.

Mat.20.13- Mas ele, respondendo, disse a um deles: Amigo, não te faço injustiça; não ajustaste comigo um denário?

Mat.20.14- Toma o que é teu, e vai-te; eu quero dar a este último tanto como a ti.

Mat.20.15- Não me é lícito fazer o que quero do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom?

Mat.20.16- Assim os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos.

Mat.20.17- Estando Jesus para subir a Jerusalém, chamou à parte os doze e no caminho lhes disse:

Mat.20.18- Eis que subimos a Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas, e eles o condenarão à morte,

Mat.20.19- e o entregarão aos gentios para que dele escarneçam, e o açoitem e crucifiquem; e ao terceiro dia ressuscitará.

Mat.20.20- Aproximou-se dele, então, a mãe dos filhos de Zebedeu, com seus filhos, ajoelhando-se e fazendo-lhe um pedido.

Mat.20.21- Perguntou-lhe Jesus: Que queres? Ela lhe respondeu: Concede que estes meus dois filhos se sentem, um à tua direita e outro à tua esquerda, no teu reino.

Mat.20.22- Jesus, porém, replicou: Não sabeis o que pedis; podeis beber o cálice que eu estou para beber? Responderam-lhe: Podemos.

Mat.20.23- Então lhes disse: O meu cálice certamente haveis de beber; mas o sentar-se à minha direita e à minha esquerda, não me pertence concedê-lo; mas isso é para aqueles para quem está preparado por meu Pai.

Mat.20.24- E ouvindo isso os dez, indignaram-se contra os dois irmãos.

Mat.20.25- Jesus, pois, chamou-os para junto de si e lhes disse: Sabeis que os governadores dos gentios os dominam, e os seus grandes exercem autoridades sobre eles.

Mat.20.26- Não será assim entre vós; antes, qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva;

Mat.20.27- e qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, será vosso servo;

Mat.20.28- assim como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.

Mat.20.29- Saindo eles de Jericó, seguiu-o uma grande multidão;

Mat.20.30- e eis que dois cegos, sentados junto do caminho, ouvindo que Jesus passava, clamaram, dizendo: Senhor, Filho de David, tem compaixão de nós.

Mat.20.31- E a multidão os repreendeu, para que se calassem; eles, porém, clamaram ainda mais alto, dizendo: Senhor, Filho de David, tem compaixão de nós.

Mat.20.32- E Jesus, parando, chamou-os e perguntou: Que quereis que vos faça?

Mat.20.33- Disseram-lhe eles: Senhor, que se nos abram os olhos.

Mat.20.34- E Jesus, movido de compaixão, tocou-lhes os olhos, e imediatamente recuperaram a vista, e o seguiram.

Mat.21.1- Quando se aproximaram de Jerusalém, e chegaram a Betfagé, ao Monte das Oliveiras, enviou Jesus dois discípulos, dizendo-lhes:

Mat.21.2- Ide à aldeia que está defronte de vós, e logo encontrareis uma jumenta presa, e um jumentinho com ela; desprendei-a, e trazei-mos.

Mat.21.3- E, se alguém vos disser alguma coisa, respondei: O Senhor precisa deles; e logo os enviará.

Mat.21.4- Ora, isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta:

Mat.21.5- Dizei à filha de Sião: Eis que aí te vem o teu Rei, manso e montado em um jumento, em um jumentinho, cria de animal de carga.

Mat.21.6- Indo, pois, os discípulos e fazendo como Jesus lhes ordenara,

Mat.21.7- trouxeram a jumenta e o jumentinho, e sobre eles puseram os seus mantos, e Jesus montou.

Mat.21.8- E a maior parte da multidão estendeu os seus mantos pelo caminho; e outros cortavam ramos de árvores, e os espalhavam pelo caminho.

Mat.21.9- E as multidões, tanto as que o precediam como as que o seguiam, clamavam, dizendo: Hosana ao Filho de David! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!

Mat.21.10- Ao entrar ele em Jerusalém, agitou-se a cidade toda e perguntava: Quem é este?

Mat.21.11- E as multidões respondiam: Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galileia.

Mat.21.12- Então Jesus entrou no templo, expulsou todos os que ali vendiam e compravam, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas;

Mat.21.13- e disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a fazeis covil de salteadores.

Mat.21.14- E chegaram-se a ele no templo cegos e coxos, e ele os curou.

Mat.21.15- Vendo, porém, os principais sacerdotes e os escribas as maravilhas que ele fizera, e os meninos que clamavam no templo: Hosana ao Filho de David, indignaram-se,

Mat.21.16- e perguntaram-lhe: Ouves o que estes estão dizendo? Respondeu-lhes Jesus: Sim; nunca lestes: Da boca de pequeninos e de criancinhas de peito tiraste perfeito louvor?

Mat.21.17- E deixando-os, saiu da cidade para Betânia, e ali passou a noite.

Mat.21.18- Ora, de manhã, ao voltar à cidade, teve fome;

Mat.21.19- e, avistando uma figueira à beira do caminho, dela se aproximou, e não achou nela senão folhas somente; e disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti. E a figueira secou imediatamente.

Mat.21.20- Quando os discípulos viram isso, perguntaram admirados: Como é que imediatamente secou a figueira?

Mat.21.21- Jesus, porém, respondeu-lhes: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até, se a este monte disserdes: Ergue-te e lança-te no mar, isso será feito;

Mat.21.22- e tudo o que pedirdes na oração, crendo, recebereis.

Mat.21.23- Tendo Jesus entrado no templo, e estando a ensinar, aproximaram-se dele os principais sacerdotes e os anciãos do povo, e perguntaram: Com que autoridade fazes tu estas coisas? E quem te deu tal autoridade?

Mat.21.24- Respondeu-lhes Jesus: Eu também vos perguntarei uma coisa; se ma disserdes, eu de igual modo vos direi com que autoridade faço estas coisas.

Mat.21.25- O batismo de João, donde era? Do céu ou dos homens? Ao que eles arrazoavam entre si: Se dissermos: Do céu, ele nos dirá: Então por que não o crestes?

Mat.21.26- Mas, se dissermos: Dos homens, tememos o povo; porque todos consideram João como profeta.

Mat.21.27- Responderam, pois, a Jesus: Não sabemos. Disse-lhe ele: Nem eu vos digo com que autoridade faço estas coisas.

Mat.21.28- Mas que vos parece? Um homem tinha dois filhos, e, chegando-se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na vinha.

Mat.21.29- Ele respondeu: Sim, senhor; mas não foi.

Mat.21.30- Chegando-se, então, ao segundo, falou-lhe de igual modo; respondeu-lhe este: Não quero; mas depois, arrependendo-se, foi.

Mat.21.31- Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram eles: O segundo. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus.

Mat.21.32- Pois João veio a vós no caminho da justiça, e não lhe deste crédito, mas os publicanos e as meretrizes lho deram; vós, porém, vendo isto, nem depois vos arrependestes para crerdes nele.

Mat.21.33- Ouvi ainda outra parábola: Havia um homem, proprietário, que plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou nela um lagar, e edificou uma torre; depois arrendou-a a uns lavradores e ausentou-se do país.

Mat.21.34- E quando chegou o tempo dos frutos, enviou os seus servos aos lavradores, para receber os seus frutos.

Mat.21.35- E os lavradores, apoderando-se dos servos, espancaram um, mataram outro, e a outro apedrejaram.

Mat.21.36- Depois enviou ainda outros servos, em maior número do que os primeiros; e fizeram-lhes o mesmo.

Mat.21.37- Por último enviou-lhes seu filho, dizendo: A meu filho terão respeito.

Mat.21.38- Mas os lavradores, vendo o filho, disseram entre si: Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo, e apoderemo-nos da sua herança.

Mat.21.39- E, agarrando-o, lançaram-no fora da vinha e o mataram.

Mat.21.40- Quando, pois, vier o senhor da vinha, que fará àqueles lavradores?

Mat.21.41- Responderam-lhe eles: Fará perecer miseravelmente a esses maus, e arrendará a vinha a outros lavradores, que a seu tempo lhe entreguem os frutos.

Mat.21.42- Disse-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta como pedra angular; pelo Senhor foi feito isso, e é maravilhoso aos nossos olhos?

Mat.21.43- Portanto eu vos digo que vos será tirado o reino de Deus, e será dado a um povo que dê os seus frutos.

Mat.21.44- E quem cair sobre esta pedra será despedaçado; mas aquele sobre quem ela cair será reduzido a pó.

Mat.21.45- Os principais sacerdotes e os fariseus, ouvindo essas parábolas, entenderam que era deles que Jesus falava.

Mat.21.46- E procuravam prendê-lo, mas temeram o povo, porquanto este o tinha por profeta.

Mat.22.1- Então Jesus tornou a falar-lhes por parábolas, dizendo:

Mat.22.2- O reino dos céus é semelhante a um rei que celebrou as bodas de seu filho.

Mat.22.3- Enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas, e estes não quiseram vir.

Mat.22.4- Depois enviou outros servos, ordenando: Dizei aos convidados: Eis que tenho o meu jantar preparado; os meus bois e cevados já estão mortos, e tudo está pronto; vinde às bodas.

Mat.22.5- Eles, porém, não fazendo caso, foram, um para o seu campo, outro para o seu negócio;

Mat.22.6- e os outros, apoderando-se dos servos, os ultrajaram e mataram.

Mat.22.7- Mas o rei encolerizou-se; e enviando os seus exércitos, destruiu aqueles homicidas, e incendiou a sua cidade.

Mat.22.8- Então disse aos seus servos: As bodas, na verdade, estão preparadas, mas os convidados não eram dignos.

Mat.22.9- Ide, pois, pelas encruzilhadas dos caminhos, e a quantos encontrardes, convidai-os para as bodas.

Mat.22.10- E saíram aqueles servos pelos caminhos, e ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus como bons; e encheu-se de convivas a sala nupcial.

Mat.22.11- Mas, quando o rei entrou para ver os convivas, viu ali um homem que não trajava veste nupcial;

Mat.22.12- e perguntou-lhe: Amigo, como entraste aqui, sem teres veste nupcial? Ele, porém, emudeceu.

Mat.22.13- Ordenou então o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.

Mat.22.14- Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.

Mat.22.15- Então os fariseus se retiraram e consultaram entre si como o apanhariam em alguma palavra;

Mat.22.16- e enviaram-lhe os seus discípulos, juntamente com os herodianos, a dizer; Mestre, sabemos que és verdadeiro, e que ensinas segundo a verdade o caminho de Deus, e de ninguém se te dá, porque não olhas a aparência dos homens.

Mat.22.17- Diz-nos, pois, que te parece? É lícito pagar tributo a César, ou não?

Mat.22.18- Jesus, porém, percebendo a sua malícia, respondeu: Por que me experimentais, hipócritas?

Mat.22.19- Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um denário.

Mat.22.20- Perguntou-lhes ele: De quem é esta imagem e inscrição?

Mat.22.21- Responderam: De César. Então lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.

Mat.22.22- Ao ouvirem isso, ficaram admirados; e, deixando-o, se retiraram.

Mat.22.23- No mesmo dia vieram alguns saduceus, que dizem não haver ressurreição, e o interrogaram, dizendo:

Mat.22.24- Mestre, Moisés disse: Se morrer alguém, não tendo filhos, seu irmão casará com a mulher dele, e suscitará descendência a seu irmão.

Mat.22.25- Ora, havia entre nós sete irmãos: o primeiro, tendo casado, morreu: e, não tendo descendência, deixou sua mulher a seu irmão;

Mat.22.26- da mesma sorte também o segundo, o terceiro, até o sétimo.

Mat.22.27- depois de todos, morreu também a mulher.

Mat.22.28- Portanto, na ressurreição, de qual dos sete será ela esposa, pois todos a tiveram?

Mat.22.29- Jesus, porém, lhes respondeu: Errais, não compreendendo as Escrituras nem o poder de Deus;

Mat.22.30- pois na ressurreição nem se casam nem se dão em casamento; mas serão como os anjos no céu.

Mat.22.31- E, quanto à ressurreição dos mortos, não lestes o que foi dito por Deus:

Mat.22.32- Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacob? Ora, ele não é Deus de mortos, mas de vivos.

Mat.22.33- E as multidões, ouvindo isso, se maravilhavam da sua doutrina.

Mat.22.34- Os fariseus, quando souberam, que ele fizera emudecer os saduceus, reuniram-se todos;

Mat.22.35- e um deles, doutor da lei, para o experimentar, interrogou-o, dizendo:

Mat.22.36- Mestre, qual é o grande mandamento na lei?

Mat.22.37- Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento.

Mat.22.38- Este é o grande e primeiro mandamento.

Mat.22.39- E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.

Mat.22.40- Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.

Mat.22.41- Ora, enquanto os fariseus estavam reunidos, interrogou-os Jesus, dizendo:

Mat.22.42- Que pensais vós do Cristo? De quem é filho? Responderam-lhe: De David.

Mat.22.43- Replicou-lhes ele: Como é então que David, no Espírito, lhe chama Senhor, dizendo:

Mat.22.44- Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos de baixo dos teus pés?

Mat.22.45- Se David, pois, lhe chama Senhor, como é ele seu filho?

Mat.22.46- E ninguém podia responder-lhe palavra; nem desde aquele dia jamais ousou alguém interrogá-lo.

Mat.23.1- Então falou Jesus às multidões e aos seus discípulos, dizendo:

Mat.23.2- Na cadeira de Moisés se assentam os escribas e fariseus.

Mat.23.3- Portanto, tudo o que vos disserem, isso fazei e observai; mas não façais conforme as suas obras; porque dizem e não praticam.

Mat.23.4- Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; mas eles mesmos nem com o dedo querem movê-los.

Mat.23.5- Todas as suas obras eles fazem a fim de serem vistos pelos homens; pois alargam os seus filactérios, e aumentam as franjas dos seus mantos;

Mat.23.6- gostam do primeiro lugar nos banquetes, das primeiras cadeiras nas sinagogas,

Mat.23.7- das saudações nas praças, e de serem chamados pelos homens: Rabi.

Mat.23.8- Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi; porque um só é o vosso Mestre, e todos vós sois irmãos.

Mat.23.9- E a ninguém sobre a terra chameis vosso pai; porque um só é o vosso Pai, aquele que está nos céus.

Mat.23.10- Nem queirais ser chamados guias; porque um só é o vosso Guia, que é o Cristo.

Mat.23.11- Mas o maior dentre vós há-de ser vosso servo.

Mat.23.12- Qualquer, pois, que a si mesmo se exaltar, será humilhado; e qualquer que a si mesmo se humilhar, será exaltado.

Mat.23.13- Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque fechais aos homens o reino dos céus; pois nem vós entrais, nem aos que entrariam permitis entrar.

Mat.23.14- [Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque devorais as casas das viúvas e sob pretexto fazeis longas orações; por isso recebereis maior condenação.]

Mat.23.15- Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o tornais duas vezes mais filho do inferno do que vós.

Mat.23.16- Ai de vós, guias cegos! que dizeis: Quem jurar pelo ouro do santuário, esse fica obrigado ao que jurou.

Mat.23.17- Insensatos e cegos! Pois qual é o maior; o ouro, ou o santuário que santifica o ouro?

Mat.23.18- E: Quem jurar pelo altar, isso nada é; mas quem jurar pela oferta que está sobre o altar, esse fica obrigado ao que jurou.

Mat.23.19- Cegos! Pois qual é maior: a oferta, ou o altar que santifica a oferta?

Mat.23.20- Portanto, quem jurar pelo altar jura por ele e por tudo quanto sobre ele está;

Mat.23.21- e quem jurar pelo santuário jura por ele e por aquele que nele habita;

Mat.23.22- e quem jurar pelo céu jura pelo trono de Deus e por aquele que nele está assentado.

Mat.23.23- Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes omitido o que há de mais importante na lei, a saber, a justiça, a misericórdia e a fé; estas coisas, porém, devíeis fazer, sem omitir aquelas.

Mat.23.24- Guias cegos! que coais um mosquito, e engolis um camelo.

Mat.23.25- Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque limpais o exterior do copo e do prato, mas por dentro estão cheios de rapina e de intemperança.

Mat.23.26- Fariseu cego! limpa primeiro o interior do copo, para que também o exterior se torne limpo.

Mat.23.27- Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos e de toda imundície.

Mat.23.28- Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade.

Mat.23.29- Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque edificais os sepulcros dos profetas e adornais os monumentos dos justos,

Mat.23.30- e dizeis: Se tivéssemos vivido nos dias de nossos pais, não teríamos sido cúmplices no derramar o sangue dos profetas.

Mat.23.31- Assim, vós testemunhais contra vós mesmos que sois filhos daqueles que mataram os profetas.

Mat.23.32- Enchei vós, pois, a medida de vossos pais.

Mat.23.33- Serpentes, raça de víboras! como escapareis da condenação do inferno?

Mat.23.34- Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas: e a uns deles matareis e crucificareis; e a outros os perseguireis de cidade em cidade;

Mat.23.35- para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que mataste entre o santuário e o altar.

Mat.23.36- Em verdade vos digo que todas essas coisas hão-de vir sobre esta geração.

Mat.23.37- Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, apedrejas os que a ti são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não o quiseste!

Mat.23.38- Eis aí abandonada vos é a vossa casa.

Mat.23.39- Pois eu vos declaro que desde agora de modo nenhum me vereis, até que digais: Bendito aquele que vem em nome do Senhor.

Mat.24.1- Ora, Jesus, tendo saído do templo, ia-se retirando, quando se aproximaram dele os seus discípulos, para lhe mostrarem os edifícios do templo.

Mat.24.2- Mas ele lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não se deixará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada.

Mat.24.3- E estando ele sentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Declara-nos quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo.

Mat.24.4- Respondeu-lhes Jesus: Acautelai-vos, que ninguém vos engane.

Mat.24.5- Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; a muitos enganarão.

Mat.24.6- E ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; olhai não vos perturbeis; porque forçoso é que assim aconteça; mas ainda não é o fim.

Mat.24.7- Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino; e haverá fomes e terramotos em vários lugares.

Mat.24.8- Mas todas essas coisas são o princípio das dores.

Mat.24.9- Então sereis entregues à tortura, e vos matarão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome.

Mat.24.10- Nesse tempo muitos hão de se escandalizar, e trair-se uns aos outros, e mutuamente se odiarão.

Mat.24.11- Igualmente hão-de surgir muitos falsos profetas, e enganarão a muitos;

Mat.24.12- e, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.

Mat.24.13- Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo.

Mat.24.14- E este evangelho do reino será pregado no mundo inteiro, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.

Mat.24.15- Quando, pois, virdes estar no lugar santo a abominação de desolação, predita pelo profeta Daniel (quem lê, entenda),

Mat.24.16- então os que estiverem na Judeia fujam para os montes;

Mat.24.17- quem estiver no eirado não desça para tirar as coisas de sua casa,

Mat.24.18- e quem estiver no campo não volte atrás para apanhar a sua capa.

Mat.24.19- Mas ai das que estiverem grávidas, e das que amamentarem naqueles dias!

Mat.24.20- Orai para que a vossa fuga não suceda no inverno nem no sábado;

Mat.24.21- porque haverá então uma tribulação tão grande, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá.

Mat.24.22- E se aqueles dias não fossem abreviados, ninguém se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias.

Mat.24.23- Se, pois, alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! ou: Ei-lo aí! não acrediteis;

Mat.24.24- porque hão-de surgir falsos cristos e falsos profetas, e farão grandes sinais e prodígios; de modo que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.

Mat.24.25- Eis que de antemão vo-lo tenho dito.

Mat.24.26- Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto; não saiais; ou: Eis que ele está no interior da casa; não acrediteis.

Mat.24.27- Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até o ocidente, assim será também a vinda do filho do homem.

Mat.24.28- Pois onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão os abutres.

Mat.24.29- Logo depois da tribulação daqueles dias, escurecerá o sol, e a lua não dará a sua luz; as estrelas cairão do céu e os poderes dos céus serão abalados.

Mat.24.30- Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão vir o Filho do homem sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.

Mat.24.31- E ele enviará os seus anjos com grande clangor de trombeta, os quais lhe ajuntarão os escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus.

Mat.24.32- Aprendei, pois, da figueira a sua parábola: Quando já o seu ramo se torna tenro e brota folhas, sabeis que está próximo o verão.

Mat.24.33- Igualmente, quando virdes todas essas coisas, sabei que ele está próximo, mesmo às portas.

Mat.24.34- Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas essas coisas se cumpram.

Mat.24.35- Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras jamais passarão.

Mat.24.36- Daquele dia e hora, porém, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, senão só o Pai.

Mat.24.37- Pois como foi dito nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem.

Mat.24.38- Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca,

Mat.24.39- e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos; assim será também a vinda do Filho do homem.

Mat.24.40- Então, estando dois homens no campo, será levado um e deixado outro;

Mat.24.41- estando duas mulheres a trabalhar no moinho, será levada uma e deixada a outra.

Mat.24.42- Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor;

Mat.24.43- sabei, porém, isto: se o dono da casa soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa.

Mat.24.44- Por isso ficai também vós apercebidos; porque numa hora em que não penseis, virá o Filho do homem.

Mat.24.45- Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o senhor pôs sobre os seus serviçais, para a tempo dar-lhes o sustento?

Mat.24.46- Bem-aventurado aquele servo a quem o seu senhor, quando vier, achar assim fazendo.

Mat.24.47- Em verdade vos digo que o porá sobre todos os seus bens.

Mat.24.48- Mas se aquele outro, o mau servo, disser no seu coração: Meu senhor tarda em vir,

Mat.24.49- e começar a espancar os seus conservos, e a comer e beber com os ébrios,

Mat.24.50- virá o senhor daquele servo, num dia em que não o espera, e numa hora de que não sabe,

Mat.24.51- e cortá-lo-á pelo meio, e lhe dará a sua parte com os hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes.

Mat.25.1- Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do noivo.

Mat.25.2- Cinco delas eram insensatas, e cinco prudentes.

Mat.25.3- Ora, as insensatas, tomando as lâmpadas, não levaram azeite consigo.

Mat.25.4- As prudentes, porém, levaram azeite em suas vasilhas, juntamente com as lâmpadas.

Mat.25.5- E tardando o noivo, tosquenejaram todas, e dormiram.

Mat.25.6- Mas à meia-noite ouviu-se um grito: Eis o noivo! saí-lhe ao encontro!

Mat.25.7- Então todas aquelas virgens se levantaram, e prepararam as suas lâmpadas.

Mat.25.8- E as insensatas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão se apagando.

Mat.25.9- Mas as prudentes responderam: não; pois de certo não chegaria para nós e para vós; ide antes aos que o vendem, e comprai-o para vós.

Mat.25.10- E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o noivo; e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta.

Mat.25.11- Depois vieram também as outras virgens, e disseram: Senhor, Senhor, abre-nos a porta.

Mat.25.12- Ele, porém, respondeu: Em verdade vos digo, não vos conheço.

Mat.25.13- Vigiai pois, porque não sabeis nem o dia nem a hora.

Mat.25.14- Porque é assim como um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e lhes entregou os seus bens:

Mat.25.15- a um deu cinco talentos, a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade; e seguiu viagem.

Mat.25.16- O que recebera cinco talentos foi imediatamente negociar com eles, e ganhou outros cinco;

Mat.25.17- da mesma sorte, o que recebera dois ganhou outros dois;

Mat.25.18- mas o que recebera um foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.

Mat.25.19- Ora, depois de muito tempo veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles.

Mat.25.20- Então chegando o que recebera cinco talentos, apresentou-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco que ganhei.

Mat.25.21- Disse-lhe o seu senhor: Muito bem, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.

Mat.25.22- Chegando também o que recebera dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis aqui outros dois que ganhei.

Mat.25.23- Disse-lhe o seu senhor: Muito bem, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.

Mat.25.24- Chegando por fim o que recebera um talento, disse: Senhor, eu te conhecia, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste, e recolhes onde não joeiraste;

Mat.25.25- e, atemorizado, fui esconder na terra o teu talento; eis aqui tens o que é teu.

Mat.25.26- Ao que lhe respondeu o seu senhor: Servo mau e preguiçoso, sabias que ceifo onde não semeei, e recolho onde não joeirei?

Mat.25.27- Devias então entregar o meu dinheiro aos banqueiros e, vindo eu, tê-lo-ia recebido com juros.

Mat.25.28- Tirai-lhe, pois, o talento e dai ao que tem os dez talentos.

Mat.25.29- Porque a todo o que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas ao que não tem, até aquilo que tem ser-lhe-á tirado.

Mat.25.30- E lançai o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.

Mat.25.31- Quando, pois vier o Filho do homem na sua glória, e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória;

Mat.25.32- e diante dele serão reunidas todas as nações; e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos;

Mat.25.33- e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos à esquerda.

Mat.25.34- Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai. Possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;

Mat.25.35- porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me acolhestes;

Mat.25.36- estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me.

Mat.25.37- Então os justos lhe perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber?

Mat.25.38- Quando te vimos forasteiro, e te acolhemos? Ou nu, e te vestimos?

Mat.25.39- Quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos visitar-te?

Mat.25.40- E responder-lhes-á o Rei: Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes.

Mat.25.41- Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos;

Mat.25.42- porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber;

Mat.25.43- era forasteiro, e não me acolhestes; estava nu, e não me vestistes; enfermo, e na prisão, e não me visitastes.

Mat.25.44- Então também estes perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou forasteiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos?

Mat.25.45- Ao que lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixaste de fazer a um destes mais pequeninos, deixastes de o fazer a mim.

Mat.25.46- E irão eles para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna.

Mat.26.1- E havendo Jesus concluído todas estas palavras, disse aos seus discípulos:

Mat.26.2- Sabeis que daqui a dois dias é a Páscoa; e o Filho do homem será entregue para ser crucificado.

Mat.26.3- Então os principais sacerdotes e os anciãos do povo se reuniram no pátio da casa do sumo-sacerdote, o qual se chamava Caifás;

Mat.26.4- e deliberaram como prender Jesus a traição, e o matar.

Mat.26.5- Mas diziam: Não durante a festa, para que não haja tumulto entre o povo.

Mat.26.6- Estando Jesus em Betânia, em casa de Simão, o leproso,

Mat.26.7- aproximou-se dele uma mulher que trazia um vaso de alabastro cheio de bálsamo precioso, e lho derramou sobre a cabeça, estando ele inclinado à mesa.

Mat.26.8- Quando os discípulos viram isso, indignaram-se, e disseram: Para que este desperdício?

Mat.26.9- Pois este bálsamo podia ser vendido por muito dinheiro, que se daria aos pobres.

Mat.26.10- Jesus, porém, percebendo isso, disse-lhes: Por que molestais esta mulher? Pois praticou uma boa acção para comigo.

Mat.26.11- Porquanto os pobres sempre os tendes convosco; a mim, porém, nem sempre me tendes.

Mat.26.12- Ora, derramando ela este bálsamo sobre o meu corpo, fê-lo a fim de preparar-me para a minha sepultura.

Mat.26.13- Em verdade vos digo que onde quer que for pregado em todo o mundo este evangelho, também o que ela fez será contado para memória sua.

Mat.26.14- Então um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os principais sacerdotes,

Mat.26.15- e disse: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E eles lhe pesaram trinta moedas de prata.

Mat.26.16- E desde então buscava ele oportunidade para o entregar.

Mat.26.17- Ora, no primeiro dia dos pães ázimos, vieram os discípulos a Jesus, e perguntaram: Onde queres que façamos os preparativos para comeres a Páscoa?

Mat.26.18- Respondeu ele: Ide à cidade a um certo homem, e dizei-lhe: O Mestre diz: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a Páscoa com os meus discípulos.

Mat.26.19- E os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenara, e prepararam a Páscoa.

Mat.26.20- Ao anoitecer reclinou-se à mesa com os doze discípulos;

Mat.26.21- e, enquanto comiam, disse: Em verdade vos digo que um de vós me trairá.

Mat.26.22- E eles, profundamente contristados, começaram cada um a perguntar-lhe: Porventura sou eu, Senhor?

Mat.26.23- Respondeu ele: O que mete comigo a mão no prato, esse me trairá.

Mat.26.24- Em verdade o Filho do homem vai, conforme está escrito a seu respeito; mas ai daquele por quem o Filho do homem é traído! Bom seria para esse homem se não houvera nascido.

Mat.26.25- Também Judas, que o traía, perguntou: Porventura sou eu, Rabi? Respondeu-lhe Jesus: Tu o disseste.

Mat.26.26- Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, abençoando-o, o partiu e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo.

Mat.26.27- E tomando um cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: Bebei dele todos;

Mat.26.28- pois isto é o meu sangue, o sangue do pacto, o qual é derramado por muitos para remissão dos pecados.

Mat.26.29- Mas digo-vos que desde agora não mais beberei deste fruto da videira até aquele dia em que convosco o beba novo, no reino de meu Pai.

Mat.26.30- E tendo cantado um hino, saíram para o Monte das Oliveiras.

Mat.26.31- Então Jesus lhes disse: Todos vós esta noite vos escandalizareis de mim; pois está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersarão.

Mat.26.32- Todavia, depois que eu ressurgir, irei adiante de vós para a Galileia.

Mat.26.33- Mas Pedro, respondendo, disse-lhe: Ainda que todos se escandalizem de ti, eu nunca me escandalizarei.

Mat.26.34- Disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que esta noite, antes que o galo cante três vezes me negarás.

Mat.26.35- Respondeu-lhe Pedro: Ainda que me seja necessário morrer contigo, de modo algum te negarei. E o mesmo disseram todos os discípulos.

Mat.26.36- Então foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsémane, e disse aos discípulos: Sentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar.

Mat.26.37- E levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se.

Mat.26.38- Então lhes disse: A minha alma está triste até a morte; ficai aqui e vigiai comigo.

Mat.26.39- E adiantando-se um pouco, prostrou-se com o rosto em terra e orou, dizendo: Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.

Mat.26.40- Voltando para os discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Assim nem uma hora pudestes vigiar comigo?

Mat.26.41- Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.

Mat.26.42- Retirando-se mais uma vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar sem que eu o beba, faça-se a tua vontade.

Mat.26.43- E, voltando outra vez, achou-os dormindo, porque seus olhos estavam carregados.

Mat.26.44- Deixando-os novamente, foi orar terceira vez, repetindo as mesmas palavras.

Mat.26.45- Então voltou para os discípulos e disse-lhes: Dormi agora e descansai. Eis que é chegada a hora, e o Filho do homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores.

Mat.26.46- Levantai-vos, vamo-nos; eis que é chegado aquele que me trai.

Mat.26.47- E estando ele ainda a falar, eis que veio Judas, um dos doze, e com ele grande multidão com espadas e varapaus, vinda da parte dos principais sacerdotes e dos anciãos do povo.

Mat.26.48- Ora, o que o traía lhes havia dado um sinal, dizendo: Aquele que eu beijar, esse é: prendei-o.

Mat.26.49- E logo, aproximando-se de Jesus disse: Salve, Rabi. E o beijou.

Mat.26.50- Jesus, porém, lhe disse: Amigo, a que vieste? Nisto, aproximando-se eles, lançaram mão de Jesus, e o prenderam.

Mat.26.51- E eis que um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão, puxou da espada e, ferindo o servo do sumo-sacerdote, cortou-lhe uma orelha.

Mat.26.52- Então Jesus lhe disse: Mete a tua espada no seu lugar; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão.

Mat.26.53- Ou pensas tu que eu não poderia rogar a meu Pai, e que ele não me mandaria agora mesmo mais de doze legiões de anjos?

Mat.26.54- Como, pois, se cumpririam as Escrituras, que dizem que assim convém que aconteça?

Mat.26.55- Disse Jesus à multidão naquela hora: Saístes com espadas e varapaus para me prender, como a um salteador? Todos os dias estava eu sentado no templo ensinando, e não me prendestes.

Mat.26.56- Mas tudo isso aconteceu para que se cumprissem as Escrituras dos profetas. Então todos os discípulos, deixando-o fugiram.

Mat.26.57- Aqueles que prenderam a Jesus levaram-no à presença do sumo-sacerdote Caifás, onde os escribas e os anciãos estavam reunidos.

Mat.26.58- E Pedro o seguia de longe até o pátio do sumo-sacerdote; e entrando, sentou-se entre os guardas, para ver o fim.

Mat.26.59- Ora, os principais sacerdotes e todo o sinédrio buscavam falso testemunho contra Jesus, para poderem entregá-lo à morte;

Mat.26.60- e não achavam, apesar de se apresentarem muitas testemunhas falsas. Mas por fim compareceram duas,

Mat.26.61- e disseram: Este disse: Posso destruir o santuário de Deus, e reedificá-lo em três dias.

Mat.26.62- Levantou-se então o sumo-sacerdote e perguntou-lhe: Nada respondes? Que é que estes depõem contra ti?

Mat.26.63- Jesus, porém, guardava silêncio. E o sumo-sacerdote disse-lhe: Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho do Deus.

Mat.26.64- Respondeu-lhe Jesus: É como disseste; contudo vos digo que vereis em breve o Filho do homem assentado à direita do Poder, e vindo sobre as nuvens do céu.

Mat.26.65- Então o sumo-sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Blasfemou; para que precisamos ainda de testemunhas? Eis que agora acabais de ouvir a sua blasfémia.

Mat.26.66- Que vos parece? Responderam eles: É réu de morte.

Mat.26.67- Então uns lhe cuspiram no rosto e lhe deram socos;

Mat.26.68- e outros o esbofetearam, dizendo: Profetiza-nos, ó Cristo, quem foi que te bateu?

Mat.26.69- Ora, Pedro estava sentado fora, no pátio; e aproximou-se dele uma criada, que disse: Tu também estavas com Jesus, o galileu

Mat.26.70- Mas ele negou diante de todos, dizendo: Não sei o que dizes.

Mat.26.71- E saindo ele para o vestíbulo, outra criada o viu, e disse aos que ali estavam: Este também estava com Jesus, o nazareno.

Mat.26.72- E ele negou outra vez, e com juramento: Não conheço tal homem.

Mat.26.73- E daí a pouco, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Certamente tu também és um deles pois a tua fala te denuncia.

Mat.26.74- Então começou ele a praguejar e a jurar, dizendo: Não conheço esse homem. E imediatamente o galo cantou.

Mat.26.75- E Pedro lembrou-se do que dissera Jesus: Antes que o galo cante, três vezes me negarás. E, saindo dali, chorou amargamente.

Mat.27.1- Ora, chegada a manhã, todos os principais sacerdotes e os anciãos do povo entraram em conselho contra Jesus, para o matarem;

Mat.27.2- e, maniatando-o, levaram-no e o entregaram a Pilatos, o governador.

Mat.27.3- Então Judas, aquele que o traíra, vendo que Jesus fora condenado, devolveu, compungido, as trinta moedas de prata aos anciãos, dizendo:

Mat.27.4- Pequei, traindo o sangue inocente. Responderam eles: Que nos importa? Seja isto lá contigo.

Mat.27.5- E tendo ele atirado para dentro do santuário as moedas de prata, retirou-se, e foi enforcar-se.

Mat.27.6- Os principais sacerdotes, pois, tomaram as moedas de prata, e disseram: Não é lícito metê-las no cofre das ofertas, porque é preço de sangue.

Mat.27.7- E, tendo deliberado em conselho, compraram com elas o campo do oleiro, para servir de cemitério para os estrangeiros.

Mat.27.8- Por isso tem sido chamado aquele campo, até o dia de hoje, Campo de Sangue.

Mat.27.9- Cumpriu-se, então, o que foi dito pelo profeta Jeremias: Tomaram as trinta moedas de prata, preço do que foi avaliado, a quem certos filhos de Israel avaliaram,

Mat.27.10- e deram-nas pelo campo do oleiro, assim como me ordenou o Senhor.

Mat.27.11- Jesus, pois, ficou em pé diante do governador; e este lhe perguntou: És tu o rei dos judeus? Respondeu-lhe Jesus: É como dizes.

Mat.27.12- Mas ao ser acusado pelos principais sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu.

Mat.27.13- Perguntou-lhe então Pilatos: Não ouves quantas coisas testificam contra ti?

Mat.27.14- E Jesus não lhe respondeu a uma pergunta sequer; de modo que o governador muito se admirava.

Mat.27.15- Ora, por ocasião da festa costumava o governador soltar um preso, escolhendo o povo aquele que quisesse.

Mat.27.16- Nesse tempo tinham um preso notório, chamado Barrabás.

Mat.27.17- Portanto, estando o povo reunido, perguntou-lhe Pilatos: Qual quereis que vos solte? Barrabás, ou Jesus, chamado o Cristo?

Mat.27.18- Pois sabia que por inveja o haviam entregado.

Mat.27.19- E estando ele assentado no tribunal, sua mulher mandou dizer-lhe: Não te envolvas na questão desse justo, porque muito sofri hoje em sonho por causa dele.

Mat.27.20- Mas os principais sacerdotes e os anciãos persuadiram as multidões a que pedissem Barrabás e fizessem morrer Jesus.

Mat.27.21- O governador, pois, perguntou-lhes: Qual dos dois quereis que eu vos solte? E disseram: Barrabás.

Mat.27.22- Tornou-lhes Pilatos: Que farei então de Jesus, que se chama Cristo? Disseram todos: Seja crucificado.

Mat.27.23- Pilatos, porém, disse: Pois que mal fez ele? Mas eles clamavam ainda mais: Seja crucificado.

Mat.27.24- Ao ver Pilatos que nada conseguia, mas pelo contrário que o tumulto aumentava, mandando trazer água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Sou inocente do sangue deste homem; seja isso lá convosco.

Mat.27.25- E todo o povo respondeu: O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos.

Mat.27.26- Então lhes soltou Barrabás; mas a Jesus mandou açoitar, e o entregou para ser crucificado.

Mat.27.27- Nisso os soldados do governador levaram Jesus ao pretório, e reuniram em torno dele toda a coorte.

Mat.27.28- E, despindo-o, vestiram-lhe um manto escarlate;

Mat.27.29- e tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça, e na mão direita uma cana, e ajoelhando-se diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, rei dos judeus!

Mat.27.30- E, cuspindo nele, tiraram-lhe a cana, e davam-lhe com ela na cabeça.

Mat.27.31- Depois de o terem escarnecido, despiram-lhe o manto, puseram-lhe as suas vestes, e levaram-no para ser crucificado.

Mat.27.32- Ao saírem, encontraram um homem cireneu, chamado Simão, a quem obrigaram a levar a cruz de Jesus.

Mat.27.33- Quando chegaram ao lugar chamado Gólgota, que quer dizer, lugar da Caveira,

Mat.27.34- deram-lhe a beber vinho misturado com fel; mas ele, provando-o, não quis beber.

Mat.27.35- Então, depois de o crucificarem, repartiram as vestes dele, lançando sortes, [para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: Repartiram entre si as minhas vestes, e sobre a minha túnica deitaram sortes.]

Mat.27.36- E, sentados, ali o guardavam.

Mat.27.37- Puseram-lhe por cima da cabeça a sua acusação escrita: ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS.

Mat.27.38- Então foram crucificados com ele dois salteadores, um à direita, e outro à esquerda.

Mat.27.39- E os que iam passando blasfemavam dele, meneando a cabeça

Mat.27.40- e dizendo: Tu, que destróis o santuário e em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo; se és Filho de Deus, desce da cruz.

Mat.27.41- De igual modo também os principais sacerdotes, com os escribas e anciãos, escarnecendo, diziam:

Mat.27.42- A outros salvou; a si mesmo não pode salvar. Rei de Israel é ele; desça agora da cruz, e creremos nele;

Mat.27.43- confiou em Deus, livre-o ele agora, se lhe quer bem; porque disse: Sou Filho de Deus.

Mat.27.44- O mesmo lhe lançaram em rosto também os salteadores que com ele foram crucificados.

Mat.27.45- E, desde a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra, até a hora nona.

Mat.27.46- Cerca da hora nona, bradou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactani; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?

Mat.27.47- Alguns dos que ali estavam, ouvindo isso, diziam: Ele chama por Elias.

Mat.27.48- E logo correu um deles, tomou uma esponja, ensopou-a em vinagre e, pondo-a numa cana, dava-lhe de beber.

Mat.27.49- Os outros, porém, disseram: Deixa, vejamos se Elias vem salvá-lo.

Mat.27.50- De novo bradou Jesus com grande voz, e entregou o espírito.

Mat.27.51- E eis que o véu do santuário se rasgou em dois, de alto a baixo; a terra tremeu, as pedras se fenderam,

Mat.27.52- os sepulcros se abriram, e muitos corpos de santos que tinham dormido foram ressuscitados;

Mat.27.53- e, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa, e apareceram a muitos.

Mat.27.54- ora, o centurião e os que com ele guardavam Jesus, vendo o terramoto e as coisas que aconteciam, tiveram grande temor, e disseram: Verdadeiramente este era filho de Deus.

Mat.27.55- Também estavam ali, olhando de longe, muitas mulheres que tinham seguido Jesus desde a Galileia para o ouvir;

Mat.27.56- entre as quais se achavam Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu.

Mat.27.57- Ao cair da tarde, veio um homem rico de Arimateia, chamado José, que também era discípulo de Jesus.

Mat.27.58- Esse foi a Pilatos e pediu o corpo de Jesus. Então Pilatos mandou que lhe fosse entregue.

Mat.27.59- José, tomando o corpo, envolveu-o num pano limpo, de linho,

Mat.27.60- e depositou-o no seu sepulcro novo, que havia aberto em rocha; e, rodando uma grande pedra para a porta do sepulcro, retirou-se.

Mat.27.61- Mas achavam-se ali Maria Madalena e a outra Maria, sentadas defronte do sepulcro.

Mat.27.62- No dia seguinte, isto é, o dia depois da preparação, reuniram-se os principais sacerdotes e os fariseus perante Pilatos,

Mat.27.63- e disseram: Senhor, lembramo-nos de que aquele embusteiro, quando ainda vivo, afirmou: Depois de três dias ressurgirei.

Mat.27.64- Manda, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até o terceiro dia; para não suceder que, vindo os discípulos, o furtem e digam ao povo: Ressurgiu dos mortos; e assim o último embuste será pior do que o primeiro.

Mat.27.65- Disse-lhes Pilatos: Tendes uma guarda; ide, tornai-o seguro, como entendeis.

Mat.27.66- Foram, pois, e tornaram seguro o sepulcro, selando a pedra, e deixando ali a guarda.

Mat.28.1- No fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro.

Mat.28.2- E eis que houvera um grande terramoto; pois um anjo do Senhor descera do céu e, chegando-se, removera a pedra e estava sentado sobre ela.

Mat.28.3- o seu aspecto era como um relâmpago, e as suas vestes brancas como a neve.

Mat.28.4- E de medo dele tremeram os guardas, e ficaram como mortos.

Mat.28.5- Mas o anjo disse às mulheres: Não temais vós; pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado.

Mat.28.6- Não está aqui, porque ressurgiu, como ele disse. Vinde, vede o lugar onde jazia;

Mat.28.7- e ide depressa, e dizei aos seus discípulos que ressurgiu dos mortos; e eis que vai adiante de vós para a Galileia; ali o vereis. Eis que vo-lo tenho dito.

Mat.28.8- E, partindo elas pressurosamente do sepulcro, com temor e grande alegria, correram a anunciá-lo aos discípulos.

Mat.28.9- E eis que Jesus lhes veio ao encontro, dizendo: Salve. E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés, e o adoraram.

Mat.28.10- Então lhes disse Jesus: Não temais; ide dizer a meus irmãos que vão para a Galileia; ali me verão.

Mat.28.11- Ora, enquanto elas iam, eis que alguns da guarda foram à cidade, e contaram aos principais sacerdotes tudo quanto havia acontecido.

Mat.28.12- E congregados eles com os anciãos e tendo consultado entre si, deram muito dinheiro aos soldados,

Mat.28.13- e ordenaram-lhes que dissessem: Vieram de noite os seus discípulos e, estando nós dormindo, furtaram-no.

Mat.28.14- E, se isto chegar aos ouvidos do governador, nós o persuadiremos, e vos livraremos de cuidado.

Mat.28.15- Então eles, tendo recebido o dinheiro, fizeram como foram instruídos. E essa história tem-se divulgado entre os judeus até o dia de hoje.

Mat.28.16- Partiram, pois, os onze discípulos para a Galileia, para o monte onde Jesus lhes designara.

Mat.28.17- Quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram.

Mat.28.18- E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra.

Mat.28.19- Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;

Mat.28.20- ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.