Cada Igreja é a Igreja Católica
Posição da IEPP (Igreja
Evangélica Presbiteriana de Portugal)
(Deverá “clicar” nas referências bíblicas, para ter acesso aos textos)
Cada Igreja é a Igreja Católica, ainda que não a totalidade
dela. Cada Igreja realiza a sua catolicidade quando está em comunhão com as
demais Igrejas. Afirmamos que a expressão mais visível da catolicidade da
Igreja é a santa comunhão vivida num ministério mutuamente reconhecido e
reconciliado (II, 7)
Este parágrafo integra a Declaração “Chamadas a ser a Igreja Una”, aprovada
na última Assembleia Geral do Conselho Mundial de Igrejas (Porto Alegre,
Brasil, 2006) e na qual as Igrejas renovam o seu compromisso de buscar a
unidade e aprofundar o diálogo. É com elas que a Comissão Executiva do Sínodo
da Igreja Evangélica Presbiteriana de Portugal (IEPP) começa por responder às Respostas
a questões relativas a alguns aspectos da doutrina sobre a Igreja que a
Congregação para a Doutrina da Fé, do Vaticano, acaba de divulgar.
Este documento, cuja estrutura (pergunta e resposta)
é em tudo semelhante à de um catecismo da Idade Média, não contém em si nada de
novo, se tivermos em conta o que anteriormente esta mesma Congregação já havia
dito em documentos anteriores, particularmente na Declaração Mysterium Ecclesiae
(1973), a Carta aos Bispos Communionis notio (1992) e a Declaração
Dominus
Iesus (2000).
Tendo reagido a esta última com “desilusão e
tristeza” na carta então enviada (13/9/2000) ao Cardeal Cassidy,
Presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade Cristã, a IEPP manifesta
os mesmos sentimentos perante o grave erro e a arrogância manifestados pela
Igreja Católica Romana (ICR) ao identificar-se como a única Igreja que Cristo
“constituiu sobre a terra” e instituiu como “grupo visível e comunidade
espiritual”. “Esta é a única Igreja de
Cristo, que no Símbolo (Credo) professamos
como sendo una, santa, católica e apostólica [...]. Esta Igreja, como sociedade
constituída e organizada neste mundo, subsiste na Igreja Católica (romana), governada pelo sucessor de Pedro e pelos
Bispos em comunhão com ele”.
Afirmando o seu desacordo perante as interpretações
bíblicas e teológicas que as “Respostas” dão às questões levantadas no
documento, a IEPP entende não ser este o local para as rebater, mas continua
convicta que “palavra do Magistério não é Palavra de Deus” e pensa que, uma vez
mais, esta palavra do Magistério causará desconforto, indisciplina e mesmo
ruptura entre os fiéis católico-romanos.
Terminamos como iniciámos: desiludidos e tristes.
Como Igreja com muita responsabilidade no diálogo ecuménico neste país,
provavelmente o seu introdutor e promotor, a IEPP
como Ecclesia reformata semper reformanda lastima mais esta tentativa da ICR voltar
aos tempos tridentinos, mas não desiste de ser uma Igreja (ainda que “não em
sentido próprio”, como afirma a Dominus Iesus, que se afaste do desejo, e mandamento, do Senhor
que, na prece elevada ao Pai, em nosso favor, diz: “Que eles sejam um… para que o
mundo creia…...” João 17: 21/23
Comissão
Executiva da IEPP
Lisboa, 11 de Julho de 2007