Tesouraria e finanças (OC)
Mateus 6:1/4, Mateus 22:21, Marcos 12:41/44
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aos textos)
Algumas questões
No
Templo, em Jerusalém, os donativos eram colocados no gazofilácio.
Esta é uma palavra transliterada do grego. Pode-se traduzir literalmente por
tesouraria, referindo-se especificamente, neste caso, a treze caixas que lá
havia para a entrega de dons materiais. (Cf. Taylor,
W.C., Introdução ao Estudo do Novo Testamento Grego, Tomo II, parte III)
Uma viúva, César e Deus
Jesus
ensinou uma das suas mais importantes lições, em matéria de dar, comentando a
oferta duma viúva pobre, em contraste com as ofertas dos ricos, ou mais
abastados. Que quis o Mestre clarificar e definir? Que, quanto à contribuição
para o Senhor, o critério não é o da taxa fixa mas sim o da proporcionalidade,
consoante as possibilidades de cada um? Não quis Ele ensinar que uma oferta
aparentemente insignificante, pode ser mais valiosa do
que outra quantitativamente mais elevada? Quando na “lição do monte”, Jesus
instruiu acerca da forma de dar “esmolas” (donativos), não aconselhou Ele a
ser-se discreto? A não fazer ofertas para que os outros vejam e saibam? A
evitar dar nas vistas? A não exibir o acto dadivoso? A dar “ocultamente”? Jesus
também disse: Dai a César o que é de César, e a Deus o
que é de Deus. (Mateus
22:21, Marcos
12:17 e Lucas
20:25) Não se baseia aqui o princípio da “separação entre a Igreja e o Estado”?
Será então correcto, à luz do Evangelho de Cristo, haver nas igrejas um registo
nominal das suas contribuições?
Reembolsos estatais
Não
será, pois, inadequado, também por coerência com o referido princípio da
“separação”, as igrejas declararem ofertas recebidas, nomeadamente para efeitos
de reembolso no IRS? Uma tal declaração, não implica a violação do anonimato? A
sujeição da Igreja à fiscalização duma Repartição de Finanças estatal? A
ingerência do Estado na esfera eclesiástica?
Ensino de Cristo
Será
que Jesus deu margem para estas ambiguidades?
E
não foram os baptistas, ao longo da sua história, dos que mais se bateram pela
separação entre a Igreja e o Estado? Continuarão hoje a fazê-lo
consistentemente e sem concessões?
Visitando
há dias uma igreja baptista, encontrei um gazofilácio
na retaguarda do salão de culto. À saída, ou à entrada, os presentes colocavam
ali os seus donativos anónimos, discretamente oferecidos exclusivamente para o
Senhor.
Vieram-me
então à mente as interrogações que acabo de mencionar.
Não será imperioso que, também nestes aspectos, voltemos a aferir a nossa
prática pelo ensino paradigmático de Jesus Cristo?
in “A Mensagem Baptista”
nº 169