Defender a Democracia
(VF)
(Deverá “clicar” nas referências
bíblicas, para ter acesso aos textos)
De facto o sangrento episódio se 11 de
Setembro, coloca-nos a todos na impossibilidade de fugir a uma escolha, mas se calhar
não se trata só de apostar na paz ou preferir a guerra como simplesmente alguns
poderão pensar, porque a opção a fazer é entre a defesa activa das democracias
e valores humanos e culturais, ou a inacção que deixaria o caminho aberto a
todas as formas de terrorismo.
Estando pressupostamente em construção
uma nova ordem mundial capaz de substituir as instituições herdadas do mundo da
guerra fria cujos instrumentos são imperfeitos e inoperantes neste novo
cenário, talvez seja o momento de repensar o mundo e pôr em prática tudo o que
tem sido teorizado e acordado a respeito de cidadania; estados; fundos de auxilio; protocolos; direitos humanos; etc, mas que por
interesses diversos e obscuros teima não são postos em prática, levando
situações de prepotência e injustiças que contribuem decididamente para
posições reactivas dos que se sentem lesados, sendo uns e outros “empurrados”
para cenários violentos.
Aparentemente ao invés de se partir
para um cenário de “vingança privada” dos EUA, assente numa mentalidade de Rambo que levaria a democracia americana a partir às cegas
contra gente inocente; desprotegida e sem qualquer recurso ou defesa, que
devido às impostas condições sócio-culturais e
religiosas se calhar nem sabe (por total ausência de informação) o que
aconteceu nos EUA, só sabendo (como convém ao regime) que o seu pais «vai ser
atacado pelos infiéis», estamos sim a assistir à meticulosa construção de uma
coligação mundial contra o terrorismo numa plataforma ampla e variável, para
não se adiar por mais tempo a aplicação prática de objectivos de luta e
prevenção, há muito aprovados pela maioria dos estados membros da ONU.
Esta luta é multidimensional,
comportando aspectos políticos, económicos, sociais, culturais, humanos e
religiosos, e por isso dada a complexidade envolvida a prioridade é estancar
numa primeira fase e prevenir numa segunda fase qualquer acção terrorista
recorrendo inevitavelmente á violência, mas não necessariamente á guerra –
despejar do céu comida e não bombas, será um slogan mediaticamente cativante,
mas não passaria de uma forma demagógica de iludir a urgência de responder sem
mais demoras, a quem num provável próximo golpe já não lançará aviões contra
alvos civis preferindo contaminar cidades, lançar o caos rodoviário, etc . . .
Naturalmente que os EUA; UE e o G8 têm
muitas responsabilidades directas ou não em muitos dos dramas mundiais, pelas
diversas políticas que apenas e só visam o lucro desenfreado criando brechas de
desespero profundo que são aproveitadas pelos diversos “regimes talibans deste
mundo” que por sua vez produzem os “Bin Laden” e os suicidas, basta avaliarmos
comparativamente os violentos confrontos que se têm gerado nos últimos
encontros de alto nível dos responsáveis mundiais das grandes economias.
Apesar do entendimento que faço de tudo
isto, não posso desculpar um mal com outro mal, e assim por prioridades há que
saber combater primeiro um e depois outro, sem lançar mais lenha para a
fogueira.
Eu acredito que após este atentado e o
que por aí vem, o mundo não mais será o mesmo. A acreditar que esta mudança
seja para melhor serão criadas enormes oportunidades para uma maior influência
e participação cristã, cujo sucesso só dependerá dos cristãos saberem o que é
importante e o que é acessório.
Victor Francisco – Marinha Grande,
Portugal
2001/10/02
Estudos bíblicos sem fronteiras
teológicas