Cristianismo e judaísmo (CC)
(Deverá “clicar” nas referências bíblicas, para ter acesso aos textos)
Introdução
Um
dos assuntos que nos nossos dias tem mobilizado a opinião pública mundial, é o ataque
de Israel às cidades da Palestina com a destruição de cidades de forma a
“limpar a região” para posterior ocupação, atitudes que julgávamos há muito
ultrapassadas e só possíveis no contexto histórico e cultural do Antigo
Testamento.
Se
por vezes não é fácil assumir uma atitude correcta perante as guerras de
ocupação no tempo de Josué, já há 3200 anos, o que dizer do que se passa nos
nossos dias, em que há uma forte tendência e um forte chamamento para
“alinharmos” por uma posição contra ou a favor do Israel dos nossos dias.
Vamos
tentar meditar sobre o assunto, de forma imparcial, tentando libertar-nos da
propaganda pró e contra de que somos vítimas através dos órgãos da comunicação.
Afinal,
qual a origem desta guerra?
Visão secular da guerra
O
problema da luta de classes e das guerras entre países, penso que é um problema
humano e há que ter a coragem de encarar a sua realidade, não somente com os
“óculos do teólogo”, embora o ponto de vista da teologia também seja válido
para se procurar uma solução para o grave problema da guerra e da violência
duma maneira geral.
Para
o biólogo, a guerra faz parte do instinto de todo o ser vivo (ser humano
incluído) na sua luta pela sobrevivência.
Na
varanda ao lado do meu escritório, coloquei um pouco de comida para os
pássaros, para os atrair, para os ouvir enquanto trabalho. Mas, ao fim de algum
tempo, reparei que passaram a cantar de forma pouco habitual, que voavam às
voltas. Afinal, parece que alguns pássaros se tornaram donos da minha varanda e
defendiam o “seu espaço aéreo” para que os outros não viessem comer. Aquilo a
que eu ingenuamente chamava de “cantar” dos pássaros era o seu grito de guerra,
a sua luta pela comida que lhes dou e que afinal chega para todos eles.
Para
o político ou para o militar, a guerra é o recurso à força
física para se obter vantagens quando falham as outras formas de pressão
(as pressões políticas, diplomáticas ou económicas). No entanto, principalmente
nos nossos dias, os países procuram sempre uma justificação ou o apoio de algum
ideal, se possível religioso, pois como já dizia Napoleão, a religião é útil
para comandar os exércitos e dar mais agressividade aos militares.
Penso
que estes pontos de vista, quer do biólogo quer do político, são mais honestos
do que o ponto de vista da teologia duma maneira geral, pois todas as religiões
falam de amor, mas a informação que nos vem da história universal de maneira
nenhuma confirma esta informação, pois todos os conflitos através dos tempos
tiveram directa ou indirectamente, causas religiosas, ou pelo menos a religião
tem sido um “valioso” elemento catalisador da agressividade humana.
Que se passa com as igrejas evangélicas?
Como
crentes em Cristo, temos de estudar a sua mensagem, e para tal, estudar também o
contexto histórico e cultural que em Ele viveu, assim como viveram aqueles a
quem Cristo se dirigiu e que registaram as suas palavras.
Para
tal, é de grande importância o estudo da história de Israel através dos tempos
e claro que acabamos por ter, não direi somente respeito, pois devemos
respeitar todos os povos e religiões, mas além disso, um particular amor pelos
locais bíblicos, pelo povo no seio do qual o Filho de Deus veio ao mundo, assim
como pela religião que serviu de base, de ponto de partida, para a revelação de
Deus ao mundo através do seu Filho Unigénito.
Se
por um lado, não podemos limitar o poder e a actuação de Deus, afirmando que
Ele não pode ter revelado coisa alguma a não ser através de Jesus o Cristo, ou
fora da Bíblia, utilizando pessoas, culturas, meios e ocasiões que a nossa
tradição religiosa considera indesejáveis (embora se deva esperar que tais
revelações estejam em sintonia com a revelação do Mestre), como cristão,
considero Cristo como a suprema revelação do Deus ao homem. Não se trata de
mais um personagem bíblico ao lado de Moisés, José ou Abraão, mas sim do Filho
de Deus, o Caminho para Deus o Pai. Assim, a sua palavra deve revogar e
actualizar tudo que diziam os antigos textos bíblicos.
Penso
que nos últimos tempos têm surgido alguns exageros da parte dos evangélicos a
que gostaria de me referir, pois há até igrejas evangélicas que, por força de
hábito, apoiam Israel nesta agressão aos palestinianos que se está a
transformar no genocídio dum povo.
1)
Fala-se por vezes dos irmãos israelitas, e convém aprofundar o que significa
aqui o termo irmão.
Por
exemplo, o Hinduísmo utiliza o termo irmão, afirmando que todo o ser humano é
membro duma única família global, criada pelo Deus Supremo (pois aceitam outros
deuses além de Brama). Também noutras religiões encontramos pensamentos
semelhantes, pelo facto do Deus Supremo que muitos fora do cristianismo também
aceitam, ter sido o nosso criador, a nossa origem comum. Nesse aspecto, claro que aceito que os
israelitas, assim como todo o ser humano são nossos irmãos.
No
entanto, no contexto teológico cristão, o termo irmão significa irmão em
Cristo, aquele que aceita a salvação através da morte de Cristo na cruz do
Calvário, e nesse sentido, julgo que não podemos considerar os judeus como
irmãos, como salvos e remidos pelo sangue de Jesus o Cristo, se eles não o
aceitam como o Filho de Deus que morreu em nosso lugar.
O
Mestre foi bem claro em João 14:6 «Disse-lhes Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida.
Ninguém vem ao Pai senão por mim.»
A
afirmação é bem clara. Não temos dois caminhos para chegar ao Pai, não se trata
da escolha entre dois caminhos possíveis, ou o caminho de Cristo, ou o caminho
da Lei e da circuncisão. Se o Judaísmo rejeitou a Cristo, rejeitou o caminho
para Deus o Pai.
Julgo
podermos afirmar que o islamismo está mais próximo do cristianismo que o
judaísmo, pois para todo o cristianismo, Jesus Cristo é o Filho de Deus. Para o
islamismo, Jesus é um profeta. Embora não tenham a tradição de estabelecer uma
hierarquia entre os enviados de Deus, para alguns teólogos islâmicos, Jesus é,
de certa maneira, o maior dos profetas, pois no último dia, será Ele o grande
vencedor. Para o judaísmo, Jesus não tem qualquer aceitação no aspecto
teológico, pois o consideram como um vigarista que tentou enganar o seu povo.
2)
Eu nunca fui a Israel, embora gostasse de visitar esse país. Tenho ouvido
muitos irmãos falar das suas experiências religiosas em Israel ao visitar
locais onde Jesus viveu. Até aí tudo bem... Penso que é uma viagem de grande
interesse didáctico, mas é necessário lembrar que no Evangelho não há lugares
santos. Embora não se saiba ao certo onde ficavam o Calvário e o Túmulo
escavado na rocha, onde Jesus foi colocado, pois a sua “descoberta” é mais o
fruto de seculares interesses turísticos e económicos do que duma séria
investigação arqueológica, mesmo assim, uma “peregrinação” a Jerusalém, só por
si, sob o aspecto religioso, é tão útil para conferir qualquer bênção
espiritual como uma peregrinação a Fátima em Portugal ou à Aparecida do Norte
no Brasil. O local em si, é igual a tantos outros,
pois Jesus já ressuscitou para estar disponível em qualquer lugar.
3)
Onde me parece mais chocante a identificação de muitas das nossas igrejas com
Israel, numa altura em que este país não se limita a defender as suas
fronteiras mas está a destruir um povo para ocupar definitivamente o seu
território é no aspecto da base da nossa mensagem.
O
judaísmo baseia-se só no Antigo Testamento, em que a guerra é vista como uma
actividade religiosa, para a qual se exige pureza ritual. É Deus que ordena e
dirige a guerra, e por vezes é quem manda matar e destruir os incircuncisos.
Mesmo assim, são cada vez mais os militares israelitas que são presos por se
recusarem e colaborar neste massacre.
Mas
será que depois da vinda do Messias, um cristão pode identificar-se com esta
posição? Será que após aceitar a Cristo, estamos a deixar a sua mensagem para
aceitar os ideais veterotestamentários?
Jesus
afirmou em Lucas 10:3
«Ide, eis que vos envio como cordeiros ao meio de
lobos.» Parece que há muito esta afirmação está esquecida. Durante as
cruzadas da Idade Média, os “cordeiros” atacaram, destruíram, mataram. Afinal,
essa mentalidade ainda não está ultrapassada, pois nesta guerra em que os
tanques arrasam as cidades palestinianas, há crentes que se dizem evangélicos,
que se identificam com os agressores, e a estes crimes chamam de manifestação
do poder de Deus. Afinal, quais são os mais parecidos com os cordeiros? E
quando se fala em Deus, a que deus de referem? Ao Deus que Cristo veio revelar?!!!
A guerra a que assistimos
Como
afirmei, quando me referi à interpretação das guerras, ou da guerra duma
maneira geral, sob o aspecto secular, geralmente os políticos procuram encobrir
os verdadeiros motivos, apresentando ao público um motivo religioso. Se
tentarmos raciocinar com base nos factos sem nos preocuparmos com os discursos
dos políticos que dizem sempre o que lhes convém que seja a opinião do povo,
julgo que estamos perante um ataque dos americanos ao islamismo, utilizando o
nome e os soldados de Israel. Afinal, de onde vêm as armas e munições? Se for
para defesa, tudo bem, desde que a reacção seja proporcional ao ataque. Mas
agora é para atacar e para destruir um povo, embora de forma mais encoberta do
que os relatos do Antigo Testamento. Segundo o Washington Post
do dia 26 de Abril, dois sargentos israelitas afirmam ter recebido ordens para
disparar contra as janelas das casas de Jenine e
dificultar de todas as formas a saída dos civis antes da destruição das casas
pelas máquinas do exército de Israel. Certamente para que eles morressem de
“acidente”.
Em
vez dos discursos dos americanos, seria mais natural que estes tivessem
suspendido o envio de material bélico. O mundo reparou que o representante da
Comunidade Europeia não conseguiu falar com Yasser Arafat, no entanto, a guerra
parou quando um general americano o foi contactar. Afinal, quem manda em
Israel?
Penso
que, como evangélicos, estamos a ser de certa maneira mobilizados ou
pressionados para dar o nosso apoio à destruição duma nação. É mais um caso em
que a religião é utilizada, como tantas vezes o tem sido através da história,
para dar justificação política e “teológica” a quem destrói um povo, quando o
verdadeiro motivo é o imperialismo americano e a defesa dos seus interesses
nessa região do Oriente.
Como
cristão, identifico-me com Cristo e não com Israel. Penso que em muitos casos,
Jesus entrou em ruptura com a teologia do seu tempo, em que havia ritualismo,
racismo, rígida hierarquia religiosa, pena de morte para muitos casos que hoje
consideramos chocantes, forte discriminação da mulher, etc. Qualquer cristão
dos nossos dias, que fosse ao Templo de Jerusalém, teria de ficar no pátio dos
gentios ou seria condenado à morte se entrasse no Templo.
Aceito
a Bíblia como a gradual revelação de Deus ao homem, que atingiu o seu ponto culminante
com a vinda do Mestre. Encontramos em Mateus 5:21/48
várias vezes a expressão de Jesus «Ouvistes que foi dito aos antigos... Eu, porém, vos digo...» E é isso, a mensagem do Mestre que nos deve
interessar em primeiro lugar. A quem seguimos nós? A Cristo ou aos antigos?
Estou
seriamente preocupado, porque depois de vinte séculos de cristianismo, quando
mais importantes deveriam ser as palavras de Cristo, muitos que se identificam
como evangélicos, inclusive muitos pastores esquecem as palavras do Mestre para
seguirem as palavras dos antigos, de Moisés ou de Josué, que arrasou cidades
inteiras quando as conquistou, como por exemplo no caso de Midiã
Números 31, ou de
Jericó Josué 6 ou
da cidade de Ai Josué
8. Depois de vinte séculos de cristianismo, a esses crimes horrorosos
querem chamar de manifestação do “poder de Deus”.
Tais
atitudes só poderão ser compreendidas nesse contexto histórico de há 3200 anos,
na pré-história da teologia, nunca depois do Filho de Deus nos ter apresentado
o seu Evangelho. Tudo isso, que disseram os antigos, está revogado pela
mensagem de Jesus, o Cristo, que continua a ser a única solução para os nossos dias..... mas quem a irá aceitar,
se até os próprios que se dizem cristãos e evangélicos já a esqueceram?
Sabemos
que Jesus vai voltar, mas ... será
que encontrará fé na terra?
Camilo Marinha Grande, Portugal
Abril
de 2002
Comentários recebidos a respeito do artigo
Ao
divulgar as várias mensagens que recebi como reacção a este artigo, quero
começar por agradecer a todos que me contactaram, tanto aos que enviaram
mensagens de apoio à minha posição, como de outras posições divergentes, pois a
finalidade da “Estudos bíblicos sem fronteiras religiosas” é ser um “espaço” de
reflexão, diálogo e livre debate de ideias, o que infelizmente, nem sempre tem
sido possível nas nossas igrejas.
Publicamos
na íntegra as informações que recebemos, mantendo o estilo literário dos seus autores,
por vezes pouco correctas, mas que são da exclusiva responsabilidade de quem
nos contactou.
Deixo
um incentivo a que outros possam também enviar as suas participações, quando
forem fruto da sua reflexão e não somente a repetição da posição das suas
igrejas ou do seu Pastor. Para tal, deverá mencionar o seu nome, idade, morada,
e igreja a que pertence. Poderá também indicar, se assim o entender, a sua
profissão, cargo que desempenha na sua igreja, preparação escolar e teológica
etc.
Embora
todas as mensagens, sejam da responsabilidade de quem as envia, faço um apelo a
que utilizem sempre linguagem correcta ao defenderem as vossas posições
teológicas.
Fraternalmente.
==================================
Mensagem
recebida de Bev M. Ewen-Smith em 2002/04/28.
É
crente de longa data, convertido na Igreja Congregacional, já foi membro da
Igreja dos Irmãos e frequenta actualmente uma Igreja Batista.
Tem
55 anos de idade, natural da Inglaterra, doutorado em Física, e residente no
Algarve
- Portugal
.
Irmão
(porque sinto-me irmão do colega Camilo)
Li
com algum alívio o que escreveu acerca da atitude de alguns irmãos na igreja acerca
das actividades do governo israelita nas terras palestinianas. Comecei a pensar
que fui o único que não aplaudiu o governo israelita na opressão dos seus
vizinhos.
Concordo
completamente com o seu artigo e espero que possa traze-lo à atenção dos meus
amigos cá que mostram posters “Solidariedade com o povo de Israel” na nossa
igreja. Com o povo talvez, mas com o governo? Certamente não!
As
vezes eu pergunto-me até que extremo continuará este
apoio? Faz-me pensar numa criança que, em consequência dum acidente que quase a
matou, está gravemente estragada com os mimos dos pais e cresce numa maneira
anti-social (?). O estado de Israel hoje em dia mostra a mesma característica.
O pai, EUA, lembrando o tratamento pelos nazis, cuida tanto com o filho até que
está corrupto.
Talvez
os versículos em Mateus
18:27/33 falem do tratamento do povo de Israel pelos nazis e a restauração
da sua terra e a seguir o tratamento do povo palestiniano pelo governo de
Israel.
Sinceramente
Bev M Ewen-Smith
==================================
Mensagem
recebida de Normando Fontoura em
2002/04/30
É
Ancião da Igreja dos Irmãos, residente em Senhora da Hora - Portugal
.
Prezado
Irmão Camilo,
Shalom!
Espero
que não fique incomodado com a minha reacção ao seu artigo, mas acho-o
exactamente bastante anti-semita demais para ficar calado.
Em
poucas palavras, a comunicação social a que se refere está exactamente do lado
contrário a Israel: tudo é a favor dos “pobres” palestinianos, coitados,
“vítimas” da prepotência israelita...!
Não
passa um dia em que eu não me revolte com a nossa mídia.
Por exemplo: quando Israel no seu direito de defesa e num palco de guerra
atinge um civil, Israel “assassina”, mas quando os terroristas palestinianos
assassinam pessoas dormindo tranquilamente em sua casa, como aconteceu neste
fim de semana passado, incluindo uma menina de 5 anos, isso não foi
“assassinato”, mas morte. Ontem mesmo as nossas TVs
deram uma ênfase constante a uma criança palestiniana de 10 anos que foi ferida
em Hebron, mas quase ignoraram a criança barbaramente assassinada em Hebron...
Mas,
casos destes grassam na comunicação social, incluindo o tal “massacre” de Jenin... Os jornalistas nem lá estavam, nada foi ainda
imparcialmente averiguado e confirmado e já todos pulam para dizer
“massacre”...! Isto é uma vergonha, o que só prova que a nossa mídia está toda a favor dos árabes... Já não bastava o
Saramago e o Mário Soares, de quem afinal não se pode esperar nada melhor, já
não bastava o Padreco Melícias a pular lá em Lisboa, e outros defensores dos
“direitos humanos” à boa maneira comunista...
Perdoe-me,
irmão, mas Israel tem todo o legítimo direito de se defender como estado e
nação soberana dos ataques terroristas perpetrados contra a nação.
Nós
não defendemos como cristãos a violência, mas temos que entender biblicamente
que ela é razoável em certas circunstâncias. Se o prezado irmão vir a sua casa
sendo assaltada e os seus filhos ameaçados certamente como cristão não vai dar
a outra face. Esse texto é infelizmente usado muitas vezes fora do contexto
para defender uma certa passividade que infelizmente é aproveitada para
desfazer a boa moral e direito à vida.
Israel,
não sendo obviamente um país temente a Deus, é mesmo assim a nação eleita por
Deus, cujos propósitos estão sendo realizados segundo as profecias milenares. A
existência e mais ainda a sobrevivência de Israel deve-se
única e exclusivamente à mão de Deus, na preservação
da Sua aliança com aquele povo - e ai de nós se assim não fosse. Deus ainda não
abandonou aquele povo, e NUNCA O FARÁ - Romanos 11!
Por
isso e muitas outras razões que se prendem inclusivamente ao direito
internacional, defendemos e apoiamos Israel e o seu legítimo direito à defesa.
Israel
já deu muito aos palestinianos, demais até, mas eles não querem, eles só
ficarão satisfeitos quando o último judeu for atirado para o Mediterrâneo! Essa
é a mensagem do próprio terrorista Arafat, quando fala em árabe. Quando fala em
inglês, aquele camaleão diz coisas bem diferentes, e os parvos acreditam, mas
quando discursa “no seu campo”, a coisa é bem diferente!
Desculpe,
Irmão, esta minha intervenção, mas não posso calar-me quando vejo uma visão tão
desiquilibrada das coisas. Já basta a comunicação
social.
Ainda
que não defendendo todas as acções de Israel, temos mesmo assim como crentes o
dever de estar ao lado do povo que Deus escolheu, o povo ainda eleito e que em
breve conhecerá o seu Messias.
O
Irmão diz que nunca foi a Israel. É pena. Se for, certamente que terá uma visão
totalmente diferente das coisas, e verá o que são os palestinis,
ou os filisteus, como eu lhes prefiro chamar. Não se deixe intoxicar pela manipulação
vergonhosa da TV e jornais.
Perdoe,
Irmão, esta forma tão objectiva, mas a minha posição de cristão sionista fez-me
reagir.
Receba
o meu forte e sincero abraço, no desejo que esta minha intervenção seja
interpretada apenas como uma opinião de um irmão e amigo.
Em
Cristo Jesus,
Normando
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Mensagem
recebida de José Ribeiro Telhado em
2002/05/01. É membro da Igreja Evangélica Presbiteriana de Portugal, residente
em Lisboa.
.
Prezado
amigo,
O
seu texto deixa-me muito triste porque o meu amigo, além de não entender nada
do que se está a passar na Terra Santa, ainda se posiciona do lado dos que
matam inocentes civis. Tenha juízo, e, p.f., não me mande mais baboseiras
destas!
Aconselho-o
solenemente a fazer-se um fanático do deus pagão alah
e, passe a adorar tudo o que são luas e meteoritos como fazem os submissos.
Para
o ano em meca, é o que você merece.
Com
os meus cumprimentos
José
Ribeiro
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Mensagem
recebida de Orlando Caetano em
2002/05/07.
É
Pastor Batista e Professor de Psicologia aposentado, habitual colaborador da
nossa página, pelo que as suas informações constam do capítulo da nossa página
“Quem somos”.
.
Reflexão
suscitada pelo artigo de Camilo Coelho “Cristianismo e Judaísmo”
Não
sou semita nem anti-semita.
O
povo de Israel, em geral, não é responsável pelos desvarios dos seus
governantes, como o actual Ariel Sharon.
Aliás,
há imensos judeus que condenam o seu comportamento político-militar.
Também
não sou sionista, não sou judeu nem judaizante.
Sou
cristão. O meu compromisso é com Jesus de Nazareth
que, Ele próprio, se demarcou dum certo judaísmo
fanático, hipócrita e legalista.
Como
cristão estou vinculado ao Cristo que veio proclamar o Reino de Deus e que é,
na Sua pessoa, a Verdade que liberta. Como tal, a Sua vida foi pautada por
valores que ultrapassam a lei mosaica e a “tradição dos anciãos”.
É
óbvio que não me compete a mim julgar Israel, mesmo sabendo que houve judeus
que rejeitaram e assassinaram Jesus, o Cristo. Quem julga é só Deus.
No
entanto, relativamente a factos actuais, interrogo-me se o Deus de Amor e de
Rectidão que o Cristo revelou e personificou, como Palavra divina absoluta e
final, apoiaria genocídios e massacres duma luta desenfreada pelo extermínio de
um Povo. Será que esse Povo não tem igual direito à sua terra e à sua Pátria?
O
poderio militar, o armamento abundante e sofisticado que Israel possui,
contrasta com a penúria de meios dos palestinos. Estes chegam ao ponto de
fazerem dos seus corpos armas para, através de actos suicidas (praticados até
por mulheres e menores), defenderem os seus direitos e lutarem pela sua terra,
pela sua sobrevivência e pela sua independência.
Pergunto:
E esta guerra não teria já acabado há muito se os E.U.A. (leia-se governo dos
E.U.A.) tivessem negado o seu apoio político e militar a uma das partes em
litígio, neste caso a Israel? E se a ONU, a União Europeia e outras instâncias
internacionais se empenhassem, de forma clara, vigorosa e eficaz, no sentido de
serem criadas condições para compromissos bilaterais, em que, a israelitas e a
palestinos, fosse reconhecido o direito a existir e a viver em paz dentro de
determinadas fronteiras, como dois Estados igualmente autónomos e soberanos?
Como
cristão que sou, interessa-me o ponto de vista do Cristo. E a questão é esta:
Que atitude tomaria Ele, face ao que está a acontecer no Médio Oriente
(inclusive na cidade onde Ele nasceu) e às implicações internacionais nesta tão
prolongada quão dolorosa guerra?