Charlie (AA)

Reflexão

 

                                                                          

“Ouviste o que dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo:

Amai a vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. …” Mateus 5:43/44

 

                                                          

NOTA PRÉVIA

 

Os recentes acontecimentos na Dinamarca, que não podemos deixar de condenar, vieram reforçar a necessidade de tornar público urgentemente o texto abaixo, escrito em Janeiro, relacionado com os acontecimentos Charlie. As autoridades dinamarquesas deram a entender que o autor não estava ligado a nenhuma célula terrorista. Por isso, fica-se com a sensação de que se trata de um problema entre radicais islâmicos e o judaísmo, transportando-nos de imediato até o Médio Oriente onde os confrontos são permanentes entre judeus e árabes palestinianos. Portanto, parar para reflectir é o caminho. Mas … vamos ao texto.    

 

 

1 – Os acontecimentos

 

Fomos surpreendidos pelos acontecimentos Charlie e, como cristão, não posso deixar de condenar o bárbaro ataque perpetrado contra aquele jornal humorístico ceifando várias vidas, incluído, como consequência, a dos próprios atacantes. A reacção do mundo ocidental não se fez esperar e foi difundida abundantemente pelos meios de comunicação social mostrando as gigantescas manifestações de condenação e de solidariedade, atitude perfeitamente normal e aceitável tendo em conta que se tratou de um ataque à liberdade. No caso presente, à liberdade de expressão.

 

Sempre fui, e continuo sendo, a favor da liberdade, pois nunca poderei esquecer mais de trinta anos de vida vivida sob o regime do Estado Novo – ditadura de Salazar – onde não se podia "pensar alto”. Todavia, ainda jovem, retive e tenho ainda como dado adquirido a seguinte frase, cujo autor desconheço: “A nossa liberdade termina, onde começa a liberdade dos outros”. Significa isso que não posso afirmar que estou procedendo com liberdade quando a minha atitude ou acção põe em causa a liberdade de outrem. Este tem sido o meu lema de vida, que deixo aqui expresso por me parecer oportuno, e que gostaria de o ver adoptado por todo o ser humano.  

 

Ora, os acontecimentos CHARLIE, ultrapassado o pico emocional, deveriam ser motivo para uma profunda reflexão e busca das suas causas. Estas são múltiplas e não se pode pôr o enfoque apenas nos extremismos religiosos. 

 

 Portanto, é preciso parar, pensar, reflectir, discernir. Esta é tarefa que cabe a cada um de nós, mas essencialmente aos governantes e aos grandes centros de decisão política, tendo em conta que são eles que controlam os acontecimentos mundiais e conduzem a vida dos povos, infelizmente de maneira desastrosa e desumana.

 

Precisamos, antes de mais, de dar ouvidos às sábias palavras do Papa FRANCISCO, proferidas, creio, durante a sua visita às Filipinas: “Não se pode gozar com a fé dos outros …”. Possivelmente as caricaturas de Maomé publicadas pelo jornal Charlie foram excessivas. Isso feriu profundamente os muçulmanos/islâmicos, particularmente os fundamentalistas/radicais. Mas não nos esqueçamos de que há fundamentalistas/radicais em todas as religiões, mesmo na nossa religião Cristã. Certamente não gostaríamos de ver a Jesus Cristo achincalhado nas páginas dos jornais. Se porventura isso sucedesse, não sei o que fariam os tais fundamentalistas cristãos. Portanto, para que respeitem a nossa liberdade e o nosso sentimento religioso, respeitemos também a liberdade e o sentimento religioso dos outros. “Fazer aos outros aquilo que gostaríamos que nos fizessem a nós” (Mt. 7,12). Ou, “Não fazer aos outros aquilo que não gostaríamos que nos fizessem a nós”. Esta MENSAGEM faz parte do legado de Jesus Cristo – de cujo nome se apropriou a nossa Civilização Ocidental, chamando-lhe de Civilização Cristã, do meu ponto de vista indevidamente (basta olharmos para a História), porquanto Jesus Cristo não apenas pregou mas viveu um Evangelho de amor, de paz, de justiça social, de solidariedade, de altruísmo, de partilha, de tolerância, de igualdade entre os homens (por isso, O mataram). Essa mensagem parece estar arredada da nossa mente e em especial da mente dos governantes e políticos que comandam o mundo. Para ser mais preciso, creio mesmo que esta mensagem de Jesus Cristo está completamente esquecida por eles, apesar de reivindicarem para si mesmos o nome de cristãos. Porque é impossível conciliar a mensagem do Evangelho de Jesus Cristo com os actos que praticam. A informação que nos chega diariamente através dos meios de Comunicação Social desmente-o categoricamente.  

 

 

2 - A atitude dos governantes

 

Diariamente, em especial depois dos acontecimentos Charlie, entra-nos casa adentro através dos “Media” as tomadas de posição dos governantes do mundo ocidental, afirmando: “Vamos reforçar a segurança e combater o terrorismo até à sua erradicação total”. Trata-se apenas de uma posição de força, de autoritarismo, mas que não ajuda à solução, nem do terrorismo nem de tantos outros conflitos e problemas que afligem a humanidade. Pelo contrário, vai acirrar ódios e fazer recrudescer a acção terrorista e tantos outros focos de tensão que grassam por esse mundo fora. O que se torna urgente, imperioso, isso sim, é determinar as causas e encontrar soluções.

 

Porventura já se pensou que as injustiças sociais, a pobreza, a fome, a miséria, a espoliação dos povos das suas riquezas, o domínio pela força, a sua escravização, o desrespeito pela cultura e pelas opções políticas dos outros povos e de suas convicções religiosas, etc, etc, poderão estar na origem dessas acções de terror? Além disso, não podemos deixar de questionar: - Quem é que alimenta o terrorismo? Quem o financia? Quem fabrica e lhe fornece as armas? Quem lhe dá o treinamento? Quem apoia todos esses movimentos que causam o terror e semeiam a morte, criando a instabilidade, a pobreza, a miséria, a destruição, em tão grande número de países, especialmente na África e no Médio Oriente?   

 

Constatamos que os governos dos países ricos, chamados de “evoluídos”, apresentam orçamentos astronómicos para a vertente militar, a que chamam de “defesa”. Para tal, incentivam e apoiam as empresas fabricantes de armamento, um dos principais pilares das suas economias (mas também de destruição doutros países e povos). Estimulam e apoiam a investigação científica e tecnológica que lhes está associada de modo a que estejam sempre na vanguarda da criação de engenhos letais, o mais destruidores e mortíferos possível.

 

Em contrapartida, os orçamentos destinados à educação, à saúde e ao bem-estar das populações são exíguos, miseráveis, insuficientes.

 

É do conhecimento geral que o maior volume de negócios hoje em dia é o da venda de armamento clandestino. Porém, na verdade, não se trata apenas de armamento clandestino. Vende-se legalmente armas a todo e qualquer “bicho careta” que as queira. Ficamos depois muito admirados e chocados com as notícias sobre a violência ocorrida em escolas nos EUA, com jovens a metralhar indistintamente alunos e professores. O próprio Presidente Obama já se manifestou contra a venda generalizada de armas a particulares, sem lograr, pelos vistos, obter legislação adequada por parte do Senado.

 

Todavia, o que mais me chocou, a mim e certamente a milhões de outras pessoas, foi ver uma menina de 7 anos matar o seu instrutor na carreira de tiro e, ainda bem pior, ver uma criança de 2 anos matar a sua própria mãe com arma de fogo. É arrepiante, causa calafrios até aos mais insensíveis, mas é a realidade nua e crua.

 

Mas, pergunta-se, por que é que isto acontece? Creio que pelo simples facto de uma arma ser considerada praticamente um utensílio doméstico nesses lares, ou seja, um objecto que pode ser manuseado por qualquer membro da família, mesmo que seja um bebé.

 

Não há muito tempo ainda, e oxalá isso seja mentira, chegou ao meu conhecimento de que haverá países que estariam a incluir no “curriculum” escolar das suas crianças (independentemente do sexo) a “disciplina de tiro”, a partir dos 5 anos de idade. Se fosse verdade, seria não só extremamente inumano, mas uma autêntica aberração! Deixaria de se tratar de dar formação a uma criança, preparando-a e dotando-a de um bom carácter para o futuro, mas antes da criação de MONSTROS destituídos de sensibilidade, preparados apenas para matar!

 

 

3 – As religiões monoteístas – Judaísmo, Cristianismo, Islamismo

 

A História mostra-nos que estas religiões estiveram praticamente sempre envolvidas nos grandes conflitos mundiais. A História dá-nos a conhecer igualmente os catastróficos resultados desses conflitos que ceifaram a vida a muitos milhões de seres humanos e causaram imensa destruição.

Não quero, porém, alongar-me em considerações históricas deste género. São coisas do passado, embora pense que deveriam ser objecto de reflexão, pois me parece que pouco ou nada aprendemos com tais acontecimentos ao longo da História.

 

O que se pretende aqui, tendo em conta que foram os acontecimentos Charlie que levaram a escrever estes apontamentos, é suscitar uma reflexão profunda sobre esses próprios acontecimentos, e sobre o que se encontra escrito nos textos que suportam e servem de Norma à Fé das referidas confissões religiosas: a Bíblia (AT e NT) e o Alcorão. O Antigo Testamento é a base teológica do Judaísmo, com a sua Lei, as suas Normas; o Novo Testamento é a base teológica do Cristianismo (muito embora os cristãos usem também os textos Veterotestamentários, i.e., a Bíblia no seu todo, designando a sua Fé de judaico-cristã. O Alcorão é a principal base teológica da Fé dos Islamitas, embora aceitem também os profetas do Antigo Testamento.

 

Acontece que o Alcorão (texto Sagrado para os Islamitas) é muitas vezes apontado no mundo ocidental como um texto que incita à violência, responsabilizando o seu autor – o profeta Maomé – pelos actos dos extremistas islâmicos. No caso Charlie, por exemplo, as caricaturas publicadas naquele jornal humorístico apontam nesse sentido. É lamentável que se faça uma propaganda feroz contra o Islamismo, “metendo todos os islâmicos no mesmo saco”, quando todo o mundo sabe que os extremistas são apenas um punhado deles, muitas vezes criados/organizados e apoiados pelos ocidentais e com fins inconfessáveis. Os islâmicos, na sua maioria, são gente pacífica. Tanto ou mais que muitos dos ocidentais, que se arrogam de “civilizados” e cristãos. Aliás, temos em Portugal uma Comunidade Islâmica exemplar, tanto em termos cívicos quanto religiosos, mantendo as melhores relações não só com a sociedade civil como com todas as outras confissões religiosas.

 

Portanto, não podemos ir atrás de tudo quanto se escreve e se diz na nossa Comunicação Social. Não podemos atribuir ao Alcorão culpas que não tem. Não se pode extrair trechos de qualquer texto escrito e interpretá-los isoladamente. Assim, estaremos a deturpar o seu real sentido. Todo o texto deve ser lido e interpretado à luz do seu contexto aplicando, com rigor, os princípios da Hermenêutica.

 

Se não, vejamos: há textos no Antigo Testamento (nos livros do Êxodo e de Josué, por exemplo) bem mais contundentes e agressivos. Moisés não se coibiu de mandar chacinar de entre o seu próprio povo cerca de 3.000 homens, por considerá-los desordeiros (Êx. 32, 25-28). Por outro lado, Josué, manda destruir as cidades de Jericó e de Ai com a exterminação total de tudo quando lá existia, incluindo crianças, mulheres, velhos e animais. Como se isso não bastasse, e porque alguém lhe desobedeceu ficando com algum espólio, mandou reunir todos os elementos dessa família com seus pertences e ordenou o seu extermínio por apedrejamento até à morte, queimando tudo de seguida (Josué, cap.s 6, 7 e 8).Quaisquer que fossem as razões, são exemplos chocantes, horrorosos, que denotam uma insensibilidade ímpar, uma desumanidade atroz e que, pela sua brutalidade, escapam à nossa compreensão!

 

Ora, no Novo Testamento tudo é diferente. São as Boas Novas trazidas por Jesus de Nazaré - o Cristo. Ele apresenta uma Mensagem de Esperança não só para os judeus (que a recusam) mas também para todo o mundo. Jesus Cristo combate as injustiças sociais, a tirania, a falsa religiosidade (razão pela qual foi morto), desmonta os conceitos religiosos veterotestamentários, desmistifica a Lei mosaica e aponta um novo caminho:

 

-  “Ouvistes o que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem … (Mt. 5, 43-44).

 

- No grande Mandamento, deixa-nos esta exortação: “Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente e … Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Mt. 32, 37-39).

 

Jesus Cristo trouxe-nos uma mensagem de amor, de perdão, de solidariedade para com os mais fracos, de altruísmo, de paz, de igualdade, enfim, uma Mensagem de Esperança para todo o Mundo - cristão e não cristão.

 

Mas essa mensagem de esperança tem sido completamente esquecida, rejeitada mesmo por aqueles que se dizem cristãos. A mensagem de Cristo parece ter sido apagada da memória dos governantes do mundo cristão ocidental, daqueles que fazem parte dos grandes centros de Decisão Política. Tornaram-se desumanos e insensíveis aos problemas dos povos. Substituíram Deus por Mamon. O deus dessa gente é o dinheiro e o poder, o que tem levado à concentração das riquezas mundiais em “meia dúzia” de pessoas. Ainda há poucos dias ouvimos os Media noticiarem que a riqueza mundial está concentrada mas mãos de 1% da sua população. Sendo assim, os restantes 99% vivem na dependência dos tais 1%, i.e., vivem escravizados e a grande maioria em condições infra-humanas. Em Portugal, por exemplo, segundo dados estatísticos noticiados recentemente, mais de dois milhões de pessoas (um quinto da população portuguesa) vivem na pobreza! Porém, também foi noticiado que nos últimos anos apareceram em Portugal perto de uma centena de novos-ricos/multimilionários! Isto é uma ofensa à pobreza, à dignidade humana!

 

É confrangedor ver-se tanta miséria! Crianças e velhos a morrerem aos milhões com fome por esse mundo fora; imensos campos de refugiados, onde as pessoas não vivem, vegetam; povos que vivem em condições infra-humanas por causa dos conflitos permanentes entre eles (conflitos esses criados e mantidos por forças externas por causa do negócio de armamento e outras razões); doenças que dizimam milhões de seres humanos por falta de medicamentos e também por falta de higiene; milhões de crianças que não têm escola e que crescem na ignorância indefinidamente; etc. etc. etc.

 

Perante tanta desgraça, como é possível ficar-se insensível!? Como é possível que os ditos países ricos gastem somas astronómicas em orçamentos militares, quando uma pequena parcela desses valores seria o bastante para erradicar a fome e prover à educação e à saúde desses milhões de crianças, velhos e suas populações em geral?

 

Ora, não será tudo isto a causa primordial do terrorismo e de tantos conflitos actuais? Paremos para pensar, para reflectir.

 

Vivemos numa sociedade que se encontra num estado patológico muito avançado. Impõe-se, por isso, um tratamento urgente a fim de evitar o seu colapso. A nossa sociedade, dita cristã, civilizada, virou barbárie. É preciso inverter o actual caminho. Para isso, torna-se necessário apropriarmo-nos da genuína Mensagem do Evangelho de Jesus Cristo, daquela mensagem de Amor e Solidariedade que os Apóstolos e demais Discípulos viveram nos primórdios do Cristianismo, como se pode ler no livro de Actos dos Apóstolos, cap 2, 42-45. Foi esta mensagem que acompanhou os cristãos nos primeiros séculos da nossa Era até á data em que o Imperador Costantino, por razões óbvias com vista ao seu domínio, decretou, em 385 d.C., o Cristianismo como Religião Oficial do Império. A partir daí, e até hoje, a Igreja Cristã passou a alinhar com os poderosos, esquecendo-se da genuína mensagem de Jesus Cristo – a defesa dos pobres, dos mais fracos.

 

O Mundo Cristão precisa de voltar à mensagem original. Cristo combateu as injustiças e desigualdades sociais e apontou o Amor ao Próximo como o único caminho que pode conduzir à paz entre os homens. Demo-nos, pois, as mãos, de Ocidente a Oriente e de Norte a Sul, e o mundo será outro.

 

Vivemos hoje num mundo que se tornou num imenso arsenal. São as guarnições militares, são as bases militares, são os navios de guerra, são os submarinos, são as famílias, muitas delas com várias armas em casa, é todo o material atómico/nuclear, … Tudo isso constitui um paiol gigantesco que ameaça explodir a todo o momento. Precisamos de ganhar consciência disso, pois a situação é altamente perigosa. Se acontecesse uma deflagração, seria uma catástrofe da qual nenhum ser humano escaparia.

 

É urgente, é imperioso inverter este estado de coisas. É urgente, é imperioso restituir a dignidade ao ser Humano, a todo o ser Humano:

 

- Em vez de ensinarmos as crianças a pegar em armas e a matar, ensinemo-las a amar; a ver na outra criança um igual;

- Em vez do egoísmo, da ambição do dinheiro e do poder, ensinemos às nossas crianças a partilha, o altruísmo, a solidariedade;

- Em vez da violência, do confronto, ensinemos as nossas crianças a respeitarem-se umas às outras, a respeitar a cultura, os hábitos, as crenças religiosas, as opções de cada uma;

- Acabemos com os jogos violentos para crianças, os quais deformam o seu carácter e as incitam à violência;  

- Acabemos com os filmes violentos, particularmente os filmes exibidos nas televisões, a que a crianças têm acesso fácil;

- Acabemos com as fábricas de armamento, substituindo-as por escolas de artes e ofícios onde se aprenda a produzir objetos úteis para o bem comum;

- Acabemos com os laboratórios de pesquisa ligados ao fabrico de armamento, utilizando-os na pesquisa das ciências biomédicas;

- Acabemos com a utilização indevida e abusiva para fins militares das descobertas científicas, pondo-as ao serviço da humanidade;

- Acabemos com os submarinos de guerra e utilizemo-los para a pesquisa científica do fundo dos mares, da fauna e da flora marítima;

- Acabemos com os navios de guerra e utilizemo-los para transportar alimentos e demais mercadorias para os países onde as crianças e velhinhos, e não só, morrem aos milhões por inanição. Façamos o mesmo com os aviões de guerra;

- Acabemos com as guerras no Médio Oriente pela posse do petróleo, e actualmente do gás natural, guerras que levaram já à destruição de países e ceifaram a vida de centenas de milhar de pessoas;

- Acabemos com a guerra Israelo-Árabe, um dos principais ficos de tensão entre religiões (Judaísmo e Islamismo), dando aos palestinianos os mesmos direitos de soberania sobre o seu território (Palestina) que os judeus têm sobre o seu território (Israel)

 

 

4 - Conclusão 

 

Disse no começo deste texto que era preciso parar, pensar, reflectir, discernir, acerca das causas que terão levado aos acontecimentos Charlie. Ao longo do texto existem muitas dicas sobre as quais deveremos fazer profunda reflexão, pois o nosso Mundo está cheio de conflitos a que é urgente pôr termo. Actualmente é o terrorismo que está na ordem do dia e que os nossos governantes ocidentais dizem que irão combater até à sua erradicação. Não esqueçamos que violência gera violência. Por isso nunca resolverão o problema pela violência. Devemos evitar combater o terrorismo ilegal com o terrorismo “legal” de estado. As buscas, a caça ao homem, as muitas prisões que se fazem por se considerar que as pessoas são suspeitas, vão acirrar ódios tremendos e receio bem que levarão ao recrudescimento do terrorismo e de muitos outros conflitos.

 

Como referi atrás, a grande maioria dos islâmicos é pacífica e receio bem que a actuação das autoridades esteja a provocar a revolta mesmo nos mais moderados, porquanto passarão todos a ser olhados com suspeição. Devemos respeitar a cultura e as opções religiosas de cada um, devolvendo assim a dignidade a todo o ser humano. Não nos esqueçamos de que, em termos culturais, devemos muito ao mundo árabe, à sua cultura milenária, havendo assim razões mais que suficientes para nos darmos as mãos e caminharmos juntos num ambiente de fraternidade e paz.

 

Para que a paz seja possível e duradoura, só há uma solução: seguir e pôr em prática a mensagem de Jesus Cristo:“… Ama ao teu próximo com o ti mesmo”   

 

Se nos apropriarmos dela, se os políticos, os governantes fizerem desta mensagem o seu lema de vida, de governação, tenhamos a certeza de que os conflitos, as guerras, o ódio, darão lugar à paz, ao amor, à justiça, à partilha, à solidariedade. Teríamos assim um Mundo humanista, fraterno, pacífico, …

 

Portanto, parar para pensar, reflectir, discernir é o caminho a seguir. …

 

Arménio Anjo

Leiria, Fevereiro de 2015

 

Nota: Por opção do autor, este texto foi escrito na ortografia de antes do acordo. 

 

 

 

 

COMENTÁRIOS RECEBIDOS

 

 

David de Oliveira Goiânia, Brasil - 2015/02/20

Para que a paz seja possível e duradoura, só há uma solução: Seguir e pôr em prática a mensagem de Jesus Cristo: “… Ama ao teu próximo com o ti mesmo”.  Charlie (AA).

O problema é que não amam a se mesmos! Se matam para matar.  Entendem a principal instrução de Cristo de maneira inversa: "Odeie ao teu próximo como a ti mesmo".

David