G12 (CC)

(Deverá “clicar” nas referências bíblicas, para ter acesso aos textos)

 

 

INTRODUÇÃO

 

Recebi há dias a seguinte mensagem do irmão Maicy, crente do Brasil, dedicado e interessado estudante da mensagem de Jesus, com quem tenho trocado opiniões sobre vários assuntos de teologia e da vida das igrejas.

 

Amado irmão Camilo,

Estou anexando artigo do Ir. Luiz Gustavo Rodrigues Palhano, onde o mesmo faz a sua defesa do G12.

Em todas as colocações eu fiquei em dúvidas. O segredo, a regressão, a maldição hereditária, cura interior e revelações são pontos defendidos pelo citado irmão com apresentação de referências bíblicas.

Amado irmão, se você tiver alguma observação a fazer sobre esses pontos, ficaria muito grato.

Para você ficar mais esclarecido, o G12, ou seja, a “Visão Celular no Governo dos 12” é o sistema que muitas igrejas no Brasil estão adotando, porém tem sofrido muitas críticas. O “encontro” é um retiro espiritual, onde são ministradas as palestras sobre os assuntos citados. Com referência ao segredo, é porque as pessoas que participam do “encontro” não podem falar nada do que aconteceu para ninguém. Entretanto, só podem responder que o “encontro” foi “tremendo!” (que foi fora-de-série). Há ainda o pacto do silêncio, onde é proibido falar uns com os outros até o final do retiro, quando então todos podem se confraternizar. O Senhor abençoe grandemente a você e sua família.

Amamos vocês! Abraços! Maicy.

 

 

G12

Por que o G12 faz tanto barulho?

 

A visão em si:

Pastores conservadores dizem que a visão em si é uma heresia, pois não está explícita nas Escrituras. Mas, a o objetivo da visão é ganhar o mundo para o Senhor Jesus, isto não está explícito nas Escrituras? (João 3:16). Uns acham heresia dizer que a visão trará avivamento, mas, vamos nos apoiar na Bíblia: Neemias teve uma visão, um objetivo, reconstruir os muros de Jerusalém, e através disso houve um grande avivamento na cidade. (Neemias 2:17/18 BEAP- Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, pg 667)

As células:

Um corpo é formado de membros e membros de células! Células é pregar Jesus nas casas, como os apóstolos faziam. Em Actos 5:42 vemos isso, e ao contrário de que alguns dizem não era sair de porta em porta como um bando de Testemunhas de Jeová (misericórdia) mas sim fazer cultos domésticos, reuniões de pequenos grupos e, creio eu, que se naquela época a palavra célula já tivesse sido inventada se chamaria assim. (BEAP, pg 1488). Certa vez me perguntaram se era certo dividir o grupo, eu disse não, mas se consegue administrar membro por membro uma igreja com milhares? Foi por isso que aconteceu o que aconteceu em Deuteronómio 1:9/18. Leia e você entenderá explicitamente o funcionamento das células dentro de uma rede.

O Encontro:

Muito tem-se falado do Encontro que nada mais é do que um retiro de final de semana onde igrejas convencionais levariam um ano para fazer e ensinar são ensinadas e feitas. Os principais “tabus” do Encontro são:

O Segredo:

Se o segredo tivesse sido mantido desde o início nada desse espetáculo teria acontecido. O segredo foi feito para evitar discussões como as que acontecem e para atiçar a curiosidade para a pessoa ir e ver o quanto é impactante. Dizem que assim escondemos e mistificamos o Evangelho, mas você quer um evangelho mais, limpo, claro e revelado do que o que é pregado nas células?

Regressão:

Curto e grosso: não há regressão no Encontro!!! Regressão é um estado hipnótico onde a pessoa fica subconsciente, e seu cérebro ativa certas partes que dão para pessoa a sensação de que ela está vivendo o que já viveu. Não há isso no Encontro. Você fica o tempo todo consciente e se não quiser seguir as regras não siga, problema é seu.

Maldição Hereditária:

Para começar: não foi o G12 que “inventou” essa doutrina, diversas igrejas pentecostais já a adotam, e estão certas. Deus afirma em Êxodo 20:5: “sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem”. Em 2º Samuel 12:7/14 vimos que o filho de Davi e Bate-Seba morrerá por causa do pecado de sue pai. E até um texto de Ezequiel 18 que pode ser usado para rebater essa minha teoria, eu uso para apoiá-la pois Deus é claro ao dizer que se o filho for justo e o pai ímpio o filho não sofrerá, mas o que será se ambos forem ímpios. Êxodo 34:6/7. Nessa mesma passagem de Ezequiel, no vers. 4, Deus afirma que alma que pecar é a que morrerá, então o pecado em si é uma maldição e filhos vendo os pais pecarem podem cometer os mesmos atos. Não seria isso um tipo de maldição hereditária? Até igrejas que não aceitam essa concepção quando um dos seus diz: “Meu pai e meu avô também tinham problemas com álcool” afirmam: “É o mesmo demônio agindo na família”. Ora bolas, demônios só podem agir quando não há Jesus, se não há Jesus, há pecado e pecados geram maldições!

Cura Interior:

Muitos nos chamam de místicos esse tópico, mas todas as igrejas acreditam nela (exceto as muito radicais que acham que tudo é demônio, não citarei nomes). Seja sob o nome de perturbação, ou traumas espirituais, ou coração quebrantado, nós chamamos de feridas na alma. Textos bíblicos como Salmo 147:3 e Jeremias 17:14 concordam com essa minha teoria, e mais explicitamente Jesus afirma que veio para curar os quebrantados de coração. Lucas 4:18 Há uma dissertação interessante sobre este assunto na Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, na página 1234, que aliás é de uma editora de uma igreja conservadora. Não a repassarei por ser extensa e poderia ser considerado plágio.

Revelações:

São poucas as igrejas que não crêem em revelações diretas por parte do Espírito Santo, mas falarei a essas. A Bíblia afirma que o Espírito nos revela coisas que até então só Deus conhecia 1ª Coríntios 2:9/10, e é revelado só o que realmente importa para nós Deuteronómio 29:29. Agora vamos usar um pouco o raciocínio que Deus nos deu se Deus não muda Tiago 1:17, Hebreus 13.8 e Ele dava instruções diretas aos seus na Bíblia, porque não daria para nós, principalmente agora que Jesus já veio e rasgou o véu? Deus não muda, e nós não mudamos Deus o que mudamos foi a estratégia. Pregamos o mesmo Deus de Israel, o mesmo Jesus Cristo encarnado, morto, ressuscitado, ascendido, e glorificado; o mesmo Evangelho e o mesmo propósito adorar à Deus e salvar vidas! Ou não é esse o propósito da sua igreja? Creio que seja.

E para encerrar os mais desesperados dizem que o G12 é uma seita satânica e se esquecem de um princípio Bíblico: Satanás não expulsa Satanás, só o Espírito de Deus faz isso. Mateus 12:25/28

Eu dei meus argumentos agora você é quem deve escolher.

Paz do SENHOR!

Por: Luís Gustavo Rodrigues Palhano

 

 

Considerando que, segundo informa o ir. Maicy, as dúvidas não são só dele, mas de muitos outros irmãos no Brasil, resolvi publicar a minha opinião nesta página da internet. 

 

 

Caro Maicy

Recebi a tua mensagem da madrugada de domingo. Aliás, deve ter sido enviada na noite de sábado, mas devido à diferença horária Brasil/Portugal, chegou na madrugada de domingo.

Quanto ao que me perguntas, sobre a minha opinião a respeito do sistema G12, como sempre, nem tudo é mau e nem tudo é bom. Temos de fazer como Paulo nos aconselha, observar tudo e aproveitar o que for bom.

Assim vou comentar algumas partes mais importantes desse esclarecimento do Pastor Luís Palhano. Não sei se será pastor, mas é pelo menos pessoa com certa representatividade, ligada a esse movimento, pois parece falar em nome deles.

Vê se me consegues indicar o endereço na internet do Pastor Luís Palhano, pois como vou comentar os seus esclarecimentos, gostaria de o convidar a ler e colocar a minha página na internet à sua disposição se nos quiser enviar mais algum comentário.

 

 

Pastores conservadores dizem que a visão em si é uma heresia, pois não está explícita nas Escrituras.

Eu tenho mais confiança no que estiver explícito nos evangelhos, ou pelo menos no Novo Testamento, pois o centro, ou o padrão da nossa fé, deve ser Jesus o Cristo, o único que é o Logos, como está no grego, que significa a Palavra ou a Revelação de Deus. Isto está bem explicado logo no início do Evangelho de João. Não há afirmação semelhante nem para Moisés nem para nenhum dos profetas. O que encontro é a afirmação de que todos pecaram, incluindo certamente os grandes personagens do Velho ou do Novo Testamento.

Depois de Deus enviar o seu próprio Filho ao mundo, para morrer por nós e para nos revelar como Deus é, não consigo colocar os quatro evangelhos em pé de igualdade com a palavra de Moisés ou dos profetas.

Mas, eu posso aceitar métodos de trabalho e de evangelização, que embora não estejam explícitos no Novo Testamento, pelo menos, não estejam em oposição à sua mensagem e aos seus princípios. É este o caso da Escola Dominical, que não tem fundamento bíblico, mas não contradiz os seus ensinos e seus princípios morais, e o mesmo se poderia dizer da internet que não é bíblica, mas podemos e devemos colocar ao serviço do Senhor.

Assim, julgo que não podemos, ou pelo menos não devemos rejeitar os pequenos grupos de estudo bíblico devido ao argumento de não serem bíblicos. Talvez não sejam bíblicos segundo uma visão veterotestamentária, pois havia algumas formalidades a cumprir para que se organizasse uma Sinagoga. Mas segundo o conceito neotestamentário, julgo que Jesus nos libertou de todos esses formalismos, pois Igreja é onde dois ou três se reunirem em nome de Cristo, para lhe dar graças e meditar na sua mensagem.

 

Mas, a o objetivo da visão é ganhar o mundo para o Senhor Jesus, isto não está explícito nas Escrituras? (João 3:16).

Não vejo qual seja a relação directa de João 3:16 com este assunto. Mas há aqui outro pensamento que considero muito perigoso. Parece que o G12 parte do princípio de que se for para pregar o Evangelho, tudo é permitido. Ou por outras palavras, os fins justificam os meios. Isso é que, não só não é bíblico neotestamentário, como contradiz a os princípios do Mestre. Em Actos 8:18, Simão o mago também queria colaborar e Pedro não o aceitou porque os seus métodos que não eram correctos. Quando os cruzados entraram em Jerusalém e mataram tanta gente, também tinham a intenção de divulgar o cristianismo e quando Billy Graham apoiou a invasão do Iraque e o bombardeamento de populações indefesas, também pensou que seria uma forma de evangelizar os islâmicos. Tenho um artigo sobre o assunto na minha página “Cruzada americano-batista”. Nem todos os métodos são lícitos para divulgar o Evangelho.

 

As células: Um corpo é formado de membros e membros de células! Células é pregar Jesus nas casas, como os apóstolos faziam. Em Actos 5:42 vemos isso, e ao contrário de que alguns dizem não era sair de porta em porta como um bando de Testemunhas de Jeová (misericórdia) mas sim fazer cultos domésticos, reuniões de pequenos grupos e, creio eu, que se naquela época a palavra célula já tivesse sido inventada se chamaria assim. (BEAP, pg 1488).

Nada tenho contra as células ou pequenos grupos de estudo bíblico, desde que estejam ligados a uma igreja. O nome pouco importa.

Mas, embora não aceite as crenças e os métodos das “Testemunhas de Jeová”, não posso deixar de lamentar que um pastor do G12 lhe chame de “bando”, expressão que me parece um tanto pejorativa e que um crente não deveria utilizar.

No versículo mencionado, Actos 5:42, está bem claro que os crentes do primitivo cristianismo se reuniam no Templo de Jerusalém (em primeiro lugar) e nas suas casas particulares. Hoje diríamos “Na igreja (edifício) e nos seus lares”.

 

Certa vez me perguntaram se era certo dividir o grupo, eu disse não, mas se consegue administrar membro por membro uma igreja com milhares? Foi por isso que aconteceu o que aconteceu em Deuteronómio 1:9/18. Leia e você entenderá explicitamente o funcionamento das células dentro de uma rede.

Não só Moisés não nos pode servir de exemplo, como a sua situação em Deuteronómio 1:9/18 era bem diferente da nossa. Ele estava perante um grande grupo de pessoas, indisciplinadas e volúveis, habituadas a viver sob o chicote dos capatazes. Não tinham os meios de comunicação que nós temos, como a palavra escrita (jornais e revistas), a rádio, televisão e internet. Até esta minha página na internet está, segundo vejo num aparelho de estatísticas, com cerca de 250 visitantes por dia, apesar de ser página particular, sem estar ligada a nenhuma igreja.

 

O Encontro: Muito tem-se falado do Encontro que nada mais é do que um retiro de final de semana onde igrejas convencionais levariam um ano para fazer e ensinar são ensinadas e feitas.

Quando se fala em “retiro”, num contexto de teologia, imagino um local de reflexão e livre debate teológico, que podem proporcionar os pequenos grupos de estudo bíblico. A minha grande discordância está neste ponto, pois o que vejo a seguir, nos “tabus do encontro”, levam-me a pensar mais em mentalização doutrinária, sem liberdade de expressão do que em séria e livre meditação teológica.

Penso que os resultados de qualquer igreja, ou seminário, devem ser observados sob o aspecto quantitativo e qualitativo. Não ponho em dúvida que o método de ensinar sem que haja livre diálogo professor/aluno terá maior eficiência no número de pessoas. A minha dúvida está na qualidade da preparação conferida por essas reuniões. Não podemos esquecer de que Jesus, que é em tudo o nosso exemplo, demorou três anos para formar os doze homens que iriam dar continuidade ao trabalho de evangelização.

 

Os principais “tabus” do Encontro são:

O Segredo: Se o segredo tivesse sido mantido desde o início nada desse espetáculo teria acontecido. O segredo foi feito para evitar discussões como as que acontecem e para atiçar a curiosidade para a pessoa ir e ver o quanto é impactante. Dizem que assim escondemos e mistificamos o Evangelho, mas você quer um evangelho mais, limpo, claro e revelado do que o que é pregado nas células?

Esta afirmação vem confirmar o que já suspeitava. Inicialmente não era assim. No início havia liberdade de expressão que é a maior vantagem dos pequenos grupos de estudo bíblico, onde é fácil o diálogo. Mais tarde, possivelmente por falta de preparação dos moderadores dos grupos de estudo bíblico, foi adoptado o vulgar sistema da propaganda comercial, pois é muito mais fácil decorar uma mensagem e apresentá-la a um grupo (pequeno ou grande), reduzido ao silêncio, do que manter uma conversa desenvolvendo o assunto e respondendo a questões que sejam colocadas, como Jesus fazia quando dialogava com os seus ouvintes.

Mas, se ninguém pode usar da palavra, para que serve o dirigente? Talvez um CD com gravação de som fizesse melhor trabalho. Podiam reunir-se para ouvir a gravação.

A única passagem que me lembro, em que os discípulos foram impedidos de anunciar o Evangelho, está em Actos 16:6, pois o Espírito Santo tinha outros planos para Paulo. Não há nada mais contrário ao Evangelho do que o silêncio forçado e a proibição dos crentes dialogarem, como podemos ver em Mateus 10:27, Lucas 12:1/3, Actos 5:42, Actos 18:28, Actos 20:20, Actos 20:27 e Colossenses 2:13/15.

Quanto à afirmação do “evangelho mais limpo, claro e revelado”!!! Parece um tanto caricato esse auto-elogio que, não só o G12, mas também muitas igrejas, que se consideram evangélicas ainda fazem. Isso até faz lembrar a infalibilidade papal em que já nem a classe pensante entre os católicos acredita. Paulo foi bem claro quando afirmou em Romanos 3:9/12 que esse grupo, no qual ele se incluía, não era melhor que os outros, porque todos são pecadores. Não podemos esquecer de que as igrejas são constituídas por homens e mulheres pecadoras, e muitas vezes pregam o arrependimento sem que elas próprias (as igrejas) se arrependam dos seus pecados. Segundo vemos mais adiante, em Romanos 5:11, Paulo só se gloriava em Deus, através de Jesus o Cristo, através do qual alcançamos a reconciliação.

Tenho sérias dúvidas sobre esses “iluminados”. Eu prefiro acreditar nos escritores neotestamentários. Por exemplo em Paulo que afirmou em 1ª Coríntios 13:12 Porque, agora, vemos por espelho, em enigma, mas, então, veremos face a face; agora conheço em parte, mas, então, conhecerei como também sou conhecido. É nesse Paulo, que tinha a humildade e coragem de afirmar que conhecia em parte, que eu acredito.

Enquanto o nosso Mestre não voltar, o único local onde podemos encontra esse “Evangelho limpo, claro e revelado”, é nos quatro evangelhos e duma maneira geral no Novo Testamento.

O segredo e proibição de intervenção da assistência, está em clara e nítida oposição a Marcos 14:49 e João 8:18/27 e outras passagens paralelas onde vemos que os ensinos de Jesus incluíam conversas com a assistência que os evangelistas registaram.

 

Regressão: Curto e grosso: não há regressão no Encontro!!! Regressão é um estado hipnótico onde a pessoa fica subconsciente, e seu cérebro ativa certas partes que dão para pessoa a sensação de que ela está vivendo o que já viveu. Não há isso no Encontro. Você fica o tempo todo consciente e se não quiser seguir as regras não siga, problema é seu.

Então, ainda bem que não há essa técnica de hipnose. Pois o Mestre disse em Mateus 22:37 Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Deus quer que estejamos com toda a nossa emoção, mas também com todo o nosso pensamento ou entendimento ou raciocínio. Deus quer-nos bem lúcidos para o seu Serviço. 

 

Maldição Hereditária: Para começar: não foi o G12 que "inventou" essa doutrina, diversas igrejas pentecostais já a adotam, e estão certas. Deus afirma em Êxodo 20:5: "sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem". Em 2º Samuel 12:7/14 vimos que o filho de Davi e Bate-Seba morrerá por causa do pecado de sue pai. E até um texto de Ezequiel capítulo 18 que pode ser usado para rebater essa minha teoria, eu uso para apoiá-la pois Deus é claro ao dizer que se o filho for justo e o pai ímpio o filho não sofrerá, mas o que será se ambos forem ímpios. Êxodo 34:6/7. Nessa mesma passagem de Ezequiel, no vers. 4, Deus afirma que alma que pecar é a que morrerá, então o pecado em si é uma maldição e filhos vendo os pais pecarem podem cometer os mesmos atos. Não seria isso um tipo de maldição hereditária? Até igrejas que não aceitam essa concepção quando um dos seus diz: "Meu pai e meu avô também tinham problemas com álcool" afirmam:"É o mesmo demônio agindo na família". Ora bolas, demônios só podem agir quando não há Jesus, se não há Jesus, há pecado e pecados geram maldições!

Pouco nos importa quem “inventou” essa doutrina, pois as igrejas não estão isentas de erros e superstições.

Mas, verificamos que todas as passagens mencionadas são passagens veterorestamentárias. Agora o problema para todo o verdadeiro crente no Filho de Deus será saber se Ele confirmou essa crença. Pois só Ele é o Logos, a Palavra de Deus, como vemos logo no início do evangelho de João.

Vejamos o que nos diz João 9:1/3 E, passando Jesus, viu um homem, cego de nascença. E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?

Jesus respondeu: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim, para que se manifestem nela as obras de Deus.

Confirmo que tal doutrina da “maldição hereditária” tem base bíblica, mas só no Velho Testamento. O termo “maldição hereditária” é que foi inventado, mas a teologia é livre para inventar os termos que entender. Isso não me preocupa. O importante é que Jesus não confirmou esse ensino veterotestamentário.

Portanto, temos de decidir a quem queremos seguir. Se queremos seguir o Velho Testamento com a Lei de Moisés, então temos de aceitar a “maldição hereditária”, a forte discriminação da mulher, a poligamia, a escravatura, a pena de morte pelos mais variados motivos etc, etc.

Eu prefiro seguir a Cristo, o Único que é a Palavra do Deus Verdadeiro a quem podemos chamar de Pai.

 

Cura interior

A referência é bastante resumida para se compreender o que entendem por “cura interior”. Mas, duma maneira geral penso que quase todos concordam, que seja o que for essa “cura interior”, Deus o Pai, que Jesus revelou, tem certamente poder para a realizar.

 

Revelações

Eu sei que Deus se revela aos que sinceramente O buscam, com todo o seu coração, toda a sua alma e todo o seu entendimento. Mateus 22:37 Todas estas condições têm de actuar em simultâneo, quer a parte emocional quer a parte intelectual. Estas são as únicas condições e isto nada tem a ver com cargos eclesiáticos ou qualquer programação religiosa.

Concordo com a afirmação deste esclarecimento do G12, em como nos nossos dias, quase todas as igrejas aceitam que Deus se possa revelar aos que o buscam. Mas isto não basta, pois a maior parte dessas igrejas, aceita esta afirmação com uma mentalidade clerical, mentalidade veterotestamentária, mentalidade hierárquica que nada tem a ver com a revelação do Mestre.

Os católicos geralmente aceitam esta revelação directa do Espírito Santo através da infalibilidade do Papa que transmite essa revelação à hierarquia da sua igreja. Mas penso que a mentalidade da maioria das igrejas evangélicas não é muito diferente, pois quando se referem a revelação, imaginam algum pastor ou pregador aos berros no alto do púlpito, que se tornou o lugar privilegiado para tais “revelações”. Algumas igrejas têm um púlpito mais elevado, só para pastores, e outro mais pequeno para determinados leigos, o que me parece um regresso do velho Templo de Jerusalém com o seu lugar santo e lugar santíssimo. Isso é que nada tem a ver com o que o Mestre nos ensinou.

Nos cultos tem de haver ordem e disciplina, para que fale um de cada vez, como Paulo nos ensinou, mas isso não significa a proibição de falar, pois não nos podemos esquecer das palavras de Jesus em Mateus 11:25/26 … Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos.

Por vezes, Deus se revela, mas nada nos garante que Ele se irá revelar a quem está no púlpito. Porque Deus nunca poderá ser controlado pelos dirigentes religiosos. Ele se revela a quem entender, quando entender, e como entender, utilizando até os métodos e as pessoas que a nossa cultura e as nossas tradições consideram indesejáveis, e ignorando as nossas organizações, os nossos métodos de evangelização, e a hierarquia das igrejas, pois só o Senhor é soberano.

Se nas reuniões do G12, a assistência for reduzida ao silêncio, certamente que ouvirá somente o que foi programado pela organização eclesiástica e não o que o Senhor entender revelar aos pequeninos. Essas revelações do Senhor irão perder-se para sempre.

 

E para encerrar os mais desesperados dizem que o G12 é uma seita satânica e se esquecem de um princípio Bíblico: Satanás não expulsa Satanás, só o Espírito de Deus faz isso. (Mateus 12:25/28).

De maneira alguma poderei considerar o G12 como uma seita satânica.

Assim como não há nenhuma igreja ou movimento religioso que seja absolutamente perfeito, também não encontro nada que possa ser totalmente satânico, pois tudo tem os seus aspectos positivos e os seus erros.

                                                                              

Eu dei meus argumentos agora você é quem deve escolher.

Gostei da forma como o Pastor Luiz Palhano termina a sua exposição.

Numa reunião do G12, certamente que todos se retiram em silêncio, ou pelo menos sem possibilidades de manifestar o seu apoio ou desacordo, mas na internet já não é assim.

Devo dizer em primeiro lugar que sou um entusiasta pelos pequenos grupos de estudo bíblico, e não me preocupo com o nome. Poderá ser G12 ou qualquer outro nome. Em minha casa, há anos, já funcionou um desses grupos de estudo bíblico em que tínhamos as nossas reuniões tipo “mesa redonda” em que todos participavam, e estávamos ligados à Igreja Evangélica Presbiteriana de Portugal.

O importante é que funcione como pequenos grupos de estudo bíblico, como me parece que era o salutar objectivo inicial do G12, de que infelizmente se desviaram.

Penso que um dos problemas dos nossos dias é a falta de preparação teológica dos crentes em geral e um certo “isolamento” que se sente nas igrejas evangélicas. Não me refiro a falta de delicadeza com que os crentes e visitantes são recebidos, mas a um certo formalismo e falta de diálogo.

Aliás, isso é uma das características do nosso contexto histórico. O homem dos nossos dias é diariamente “bombardeado” com todo o tipo de informação de manhã até à noite; informação que tem como finalidade a programação do que convém aos dirigentes, que seja o nosso pensamento. Infelizmente, as igrejas não são excepção.  

Segundo vi neste esclarecimento sobre o G12, muitos condenam o silêncio que há nessas reuniões em que os crentes não podem divulgar o que se passou e certamente também não poderão usar da palavra durante as reuniões, nem falar uns com os outros.

Mas não é isso que se passa em quase todas as igrejas evangélicas, em que só o pregador é que fala e todos se acomodam à posição de simples ouvintes, cujo pensamento está a ser “programado” pelo orador?

A grande vantagem dos pequenos grupos de estudo bíblicos é permitir o diálogo com a assistência. Talvez é a isso que o Pastor Luís Palhano chama de discussão. Eu sou a favor dessa discussão desde que seja disciplinada e em espírito fraternal e respeitoso. Isso faz parte da “vida da Igreja” e o livro de Actos registou algumas dessas discussões que possivelmente ultrapassaram certos limites. Mas prefiro esse inconveniente ao silêncio imposto por algum dirigente, quer se trate dum Papa infalível ou dum Pastor quase infalível.

A Igreja está doente, porque se afastou do exemplo do Mestre que dialogava com a assistência sempre que o número dos seus ouvintes o permitia.

Cristo respondia a perguntas, prestava esclarecimentos, e Ele próprio fazia perguntas para despertar a atenção. Era um verdadeiro Mestre que não se preocupava somente com a mensagem, mas também com os seus ouvintes.

Claro que para isso é necessária uma preparação muito maior do que para apresentar uma lição sem que haja intervenção da assistência. Talvez essa seja uma das diferenças entre o Mestre perante os seus seguidores e o vulgar professor impessoal que mal conhece quem o escuta.

Mas ninguém exige que o dirigente duma reunião saiba tudo que lhe perguntam. Penso que o dirigente deve ser mais moderador e menos professor ou mestre, pois segundo Mateus 23:8, há só um que é Rabi, que significa Mestre.

Por vezes, quando vejo os nossos pregadores refugiando-se no alto do púlpito, falando livremente e por talvez até irresponsavelmente perante uma assistência reduzida ao silêncio e até pressionada à aceitação passiva de tudo que lhes “ensinam”, tenho saudades dos tempos em que Jesus andava por este mundo dialogando com a assistência.

Quando se fala em Céu, não me sinto muito entusiasmado com as ruas de ouro, ou o mar de cristal. Espero que isso seja linguagem simbólica, pois o pavimento das nossas ruas tem melhor aderência do que o ouro, e o mar de cristal será morto, sem os seres vivos que o Senhor criou. Eu prefiro os férteis terrenos do Paraíso.

Quando penso no Céu, prefiro imaginar uma espécie de Escola Dominical participativa, em que pela primeira vez o Mestre irá ocupar o seu lugar e em que até um insignificante Camilo poderá perguntar a Cristo, tudo que a teologia não conseguiu explicar.

Mas, enquanto isso não for possível, enquanto o Mestre não voltar, que os dirigentes das nossas reuniões saibam ser moderadores; que saibam seguir o exemplo que Jesus nos deixou; que saibam não só permitir como incentivar a séria reflexão e colaboração de todos os presentes, como é possível numa pequena reunião de reflexão e investigação do pensamento do Único que é a Palavra de Deus.

Gostaria que esse fosse o objectivo não só do G12, como de todas as nossas reuniões, e que a vulgar mentalização doutrinária pudesse ser substituída pela séria reflexão e investigação do pensamento do nosso Mestre, como suponho que seria na origem dos grupos do G12.

Camilo

Marinha Grande – Portugal  - Maio de 2005

Estudos bíblicos sem fronteiras teológicas

 

 

 

ESCLARECIMENTO DO IRMÃO

LUÍS GUSTAVO RODRIGUES PALHANO

 

 

Caro irmão Camilo

Fico admirado que meu artigo tenha dado tal repercussão na internet, pois eu não sou pastor e o publiquei em meu blog particular, e o mandei para o site de uma igreja e nem esperava que fosse publicado. Na verdade sou um adolescente, mas sou compromissado com Deus e tenho chamado para ser pastor e teólogo.

Gostei muito de suas opiniões, vc é uma das poucas pessoas não-adeptos ao G12 que não escandalizam, ou chamam G12 de seita. Fico feliz com suas idéias e concordo plenamente quando dizes que: “Nada é perfeito”, com exceção de Nosso Senhor, é claro.

As considerações que gostaria de fazer é que: os termos “tabu” e “bando” são expressões espontanêas, sem segunda intenção.

Sobre o silêncio, não é bem como vc coloca. O silêncio, não é o impedimento de diálogo, mas apenas uma estratégia. Não acho que tudo é válido para pregar o evangelho, só o que é da vontade de Deus, fiquei feliz com a sua colocação sobre a cura interior, é madura e espiritual, sobre revelações, não é assim em minha igreja, e acho triste discriminações entre “sem cargos” e “com cargos”. Claro que certas coisas somente importam a liderança, mas não “púlpitos mais altos”.

O voto de silêncio é executado durante o retiro Encontro com Deus, e sua idéia sobre debates teológicos, são executados até mesmo em outros retiros, mas claro sempre com um preletor, para que haja ordem. O Encontro é um retiro para novos convertidos, para serem curados, libertos e cheios do Espírito Santo, não para teologia, por isso há o voto de silêncio. Muitas pessoas que vão para o Encontro ainda se encontram com o molde do mundo e seu diálogo com outros desse mesmo nível pode atrapalhar o desenvolvimento de um retiro sério, profundo e, sobre tudo, espiritual, que é o Encontro. Muitas pregações como libertação, ou o sincero arrependimento de pecados, são até mesmo estranhos a esses novos convertidos que muitas vezes só tiveram contato com pré-encontro, um pequeno estudo que se tem antes do encontro onde é ministrado a pecaminosidade do homem e o poder redentor de Cristo. Creio que é uma forma de não haver distrações ou infiltrações de coisas que possam atrapalhar o desenvolvimento do retiro. Outro ponto que gostaria de destacar é que o voto não é absoluto, as pessoas podem orar em voz alta, fazer perguntas ao preletor e ajudantes, cantar (musicas evangélicas, é claro). As pessoas não são isoladas umas das outras, ficam em contato o tempo todo, quartos coletivos, auditório, e em casos sérios, pode-se falar. Agora com relação a não contar sobre o que se passa no Encontro, é mais para despertar curiosidade e evitar dissenções. O que se passa lá é o que se passa numa igreja evangélica-pentecostal, só que com profundidade.

Agradeço a Deus por isso, continuo com minhas opiniões, mas incorporo as suas as minhas, e digo:

Nada é perfeito, e TODA igreja, movimento, comunidade, congregação tem falhas secundárias, nada que possa atrapalhar a ligação com Deus. Falo de Igrejas de Cristo verdadeiras, não seitas e heresias.

Ir. Camilo, se quiseres podes publicar o que eu disse acima, fico feliz por nosso contato, e espero que nós o mantenhamos.

Que Deus te abençõe, mantenha-se em contato comigo

Saudações fraternais, Paz seja contigo.

Luís Gustavo